31 de outubro de 2011

Dia mundial da poupança


http://www.123rf.com

Hoje comemora-se o dia mundial da poupança. Quando ouvi a notícia pensei que a efeméride tinha sido criada recentemente para nos lembrar que a corda que temos ao pescoço está bem aconchegadinha. Após uma breve pesquisa fiquei a saber que afinal foi implementada em 1924 no primeiro Congresso Internacional de Economia, realizado em Milão, com o objectivo de alertar as populações para necessidade de amealhar uns tostões. 
Quem diria que quase um século depois a data estaria tão actualizada.

30 de outubro de 2011

Horário de Inverno

O último fim-de-semana de Outubro premeia-nos sempre com um chato atraso de relógio e manda-nos para o horário de Inverno ou inferno, como se queira interpretar. Já não bastava anoitecer tão cedo no Inverno, ainda temos que acentuar isso com menos uma hora de sol no final do dia. 
A minha querida esposa ontem comentou, que devido à mudança da hora poderíamos dormir mais esta noite por o relógio atrasar. Teoricamente ela tinha razão, na prática não teve. Esqueceu-se de um pequeno pormenor, de há um ano para cá, quem manda nos horários é a única pessoa que não sabe ver as horas, a pequenita!
A sua pontualidade inglesa é notável e hoje não se quis atrasar, mais uma vez  à hora marcada no seu relógio biológico deu sinal de si. O problema é que o relógio biológico dela não se regula pela legislação comunitária, e à hora habitual achou que era hora de se levantar, ou de a levantarem. Resultado 6h30m hora actual, 7h30 horário de Verão lá chamou por nós. Ainda resistimos o que pudemos, e ela até foi tolerante, mas o que é certo que a partir das 6h30 já não preguei olho, o que se traduziu em 6 horas dormidas, nem mais nem menos! Portanto, o lucro acabou por se transformar em défice.
Espero que o Deus Khronos faça depressa um pacto com ela e a convença a sincronizar também os seus ponteiros.


27 de outubro de 2011

Senna


“- O Ayrton Senna teve um acidente e morreu. – Disse eu ao meu pai ainda chocado quando cheguei ao pé dele, naquele domingo solarengo, 1 de Maio de 1994.
- O Ayrton Senna?! Teve um acidente e morreu? Mas já está mesmo confirmado?
Perguntou ele, estupefacto.
- Sim, já falou uma médica a confirmar.
Respondi-lhe obviamente triste.”
http://autoandrive.files.wordpress.com
Lembrei-me deste dia por ver na internet uma referência ao documentário feito recentemente sobre a vida de Ayrton Senna da Silva. Escusado será dizer que era e continua a ser o meu piloto de Fórmula 1 preferido. Até hoje não houve ninguém por quem tenha conseguido desenvolver o mesmo grau de preferência que tinha pelo piloto brasileiro.
Não sendo seguidor assíduo da modalidade, não deixava de ter algum interesse em ver aquelas corridas ao domingo à tarde, em que um capacete verde e amarelo sobressaía no carro vermelho e branco, geralmente nos primeiros lugares. Como ele próprio dizia, o seu limite era um pouco acima do limite dos outros, e isso era evidente.
Certo dia no Mónaco, tendo já mais de quarenta segundos de vantagem sobre o segundo classificado não levantou o pé, tinha de dar sempre tudo em todos os momentos, nunca abrandava por maior que fosse a vantagem e isso levou a que deitasse tudo a perder num despiste. Noutra vez empenhou-se de tal forma na vitória e exigiu tanto de si, que pouco depois de cortar a meta, desmaiou ainda sentado ao volante.
Senna era magnífico piloto e também magnífica pessoa, que o diga Erik Comas. Na qualificação para o grande prémio de Spa-Francochamps - Bélgica, em 1992, ao aperceber-se do grave acidente e consequente perda dos sentidos por parte de Erik Comas, Ayrton Senna pára o carro, salta fora do cockpit e atravessa a pista a correr em auxílio do piloto francês. Naquele momento abdicou da disputa pela pole position, arriscou ser atropelado ou ser apanhado na iminente explosão do bólide do francês, o mais importante era salvá-lo e isso traduz a sua coragem e bondade.
Para mim foi e será sempre o maior, mesmo tendo menos títulos de campeão do mundo que Schumacher, Fangio ou Prost. Era um campeão dentro e fora dos circuitos e os que atingem esse estatuto são imortais, são Lendas!

