25 de junho de 2012

Limpezas


A fotografia digital é uma coisa espantosa, permite-nos captar imagens sem nos preocuparmos com as despesas associadas ao rolo ou limitação a 24 ou 36 fotografias.
Normalmente, após um ou vários dias a tirar fotos, pego no cartão meto-o no computador e descarrego o seu conteúdo para uma pasta com a data e eventualmente a descrição do âmbito das fotos. Depois, selecciono aquelas que em meu entender são as melhorzinhas e copio-as para uma pasta no interior da primeira, para as editar ou melhorar. Nunca apago os originais pois posso não ficar contente com o resultado final e dessa forma nunca se perde uma obra-prima.
Como tenho alguma dificuldade em desfazer-me dos meus bens e as fotos não são excepção, raramente apago alguma coisa, excepto se o resultado for manifestamente merdoso e sem a mínima possibilidade de salvação. A juntar a este motivo, por vezes o tempo e a vontade não abundam e a pouco e pouco vão-se acumulando dezenas de “monos fotográficos” no disco.
Um destes dias por mera curiosidade procurei o espaço que tinha disponível no “disco da tralha” e para meu espanto era de apenas um quarto do total. Quando comprei o computador procurei um que tivesse dois discos físicos (diferente de um disco bipartido virtualmente), para utilizar um para os programas e outro para a restante informação a que chamo de “tralhas”. Assim quando o computador tem de ser formatado basta fazê-lo a um disco permanecendo a tal “tralha” intacta. Já por duas ou três vezes esta opção me poupou dissabores.
Após reparar nesse acumular de informação, decidi fazer uma limpeza a tudo o que não interessava e passei a tarde de ontem a eliminar os tais “monos fotográfico” que por lá tinha. Entre fotos desfocadas e sem interesse apaguei cerca de 1200. Porventura algumas não estariam completamente dentro do lote de perdidas, mas coloquei-me duas questões às quais as fotografias apagadas não obtiveram resposta positiva, “Para que é que eu iria manter fotos que nunca mais iria ver na vida com um mínimo de atenção ou emoção?”  e “Se as apagasse daria pela sua falta?”. Posto isto, a solução foi apaga-las.
Por exemplo, tinha uma pasta com perto de cem fotografias que tirei no ano passado nas grutas de Mira d’Aire, local que acho bastante agradável, daí a querer ver imagens de estalactites e estalagmites no computador… Procedimento: “Ctrl+t” (seleccionar tudo) “del” (apagar).
Pode colocar-se outra, qual o motivo que me levou a tirá-las. Simples, para aperfeiçoar nada melhor que praticar.
O próximo passo é conseguir fazer a mesma limpeza às fotos que tenho tirado da pequenita, mas neste caso o processo será bastante mais difícil e moroso. Neste caso, até as desfocadas parecem boas!

2 comentários:

  1. Apagar fotografias, mesmo que estejam desfocadas ou tremidas é, em última análise, o apagar da memória colectiva para a qual vamos contribuindo com as nossas imagens.
    Ao preço a que estão os DVDs virgens, o melhor mesmo é copiar esse tal arquivo “menos bom” para esse suporte e guardar em local seguro. Ou, em querem ir um pouco mais longe, um disco externo que se liga uma vez a cada seis meses para fazer o arquivo.
    Passados uns anos, mesmo as desfocadas e/ou tremidas acabam por ter graça.
    Por outro lado, como se pode comparar a evolução se não se tiver acessível o esforço anterior?
    Apagar fotografias? Nunca, de forma alguma!

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  2. Muito obrigado JC Duarte. Vou ter muito em conta o conselho!

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