27 de setembro de 2012

Panela de pressão


Se hoje me pudesse comparar a objecto, por mais ridículo que isso possa parecer, comparava-me a uma panela de pressão ou então uma caldeira de água a ferver. Pensando bem, acho que a panela de pressão é mais adequada, pois passei o dia a soprar. Esse soprar teve exactamente o mesmo propósito da purga da panela de pressão, não rebentar.
A muito custo e com um esforço por me manter bem-humorado, consegui não explodir. Não explodi, mas fui soltando uns pequenos tiros de pólvora mais-ou-menos seca, que os companheiros de trincheira foram aturando e disparando em sintonia.
A minha capacidade de encaixe varia conforme as circunstâncias, mas genericamente procuro ter o discernimento suficiente para analisar o que me rodeia, os motivos e consequências das acções. Compreendo que há situações que podem fugir ao controlo dos intervenientes e por vezes os efeitos não são totalmente da sua responsabilidade. Outras há que, por muita boa vontade da minha parte, não consigo de todo compreender e essas tendem a tirar-me do sério. Um dos meus grandes defeitos é que se a panela de pressão rebenta, o estrondo que ela provoca pode causar efeitos irreversíveis. Nestes casos, não há apanha de cacos que valha.

25 de setembro de 2012

Intranquilo

Sinto-me intranquilo, isto porque, a seguradora com a qual a minha entidade empregadora tem contrato, não aprovou parte da cirurgia a que deveria ser sujeito no próximo dia 13 de Outubro. O processo iniciou-se a 18 de Abril, e apenas no passado dia 18 de Setembro me informaram que apesar de todas as reviravoltas a que me obrigaram em 5 meses, não aprovavam uma parte, e porventura a mais importante. Escrevi-lhes um e-mail que deixo abaixo e que explica os motivos pelos quais estou ... intranquilo. 