26 de outubro de 2011

Estrela cadente

Anteontem encontrei esta fotografia num blog que costumo visitar diariamente, http://photoblog.msnbc.msn.com. A fotografia está soberba e por esse motivo não resisti a publicá-la. O autor da magnífica obra-prima foi Jeff Berkes, um fotógrafo norte americano, que registou este momento em Elverson na Pensilvânia durante uma chuva de meteoros à 1h00 da manhã de dia 22 de Outubro. Vale a pena apreciar.

25 de outubro de 2011

Wikileaks

Há cerca de 5 anos foi lançado um site que pretendia divulgar informação confidencial cujo conteúdo continha dados que demostravam a pouca clareza das acções de governos e empresas em diversas questões nomeadamente diplomática e militar. O projecto em questão é o "Wikileaks".
O Wikileaks, liderado pelo australiano Julian Assange, pretendeu desde a sua génese, divulgar documentação secreta, expondo algumas verdades até aí escondidas ou deturpadas. Com a sua coragem ou irresponsabilidade (eu prefiro acreditar que é coragem) abanou o mundo, principalmente os envolvidos pela podridão corrupta de interesses que movem os meandros políticos e financeiros dos países poderosos. 
Ao revelar telegramas e outra informação classificada conseguiu também arranjar uma série de inimigos que colocaram de imediato a sua cabeça a prémio. A primeira medida foi tentar descredibilizá-lo, a segunda isolá-lo bloqueando-lhe o alojamento do seu site e inviabilizando-lhe a recolha de fundos através dos sistemas de transacções disponíveis. Os ditos operadores ao impedirem, ainda que de forma ilegal como foi declarado pelo governo norte-americano, o amealhar de donativos pela causa, precipitaram o fim da sua actividade.
Pessoalmente não concordo com a divulgação de toda a informação veiculada pelo Wikileaks. No meu entender parte dessa informação era pouco relevante e suportava-se em juízos de valor sobre as personalidades de governantes, incluindo portugueses. Esta informação apenas alimenta conflitos ou desconfianças pouco pertinentes. Concordo no entanto que seja divulgada informação sobre comportamento indignos, corruptos ou incompetentes de pessoas que representam povos ou de instituições bancárias por exemplo,  susceptíveis de afectar a forma como gerem a nossa vida.
Surpreende-me de certa forma que Julian Assange ainda continue vivo pela agitação causada a tantos poderosos. As pessoas que normalmente desafiam o sistema sofrem muitas vezes "acidentes" inexplicáveis. 
Lamento profundamente que o mundo se veja privado de um canal tão importante em defesa da verdade, mesmo sendo inevitável. Espero muito sinceramente que o Wikileaks ou outro qualquer canal de defesa de causas justas como é a verdade, regresse ao activo rapidamente. Este mundo está mesmo muito deficitário de gente com um valente par de tomates como tem Julian Assange.

24 de outubro de 2011

Fim do mundo - adiado indefinidamente

Afinal o senhor Harold Camping voltou a não acertar no dia do fim do mundo. Há gajos com azar! Ou melhor, não acertou no fim do mundo literalmente falando, pois nos dias que correm até parece que vivemos o fim do mundo em cuecas diariamente.
Se da primeira vez que o senhor Harold Camping previu o fim do mundo para 21 de Maio justificou o seu engano com um "Ah, afinal foi um julgamento invisível!", se calhar a falha da previsão para o dia 21 de Outubro deve-se a um recurso invisível ao julgamento invisível. Se o fim do mundo se reger pela justiça nacional vamos andar a saltitar de adiamento em adiamento, de recurso em recurso até chegar ao supremo tribunal, que acontecerá lá para 2040. Ou então o processo é arquivado e já não há fim do mundo para ninguém.
Ao senhor Camping aproveito para lhe deixar um conselho, se anda à procura do fim do mundo, ou pelo menos do seu, viva todos os dias como se fossem o último, mais tarde ou mais cedo acaba mesmo por acertar.

