6 de junho de 2012

Selecção circense


O treinador Manuel José afirmou ontem que o estágio da selecção um parecia o “circo” pelas constantes festas e pela excessiva atenção que os media lhe dão, ao estilo “Big Brother”. Ontem Carlos Queirós afirmou compreender os comentários do seu colega de profissão, sendo ele próprio uma vítima da mesma tentativa, aquando da sua passagem pela selecção.
Segundo Queirós, antes da elaboração da convocatória para o campeonato do mundo de 2010, chegaram a propor-lhe a chamada de 22 jogadores em vez dos habituais 23, sendo que o 23º elemento seria eleito pelo público numa votação acompanhada por uma televisão. Carlos Queirós não aceitou!
Como sócio da selecção portuguesa com as quotas pagas, ou seja, cidadão detentor de BI português com impostos em dia, também me sinto no direito de dar a minha alfinetada em jeito de sugestão. Assim, venho propor que no próximo grande torneio a convocatória seja ainda mais inovadora. Acho que o seleccionador deve aceitar a proposta rejeitada por Carlos Queirós com uma pequena inovação, o detentor do cargo deve nomear 21 jogadores. O 22º deve ser encontrado através da votação do público e o 23º através de um sorteio feito após a venda de umas rifas aos cidadãos nacionais interessados em ir à selecção. Este sorteio implica não só um maior envolvimento dos portugueses na causa “Selecção nacional”, como dá também a oportunidade a um mero cidadão, independentemente da proeminência da sua zona abdominal, idade e classe social, de realizar um sonho! Qualquer um de nós pode ir à selecção, passear de charrete, dar autógrafos, engatar gajas (ou gajos), conhecer o presidente, receber uma medalha, enfim um sem número de oportunidades.
No dia do sorteio, a transmitir obrigatoriamente na TVI, junta-se meio país num relvado de um qualquer parque português, oferecem-se ainda meia-dúzia de electrodomésticos e põe-se a família Carreira a cantar toda a santa tarde. O dinheiro da venda das rifas serve para ajudar a pagar as despesas feitas pela selecção que rondarão cerca do dobro da média gasta pelas adversárias.
Antes do início da competição, uma qualquer cadeia de supermercados vai passear carros com publicidade nas ruas dos países adversários, a relembrá-los das derrotas que obtiveram em confrontos anteriores com a nossa Selecção, de preferência em tom insultuoso. Ah, afinal isso já foi feito este ano e já não é inovação! 

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