"Exmos. Senhores,

No passado dia 18 de Abril, enviei para os vossos serviços por fax, a partir do CHSF, um “Impresso de informação clínica - Geral”, formulário esse que visava o pedido de aprovação de cirurgia, onde eram indicados explicitamente os códigos “34000023 – septoplastia” e “34000025- turbinectomia unilateral”.
No seguimento deste envio, foi-me pedida, em contacto telefónico, a TAC que evidenciava os problemas objecto de correcção na cirurgia a realizar. Enviei no dia 15 de Maio via e-email uma cópia ao cuidado do Senhor LN. Por me ser novamente solicitado que vos enviasse essa documentação, pelo CHSF, remeti-vos uma segunda vez, no dia 18 de Maio, o mail enviado anteriormente, agora ao cuidado da Senhora AV.
No dia 17 de Maio, foi-me enviada uma carta da vossa parte que recebi 3 dias depois, a solicitar nova TAC, agora aos Seios peri-nasais, visto que a primeira era uma TAC crânio-encefálica e insuficiente para análise do vosso Director Clínico, Dr. RCS, pese embora tenha sido suficientemente esclarecedora para o Otorrino que me observou e que tenho como competente, Dr. MG. O vosso pedido obrigou-me a ir pela terceira vez a uma consulta e a fazer nova TAC, cuja cópia do relatório vos foi remetida por e-mail no dia 11 de Junho.
No dia 12 de Junho foi-me endereçada nova carta, agora a solicitar um “Relatório médico que justificasse a realização do código 34000025 (Idem, bilateral) atendendo ao relatório da TAC Seios Perinasais”. Farto de me ver envolvido em tamanha burocracia telefonei pela segunda vez (desde o início do processo) para os vossos serviços a fim de esclarecer quais os elementos em falta e se mos podiam indicar de uma só vez, salientando que não sendo eu médico tal questão não me deveria ter sido colocada a mim mas sim ao Otorrino. Foi-me dito que era apenas o único elemento em falta.
Após ter sido enviado pelo Otorrino o referido relatório, situação que tratei directamente com o CHSF, recebi nova carta da vossa parte, enviada no dia 29 de Junho a solicitar que indicasse a data da cirurgia. Voltei a contactar por telefone os vossos serviços, visto terem pedido novos elementos depois de indicar não haver nada em falta além do relatório médico, que me disseram para indicar a minha disponibilidade e que esta seria a última solicitação da vossa parte. Indiquei por e-mail a minha disponibilidade no dia 14 de Julho.
No dia 20 de Julho, responderam ao e-mail que enviei dizendo que a data teria de ser um dia concreto e não um período de tempo. Tal situação obrigou-me a agendar a 5ª (QUINTA) consulta com o Otorrino, que por indisponibilidade de horário do CHSF, apenas consegui marcar para dia 12 de Setembro. No dia 13 de Setembro indiquei-vos por e-mail que a cirurgia, que obviamente incluía a septoplastia e turbinectomia bilateral, tinha sido agendada com o Otorrino para dia 13 de Outubro.
Na passada sexta-feira, 22 de Setembro, recebi uma carta vossa de dia 18 de Setembro, indicando ter sido aprovada a cirurgia “Turbinectomia Unilateral – código 34000007 X2” mas que a correspondente ao código “34000023 (Septoplastia), não era comparticipada.
Desde a primeira informação que vos foi remetida que a Septoplastia foi claramente descrita como um dos motivos pelo qual era necessária a realização da cirurgia.
O contrato de seguro foi celebrado com a minha entidade empregadora, situação que é do vosso conhecimento, visto estar escrito no cartão que me foi atribuído por vós. Não tenho portanto uma cópia da apólice.
Em nenhum momento e em nenhum dos contactos me foi referido que a Septoplastia não seria comparticipada. Os contactos foram iniciados a 18 de Abril, e a seguradora apenas me informou desta situação a 18 de Setembro, ou seja, 5 (CINCO) meses depois, vendo-me eu forçado a gastar dinheiro e a perder tempo, para demonstrar a necessidade de uma cirurgia que segundo vós a apólice indica como não abrangida.
Após pedido que fiz à responsável dos recursos humanos da empresa para a qual trabalho, verifiquei que a apólice não é clara na exclusão da dita cirurgia.
Por esse motivo, e tendo em conta o arrastar do processo, ausência de vontade em resolver a situação e a forma como o processo foi gerido, verifico que da parte da Seguradora T/AC, é transmitida uma inequívoca incompetência e falta de seriedade.
Venho portanto solicitar que seja feita uma célere reanálise ao processo e que me seja dada uma resposta o mais breve possível, tendo em conta a proximidade do dia 13 de Outubro.
Informo também da minha intenção em participar o assunto à Associação Portuguesa de Seguradores.

Cumprimentos,  

Joel Mota"