21 de outubro de 2011

Yue Yue

Na passada semana vi uma notícia acompanhada de um vídeo que foi dos mais chocantes que vi até hoje. O acontecimento foi captado por uma câmara de vigilância na cidade de Foshan, estado de Guangdong na China. Na imagem vê-se uma pequena menina de apenas 2 anos, de seu nome Yue Yue, a caminhar pela rua, depois de sair da loja dos pais sem ser notada, subitamente aparece uma carrinha que a atropela. O condutor não sai da carrinha e contrariamente ao esperado, não socorre a menina, volta a arrancar e passa com a roda traseira por cima do corpo da menina lentamente enquanto esta se contorce.
Após o acidente e subsequente comportamento bárbaro, passam junto à menina estendida no chão, gravemente ferida, mais 18 pessoas, a pé, de mota, de bicicleta, de carro, acabando por ser atropelada de novo por uma segunda carrinha. Nem dessa vez foi socorrida!
Todas as 18 pessoas ignoraram o seu sofrimento, o choro e a poça de sangue junto a si, algumas delas desviando-se e continuando o seu percurso! Apenas a 19ª pessoa, uma funcionária municipal, lhe prestou auxílio mesmo depois de aconselhada por alguém que assistia à cena a não o fazer.
A notícia referia que não tinha sido prestado socorro à criança por a lei chinesa induzir o medo às pessoas, que nestes casos se deparam com o risco de poderem vir a ser punidas injustamente.
Desde que vi o vídeo e o relato do sucedido, que a pequena Yue Yue, me vem à memória ocasionalmente acompanhada de um enorme sentimento de tristeza, pela noção do sofrimento a que esta indefesa menina foi sujeita e por ser completamente abandonada a esvair-se em sangue, como se se tratasse de um qualquer objecto sem qualquer importância.
Aquelas imagens que antecedem o atropelamento, em que ainda era apenas uma menina como todas as meninas da sua idade, inocente e curiosa, não me saem da cabeça, tal como não me saem da cabeça as da indiferença a seguir ao atropelamento e as fotografias daquele corpinho pequenino, inerte, cheio de ligaduras e tubos, deitado na cama do hospital com os olhitos fechados.
Não coloquei aqui o vídeo ou as fotos propositadamente, visto a notícia ser suficientemente perturbadora. Nunca como hoje me custou tanto escrever aqui no blog.
Ontem, em consequência da gravidade dos ferimentos e por não lhe terem sido prestados os primeiros socorros atempadamente, a pequena Yue Yue faleceu. 

20 de outubro de 2011

O fim de 42 anos

O acontecimento que marca o dia de hoje, morte de Muamar Khadafi, provoca em mim sentimentos contraditórios. Sou terminantemente contra a pena de morte e execuções, contudo não deixo de sentir algum "alívio" pelo seu desaparecimento, ainda que a sua morte ou vida não contribua para a minha felicidade.
O meu lado mais racional é no entanto completamente contra e fica de certa forma desagradado por um ditador que se manteve no poder durante 42 anos, tenha desaparecido sem que lhe tenha sido feita justiça através dos tribunais. 
Preferia sem a mínima dúvida que Khadafi tivesse sido capturado, julgado e condenado à luz dos tribunais. Ao ser abatido depois de capturado, quando se encontrava ferido e indefeso, transformou o seu executor num assassino cobarde e a si próprio numa vítima indefesa, papel que não lhe deveria assentar.
Pelas notícias que li, o seu carro poderá ter sido atingido por aviões da NATO, muito provavelmente pertencente a um qualquer país da aliança atlântica que há pouco menos de um ano ainda andava consigo de mão dada.
Passada a euforia da liquidação do seu anterior líder, cabe aos líbios organizarem-se para não caírem numa paz podre ou numa guerra civil que os arraste para uma degradação maior do que a vivida por si ao longo de quase meio século. 