23 de setembro de 2012

Pequeno desafio

Hoje proponho aqui um desafio, deixo aqui um conjunto de frases proferidas por um político português aquando de uma situação de grandes dificuldades económicas para o país. A compilação não foi feita por mim mas por Vítor Matos e publicada pela revista Sábado. Todas as frases foram divulgadas por meios de comunicação social portugueses ou estrangeiros na época em que foram ditas. São eles, Diário de Notícias, Jornal de Notícias, RTP, 1ª página, Correio da Manhã e Der Spiegel.
- “Os problemas económicos em Portugal são fáceis de explicar e a única coisa a fazer é apertar o cinto”.
- “Não se fazem omoletas sem ovos. Evidentemente teremos de partir alguns”.
- “Quem vê, do estrangeiro, este esforço e a coragem com que estamos a aplicar as medidas impopulares aprecia e louva o esforço feito por este governo.”
- “Quando nos reunimos com os macroeconomistas, todos reconhecem com gradações subtis ou simples nuances que a política que está a ser seguida é a necessária para Portugal”.
- “Fomos obrigados a fazer, sem contemplações, o diagnóstico dos nossos males colectivos e a indicar a terapêutica possível
- “A terapêutica de choque não é diferente, aliás, da que estão a aplicar outros países da Europa bem mais ricos do que nós”
- “Portugal habituara-se a viver, demasiado tempo, acima dos seus meios e recursos”.
- “O importante é saber se invertemos ou não a corrida para o abismo em que nos instalámos irresponsavelmente”.
- “[O desemprego e os salário em atraso], isso é uma questão das empresas e não do Estado. Isso é uma questão que faz parte do livre jogo das empresas e dos trabalhadores (...). O Estado só deve garantir o subsídio de desemprego”.
- “O que sucede é que uma empresa quando entra em falência... deve pura e simplesmente falir. (...) Só uma concepção estatal e colectivista da sociedade é que atribui ao Estado essa responsabilidade.
- “Anunciámos medidas de rigor e dissemos em que consistia a política de austeridade, dura mas necessária, para readquirirmos o controlo da situação financeira, reduzirmos os défices e nos pormos ao abrigo de humilhantes dependências exteriores, sem que o pais caminharia, necessariamente para a bancarrota e o desastre”.
- “Pedi que com imaginação e capacidade criadora o Ministério das Finanças criasse um novo tipo de receitas, daí surgiram estes novos impostos”.
- “Posso garantir que não irá faltar aos portugueses nem trabalho nem salários”.
- “A CGTP concentra-se em reivindicações políticas com menosprezo dos interesses dos trabalhadores que pretende representar”
- “A imprensa portuguesa ainda não se habituou suficientemente à democracia e é completamente irresponsável. Ela dá uma imagem completamente falsa.”
- “Basta circular pelo País e atentar nas inscrições nas paredes. Uma verdadeira agressão quotidiana que é intolerável que não seja punida na lei. Sê-lo-á”.
- “As finanças públicas são como uma manta que, puxada para a cabeça deixa os pés de fora e, puxada para os pés deixa a cabeça descoberta
- “Não foi, de facto, com alegria no coração que aceitei ser primeiro-ministro. Não é agradável para a imagem de um político sê-lo nas condições actuais”
- “Temos pronta a Lei das Rendas, já depois de submetida a discussão pública, devidamente corrigida
- “Dentro de seis meses o país vai considerar-me um herói”.
Uma dica para quem não conseguiu descobrir, foram declarações proferidas entre 1983 e 1984 por um senhor que era “fixe”.


19 de setembro de 2012

El Comandante

Sou benfiquista assumido, daqueles que vivem com alguma intensidade o clube, acompanham o seu percurso nas competições, conhecem minimamente a sua história e os jogadores que o integram. Sofro com as derrotas e os empates e empolgo-me com as vitórias, embora com o tempo esses comportamentos tenham começado a ser mais moderadas. O futebol e o desporto em geral não devem assumir nas nossas vidas maior importância do que na realidade têm.
Sendo benfiquista, tento manter a imparcialidade ao analisar o que vejo nas disputas e competições entre clubes, esteja ou não metido o meu “Glorioso” ao barulho. Quando vejo uma partida procuro analisar os lances de jogo, as performances e comportamentos dos intervenientes sem me deixar influenciar pela clubite. Uma coisa é ser benfiquista e outra completamente diferente é ser parvo, esta segunda tento evitar que se manifeste muitas vezes.
Há no futebol português muito bons jogadores pelos quais eu tenho alguma admiração, quer pela sua capacidade futebolística, quer pela sua atitude humana. Um desses jogadores dá pelo nome de Luiz González, mais conhecido por Lucho González, e é jogador do Porto.
Ontem, o Porto jogou em Zagreb o seu primeiro jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões, umas horas antes do jogo começar Lucho Gonzalez recebeu a notícia de que o seu pai tinha falecido na Argentina. A atitude mais esperada seria a de não alinhar no encontro, dada a devastadora notícia. Contrariando essas expectativas jogou de início, foi um dos melhores em campo e marcou o primeiro golo. Fez mais do que lhe era exigido, assumiu a braçadeira de capitão demonstrado porque é merecedor de a usar, liderou a sua equipa com a influência que lhe é característica e deu um passo larguíssimo para tornar o seu grupo mais coeso.
Para além do jogador distinto, justifica também a sua alcunha de “El Comandante”. 

18 de setembro de 2012

Lixado!