19 de outubro de 2011

O fim do mundo...

Harold Camping - Fonte:DN
De acordo com Harold Camping, radialista evangélico norte-americano, o fim do mundo devia ter ocorrido dia 21 de Maio último, previsão que se verificou ser falhada. Na passada segunda-feira Camping, veio pedir desculpa pelo engano, justificando que afinal dia 21 de Maio ocorreu um julgamento invisível e o fim do mundo será então no próximo dia 21 de Outubro, sexta-feira. Vou já marcar na agenda para não me esquecer, evitando faltar ao compromisso.
No que me toca está completamente perdoado por se ter enganado e o mundo não ter acabado no dia 21 de Maio, quanto ao fim do mundo ser sexta-feira, o meu primeiro pensamento foi "Fixe, afinal já não me vai limpar parte do subsídio de Natal".
Tenho, no entanto, uma dúvida em relação ao fim do mundo ser num determinado dia, que é o horário, por a haverem países com 24 horas de diferença, ou seja, exactamente 1 dia! Quer isto dizer que no limite à meia-noite, em que será dia 20 num país, será dia 21 no outro e quando for dia 21 no primeiro, será dia 22 no segundo! Portanto nunca será o mesmo dia em todo lado e o senhor Camping falha novamente na previsão!
Não deixo de ter porém alguma simpatia e apreço pelo senhor, é um acto de boa vontade avisar o pessoal que a partir de sexta-feira não se passa mais nada, permitindo a quem tem compromissos poder desmarcá-los ou antecipá-los. 

18 de outubro de 2011

Doping vs Saúde pública


No último mundial de sub-17 ocorrido no méxico, entre Junho e Julho, foram detectados níveis superiores de uma substância proibida, o clembuterol, a 109 atletas! Exactamente, não há aqui nenhum erro ortográfico são mesmo 109.
A explicação dada pelo chefe dos serviços médicos da FIFA, Jiri Dvorak, remete não para o consumo de substâncias proibidas mas para um problema de saúde pública existente no méxico! Pessoalmente não poderia estar mais de acordo, é sem dúvida um problema de saúde pública, mas não acredito que não esteja associado ao consumo voluntário ou não, de um produto interdito.
O produto em causa pode ser utilizado para a perda de peso ou como broncodilatador em doentes com asma.
Neste caso particular, havendo 109 casos e 0 condenados, a história parece demasiado mal contada. Não sei quais os jogadores envolvidos, se pertenciam a várias selecções e eram casos isolados dentro das mesmas, se foram vários jogadores das mesmas selecções, ou se houve um qualquer padrão de jogadores afectados. 
Em 109 jogadores apanhados, devem haver algumas jovens e valiosas promessas pertencentes a clubes muito poderosos, que não interessará punir com 1 ou 2 anos de castigo sob pena de lhes arruinar a carreira e deitar a perder muitos milhões. Um jovem jogador de 17, 18 ou 19 anos está na transição para sénior e num momento preponderante para a sua evolução. Alguns dos jogadores ganharam lá visibilidade a nível mundial, o que pode determinar o salto para um clube de top, alguns deles teriam já contractos assinados envolvendo valores chorudos. Mais, castigar um jogador não é o mesmo que castigar 109 e ter também dezenas de clubes à perna.
Não terá sido por esses motivos que uma ilegalidade com riscos para a sua saúde presente e futura dos atletas se transformou num problema de “saúde pública”?

17 de outubro de 2011

A Cultura é um Luxo


A indústria da música tem-se debatido nos últimos anos com uma grave crise (onde é que eu já ouvi isto?!), que segundo as editoras se deve à pirataria cibernética.
Hoje no jornal Blitz online, foi publicado um artigo referindo que a Associação Fonográfica Portuguesa estimava que as quebras na venda de música em suporte físico e digital rondavam os 40%, no primeiro semestre de 2011. Não sei quais são os dados para a venda de livros mas também deverão sofrer do mesmo mal, ainda que porventura menos expressivo, pois sensação de ler um livro digital não é a mesma que a de ler um livro em papel.
Sinceramente, já nem me lembro do último CD que adquiri por ter sido há bastante tempo. Não o faço por um simples motivo, são caríssimos! Um álbum ronda os 17 a 20 €, traz 10 ou 12 músicas e aquelas que geralmente interessam são 2 ou 3. Pagamos portanto um balúrdio por cada música útil. Quem não quiser fazer pirataria consegue ouvir música na mesma e a melhor preço, gratuitamente, pois há na internet dezenas de locais que satisfazem a necessidade, caso do youtube, cotonete e por aí fora.
Quanto à leitura, o caso não é muito diferente, sendo igualmente dispendioso comprar um livro com regularidade visto os preços não diferirem muito dos dos CD’s. Uma forma de contornar as despesas é recorrer à partilha de livros com os amigos. Por diversas ocasiões evitei a compra de um livro por um amigo meu o ter.
Nos tempos duros que atravessamos que parecem estar para durar, a cultura é cada vez mais um “luxo”, pois se os trocos mal chegam para o pão nosso de cada dia, de que forma poderemos investir no nosso conhecimento e na nossa formação? 

15 de outubro de 2011

Banda sonora

Vi um artigo na Obviousmag cujo título era "qual a música que te define?", que achei interessante e me pôs a pensar naquilo que podia ser a banda sonora da minha existência. O exercício de memória que fiz levou-me não para "a" música que me define, porque isso é pura e simplesmente impossível, nem sequer tenho apenas uma música preferida, tenho várias, nem me considero "encaixável" numa única faixa de um álbum.
Pensei então em fazer aqui uma listinha de músicas que podiam, pela sua letra, melodia ou importância, fazer parte do alinhamento do meu percurso, nas fases que porventura mais me marcaram.
Começava por colocar "Inner Child" de Mike Oldfield no meu nascimento, depois na fase da descoberta onde se aprende tanta coisa, a andar, a falar e tantas outras coisas, punha a tocar "La découverte" de Yann Tiersen.
Até aos 6 anos a vida resume-se às brincadeiras e à liberdade despreocupada, sem escola, sem compromissos na agenda e muito jogo da bola, “Corrente do jogo” dos Cabeças no ar.  
Depois foi o martírio, a escola, mais escola, ainda mais escola e eu que não gostava nada daquilo! Nos primeiros anos era mesmo um tormento, o melhor tema que o descreve, “Another brick in the Wall” de Pink Floyd. No projecto de fim de curso, a par dos meus colegas, chegámos mesmo a por a letra da música na página de abertura (atitude um bocado mal aceite pelo júri).
 
A adolescência é sempre uma grande fonte de revoltas, indecisões e um grande sentimento de incompreensão. Eu não fui excepção, também tinha um projecto para mudar o mundo sozinho, levando tudo à frente, porque dos cobardes não reza a história. Esta época também foi vivida ao som de “Não sou o único” interpretado pelos Resistência.
O percurso ia sendo mais ou menos acidentado, neste caso envolvido por “With or without you” dos U2.
O tempo não pára e desliza sempre para a frente, quando dei por mim estava com o curso acabado e à procura de emprego, “Ai ai que vida” (Dead Combo).
Num ápice, despedi-me do primeiro emprego, encontrei o segundo e conheci a minha futura esposa, daí ao casamento foi um pouco mais de um ano, “Canon em Ré”  de Johann Pachelbel.
Noutro abrir e fechar de olhos, caí-me a minha filha nos braços, "The heart asks pleasure first" de Michael Nyman.
A partir daqui vamos ver o que o futuro nos guarda, ou melhor, vamos ver o que conseguimos fazer dele. 