Estou aqui que nem posso! Chateado, revoltado, desiludido e outras coisas acabadas em "ido" que não posso dizer. Vi o sorteio do euromilhões e estava aqui feliz da vida a pensar que tinha ganho o prémio. 
Assim que a minha cara-metade me perguntou:
-Então já viste o euromilhões?
Respondi-lhe:
- Já e ganhei! 
Ganhei, logo eu que só jogo 2€ de cada vez e quando o rei faz anos, ainda para mais com uma chave sorteada pela máquina, coisa que ela se opõe terminantemente. Geralmente calham-me números coincidentes com as estrelas e isso deixa-a pouco confiante, pois não acredita que a sorte dite a repetição das bolas.
Mas hoje, a sorte que nunca me bafejou estava-me de feição e aconteceu, a chave era premiada!
De seguida perguntou-me:
- Qual é o valor do prémio?
- Espera que vou confirmar à net! - Respondi eu de sorriso na cara.
Entrei no site da Santa Casa da Misericórdia e o mundo desabou! A minha miopia traíu-me e apunhalou-me a sorte pelas costas à falsa fé. O número que saiu era o 38 e não o 30, como eu pensei ver. Menos um número certo e tudo caiu por água abaixo!
Raios, ainda não foi desta que conquistei o meu primeiro prémio no euromilhões, ainda não é desta que eu faço pelo menos 2 números e 1 estrela!

17 de setembro de 2012

A bela e o polícia

Há uns dias criei uma conta numa rede social relativamente recente de seu nome “Pinterest”. O “Pinterest” é um local onde cada um pode afixar imagens (pins) no seu mural, arquivadas em galerias definidas pelo próprio. É um local onde o utilizador publica as imagens que encontra na net ou fotografias que tira, disponibilizando-as para visualização dos seus seguidores.
No domingo afixei pela primeira vez um pin da imagem que pode ser vista em baixo, de José Manuel Ribeiro da Agência Reuters, numa pasta a que dei o nome Portugal. De todas as fotografias que vi da manifestação de sábado, tiradas aos manifestantes e aos muitos cartazes que denotam grande criatividade e mensagens, na sua maioria, extremamente fortes, esta é sem dúvida a imagem mais marcante que vi desse dia. É a fotografia que simboliza aquela manifestação.
A jovem, Adriana Xavier, oriunda de Lagos participou pela primeira vez numa manifestação e afirmou, em entrevista ao Jornal Público, entre outras coisas, algumas legitimadas pelos seus 18 anos, uma frase que eu retive e que me parece ser também ela de enorme significado, “Às vezes vemos os polícias partir para a violência e aproximei-me porque queria perceber o que é que eles eram capazes de fazer. Porque eles também são o povo, também estão a ser prejudicados com as medidas”.
Acredito piamente que muitos daqueles polícias se sentiram do lado errado da manifestação e se calhar também por esse motivo foram, injustamente e inexplicavelmente, muito maltratados e desrespeitados junto à escadaria da Assembleia da República sem reagir.
Quanto ao momento que fica para a eternidade, penso que a única pessoa que pode não gostar de o ver é a eventual esposa ou namorada do polícia.

José Manuel Ribeiro - Reuters

15 de setembro de 2012

A manif

Porque é que eu não vou a uma das manifestações realizadas por todo o país, cujo mote era “Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas”?
Muito simples, por o mote ser esse. Não que tenha alguma coisa a favor ou contra a troika, mas por ser, em minha opinião, o motivo errado.
A troika é constituída pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia. Não ocupou o território, nem a nossa economia à força, fomos nós que os chamámos para nos emprestar dinheiro porque não conseguíamos suportar as nossas despesas. Financiaram-nos e nós aceitámos as condições, boas ou más, são as possíveis porque estávamos mais tesos que um carapau. Não nos podemos é recusar a pagar a quem devemos!
Outro motivo que me fez tomar a decisão de não ir à manifestação, está relacionado com o aproveitamento político que é feito pelos partidos. Por mais que digam que não é uma manifestação partidária, todos esses parasitas vão estar na primeira fila. E eu, Joel Mota, estou tão contra o governo, como contra esta oposição a este governo. Temos uma classe política muito rasteira. Não propõem medidas sérias, não abdicam dos seus interesses e não agem em benefício do país. Mudam os cús mas as cadeiras são sempre as mesmas.
Se me sinto mal por não me manifestar ao lado dos que reclamam causas justas? Sim, chateia-me bastante não demostrar que também quero agir. Se esta manifestação fosse contra toda a classe política, porque foram eles que nos meteram neste abismo, se fosse contra todos os que foram cúmplices ou que ajudaram a dar no nó na corda que temos ao pescoço, eu estaria lá. Essa sim, seria uma forma completamente apartidária de mostrar a indignação do povo.
Quanto a esses senhores que vivem à nossa conta, não deixo apelo nenhum, até porque não vão ler o que escrevo e mesmo que lessem tudo permaneceria na mesma. Os seus discursos raramente fogem a um enorme chorrilho de asneiras ditas para seu próprio interesse e branqueamento dos seus comportamentos desviantes.
O que eu gostava mesmo é que levassem um valente aperto, que fossem chamados à razão, que pagassem de uma vez por todas pela merda que fazem, que comessem o pão que o diabo, personificado pela sua classe, amassou.
Quem são eles para falar em dificuldades, em desemprego, em falta de dinheiro? Quantos deles têm de contar os tostões para comprar comida para por na mesa aos filhos? Quantos pagam juros ao banco pelo atraso das mensalidades só porque o patrão não pagou a tempo? Quantos é que estiveram desempregados meses a fio? Quantos é que descontaram 40 ou mais anos para receberem pouco mais que um miserável ordenado mínimo de reforma?
Tenham respeito por quem lhes paga os luxos.

14 de setembro de 2012

A saque


Não tive oportunidade de ver e ouvir a entrevista ao Primeiro-ministro na íntegra, isto porque à mesma hora dá o “Bob, o construtor”, o “Thomas e os amigos” e o “Bombeiro Sam”, que em boa verdade são programas moralmente mais ricos e decentes. A declaração do líder do PS vi-a também mais tarde na internet.
Do pouco que vi, reparei que ambos os oradores tiveram discursos bem articulados e muito bonitos sobre coisas muito feias. Se Passos Coelho aparentou ser um líder assertivo, preocupado, ponderado e confiante na eficácia das suas medidas, por seu lado António José Seguro foi firme, inconformado, insubmisso e quase carismático. Estes senhores são dois extraordinários exemplos de pessoas em quem podemos confiar para dar a volta por cima, verdade? Mentira, são líderes fracos, aliás, muitíssimo fracos que continuam a pensar em pouco mais do que nos partidos, nos amigos e em dar uma imagem que lhes permita aceder ou manter-se no poleiro durante o maior período de tempo possível. Mas não são os únicos, da extrema-esquerda à direita a assembleia está apinhada destes espécimes.
Passos Coelho tem falta de coragem para assumir que isto não vai lá com impostos incomportáveis, sobretudo à classe média (se é que ainda existe classe média), é preciso cortar na despesa do estado! Cortar na despesa do estado implica cortar em tachos, em salários imorais, em privilégios absurdos, nos “jobs for the boys”, acabar com parcerias público-privadas e com as reformas de milhares de euros, só para dar um pequeno exemplo. A economia só recupera se as empresas comercializarem os seus produtos, sacar os ordenados até ao último tostão a quem compra só acentua o problema. Mais, a justiça tem de ser credibilizada responsabilizando e prendendo os ladrões e corruptos que nos levaram a este poço. Onde é que estão os documentos da compra dos submarinos que metem água?
Passos Coelho por incompetência ou irresponsabilidade, pouco mudou em relação ao anterior governo, insistindo desnorteado em ser teimoso à nossa custa.
Já o líder do PS, António José Seguro, a cada vez que abre a boca faz-me sentir insultado. O seu partido meteu cá TRÊS vezes o FMI, sim TRÊS! Duas com o Excelentíssimo Mário Soares, que recebe mensalmente milhares à conta do estado, mais carrinho, combustível, motorista e 14 agentes da PSP por sua conta diariamente, e uma terceira com um tal de Sócrates, cujos indícios de corrupção dispensam apresentações. Seguro, antigo ministro de Sócrates, apresenta como genial medida, o aumento dos impostos às PPP’s para minimizar o estrago! Boa António, aumentar os impostos às parcerias público-privadas que são financiadas com o nosso dinheiro! 
Demagogicamente, Seguro, anda com os Bernardinos, as Heloísas, os Louçãs, e meia-dúzia de Sindicatos a tentar convencer o povo de que não é preciso abdicar dos privilégios a que grande parte da função pública estava habituada. Saliento que a minha revolta não é contra os funcionários públicos, mas não pensem que o estado lhes pode pagar acima do que o seu trabalho rende, ou mais do que os cofres estatais possuem.
Em todas as empresas privadas os funcionários têm de ser rentáveis a ponto do resultado do seu trabalho, directa ou indirectamente, pagar o seu ordenado. Porque é que a função pública deve ser diferente?
Défice quer dizer que se gasta mais do que se ganha! Se as despesas são superiores aos rendimentos, das duas uma, ou se corta a despesa ou se aumenta o rendimento. 

11 de setembro de 2012

11 anos depois


Logo pela manhã, tive de passar pelo posto-médico para que o meu médico de família me passasse umas análises, uns medicamentos, ouvisse umas queixas da vesícula e para que a enfermeira me desse uma agulhada no braço para administrar a vacina antitetânica.
Ao escrever a data no boletim de vacinas, a enfermeira reparou que se assinalava o 11º aniversário dos atentados ocorridos em Nova Iorque. De imediato comentou que se lembrava bem desse dia, onde estava e o que fazia enquanto as torres gémeas eram atingidas pelos aviões. Também eu comentei com ela algumas circunstâncias desse meu dia, o local onde soube da notícia e de como a notícia inicialmente me chegou confusa. Confusão é provavelmente uma das palavras que caracterizaram bem esse dia, tragédia será outra.
Poucas serão as pessoas que não têm bem fresca na memória a recordação do local onde se encontravam e o que faziam aquando dos fatídicos acontecimentos. Onze anos depois aquelas imagens brutais ainda impressionam, onze anos depois e parece que foi ontem.

10 de setembro de 2012

Dúvidas


Alguém me consegue responder a estas questões, explicando-me claramente como se eu fosse muito burro (e se calhar sou-o):
Se o governo aumenta os impostos, ficamos com menos dinheiro?
Se tivermos menos dinheiro, temos menos poder de compra?
Se não tivermos poder de compra, as empresas continuam a vender?
Se as empresas não venderem, não têm lucro?
Se as empresas não tiverem lucro, como é que contratam funcionários, pagam aos que já têm e aos fornecedores?
Se as empresas não pagarem, não são viáveis e fecham as portas?
Se as empresas fecharem as portas, os funcionários vão para o desemprego?
Com tantas empresas a fechar, o desemprego aumenta?
Se o desemprego aumentar, a segurança social precisa de mais dinheiro para pagar os subsídios de desemprego aos desempregados que ainda o recebem?
Como é que aumentar os impostos aos trabalhadores, sobretudo no estado de sufoco em que se encontram, pode incentivar a economia e diminuir o desemprego?
Se um país tem menos gente a trabalhar do que sem trabalhar, como é que o dinheiro há-de ser suficiente para que sustentar as despesas do estado?
Um estado que tem mais despesas do que rendimentos e património não é um estado falido?
Provavelmente, não percebo por não ser economista ou gestor.

9 de setembro de 2012

Macro nova


Em determinados comportamentos sinto que parei de evoluir quando tinha 10 anos. Quando meto na cabeça que quero uma coisa não descanso enquanto não a tiver, passando naturalmente essa vontade por um filtro de sensatez. É um bocado aquela atitude do puto que quer um brinquedo e que não para de chatear os pais enquanto não o tiver ou não levar uma sova que lhe mude as ideias (estou brincar, que fique claro).
Há uns tempos comecei a pensar em melhorar o meu equipamento fotográfico e comprar uma objectiva nova. Um dos brinquedos que me faltava era uma objectiva para macrofotografia, para quem não está familiarizado com o termo, pode-se resumir muito basicamente ao tipo de fotografia feita às formiguinhas. Comecei a pesquisar, a informar-me, a ler opiniões e avaliações até formar uma ideia que me permitisse tomar uma decisão. Optei por comprar uma macro 60mm com motor ultra-sónico da marca da minha máquina.
Como o meu aniversário chegou entretanto, recebi uns trocos que deram para pagar boa parte do investimento, que neste tipo de material não é pequeno.
Feitas as primeiras fotos, o resultado foi mais do que satisfatório, tendo em conta que sou praticamente um leigo na matéria. Chato foi descobrir nas fotos que tirei, que tenho o sensor da máquina cheio de pó! E isto é uma coisa que me dá cabo dos nervos!!!!

Um dos primeiros testes tendo a pequenita como modelo

5 de setembro de 2012

Amor à camisola


A pergunta que se põe é: Qual amor à camisola?
O Javi Garcia é espanhol, o Witsel é belga e o Hulk é brasileiro. Alguém estaria à espera que eles fosse benfiquistas ou portista (caso do hulk) desde pequeninos? E se fossem, abdicariam de pelo menos o dobro do salário (e prémios) para ficarem nos clubes do “coração”?
Os homens eram profissionais bem pagos, aliás muitíssimo bem pagos, mas sendo aliciados para melhorarem significativamente as suas condições salariais, agiram como outro qualquer funcionário de outra qualquer profissão. Poderiam abdicar de ligeiras melhorias contratuais em detrimento do bem-estar que lhes era propiciado no clube, mas não abdicariam por certo de uma diferença tão grande. Mais, tendo família é também normal que pensem em amealhar o mais possível para lhe garantir uma situação confortável.
No caso do Hulk e Javi Garcia, esta poderia ser a derradeira hipótese para firmar um grande contracto, as suas carreiras durarão mais 7 ou 8 anos e neste momento estão no apogeu das suas capacidades. No caso do Witsel, em minha opinião, pode ter sido uma precipitação, com 23 anos arriscar-se-ia ser contractado por um clube melhor, com melhores condições, num campeonato mais competitivo, na próxima época.
Compreendo e não me choca a decisão que tomaram, mesmo não me agradando nem um bocadinho.
Respondendo à pergunta inicial, o amor à camisola é coisa com a qual já não se pode contar, a existir será sempre um “bónus”, fundamental é o profissionalismo e nenhum dos jogadores me pareceu ter falhado nessa questão.
Quanto aos que se queixam dos “mercenários do futebol”, que atire a primeira pedra aquele que confrontado com a mesma situação não agiria da mesma forma.

3 de setembro de 2012

Até quando?


A tarde e o anoitecer de ontem trouxeram um céu carregado de fumo e o amanhecer de hoje não foi melhor, pelo contrário, a nuvem era tão escura e tão densa que se confundia com os dias de inverno em que chuva promete aparecer. Os carros acordaram cobertos de cinzas e o sol tinha uma cor vermelha carregada surgindo por entre a neblina doentia. Assim têm sido as horas em Leiria e arredores desde que começou o incêndio no concelho de Ourém.
A respiração é dificultada pelo cheiro intoxicante, as varandas estão cobertas de pequenas e grandes fagulhas, arrastadas mais de 25 km até cá chegarem. O tom da luz do dia filtrada pelo fumo é amarelado.
O cenário nas zonas ardidas é mais trágico, mais assustador, mais desolador, morreu uma pessoa a tentar salvar provavelmente os bens que juntou ao longo de uma vida, outros ficaram vivos e sem absolutamente mais nada.
Ano após ano este inferno continua!

2 de setembro de 2012

32

Cum catano, o tempo passa mesmo a correr. Hoje fiz 32 anos e quase não dei por serem tantos a passar. A idade não me assusta, pelo menos para já, e espero sinceramente nunca vir a assustar, mas já 32! A passarem a este ritmo ainda me arrisco a deixar alguma coisa para trás e isso era chato.
Sinto-me mesmo muito contente por ter tido o privilégio de ter amigos e familiares a telefonar-me, a mandar mensagens para o telemóvel, a mandar mensagens para o facebook, a desejar-me os parabéns pessoalmente, de ter almoçado com os meus pais, com os meus tios, de acordar ao lado da minha cara-metade e da minha filha me ter dado os parabéns e muitos beijinhos. Que mais se pode pedir?! Estas são as melhores prendas, sem falsas modestias ou hipocrisias. Os bens materiais importam, mas não tem sequer o mínimo de expressão quando comparados a estes mimos.
Obrigado a todos!