14 de outubro de 2011

Especial entrevista

Escrever aqui habitualmente não é sempre uma tarefa fácil, hoje é ainda mais difícil por escrever sobre alguém que é escritor, não é apenas mais um mas o meu preferido e provavelmente o maior de todos ainda vivo, dito por quem percebe do assunto. Acabei mesmo agora de ver e rever a especial entrevista cujo convidado era, nem mais nem menos do que, António Lobo Antunes, motivo esse que me leva a destacá-lo. 
Desde que me comecei a familiarizar com a escrita de António Lobo Antunes que desenvolvi uma enorme admiração por si, admiração essa que foi ainda mais acentuada pelo contacto, através das suas entrevistas, com a sua personalidade. Pessoas como ele fazem-me sentir minúsculo, quase que insignificante no meu pensamento. Hoje a sua entrevista, aliás os relatos do seu pensamento, foram arrebatadores. 
Se pudesse passar uma tarde a conversar com alguém, António Lobo Antunes seria sem qualquer dúvida o mais forte candidato à minha escolha, coisa que para ele deveria ser aborrecidíssima. Para um comum mortal como eu, qualquer conversa tornar-se-ia completamente desinteressante para si, visto eu não ter nada para lhe ensinar.  
António Lobo Antunes é alguém com uma capacidade superior, que é dono de uma enorme sensibilidade conjugada com uma proporcional lucidez. Colou-me à televisão a forma sensata como por detrás do seu rosto enrugado de ar carregado, analisou a realidade social, sempre sem descurar o mais íntimo da sua sensibilidade. É hipnotizante assistir ao brotar de ideias e metáforas com um rasgo de bom-humor, quase sempre impassível.
Cativa-me a abordagem que faz ao seu percurso contraditoriamente duvidoso e esclarecido, pelas questões que se põe mas que ao mesmo tempo a sua vasta cultura e inteligência contrapõe habilmente.   
Várias vezes me questionei se as pessoas com um pensamento genial conviveriam melhor consigo próprias por serem mais inteligente e isso levar a que respondessem melhor às suas dúvidas existenciais, ou se pelo contrário isso implicaria que nunca estivessem completamente saciados de conhecimento, acentuando os seus problemas. Não querendo ser pretensioso, acho que António Lobo Antunes é um bom exemplo desse paradigma.  


13 de outubro de 2011

Orçamento de estado


Daqui a quatro dias será apresentado o orçamento de estado para o ano de 2012.
Sinceramente não estou, nem sequer tenho muita vontade de estar, por dentro dos pormenores do orçamento, ando tão saturado mas mesmo tão saturado dos maus agoiros e da crise, que já evito ver notícias.
Seja nas rádios, televisões e jornais estamos sempre a ser bombardeados com prognósticos, com estudos, teorias e afins de entendidos e especialistas em economia, que são tão extraordinários e fiáveis que nos encaminharam para a fossa onde nos encontramos. Ocasionalmente até no telemóvel recebo mensagens com estatísticas e notícias económicas, se lhes prestasse alguma atenção passava o dia a chorar. Já não sei se é pior a crise ou o que pintam dela.
Nas próximas semanas já temos o destino traçado, vai ser orçamento de manhã à noite. Vai haver espaço para as imaginações de todos e mais alguns especialistas na matéria, independentemente do orçamento já estar de antemão aprovado, das medidas serem aquelas que sabemos, às quais não podemos fugir. 

12 de outubro de 2011

E agora o playoff

http://futeboldeataque.blogspot.com
Ontem não tive oportunidade de ver o jogo da Dinamarca com Portugal, pelo que tenho ouvido felizmente que assim foi. Não escrevi nada ontem sobre o jogo propositadamente, estava de tal forma chateado com um F bem grande, que o meu vocabulário pouco sairia do calão, ou então encheria o texto de pis.
Quanto ao jogo, dei-lhe uma espreitadela na primeira parte para saber o resultado e ao ver que estávamos em desvantagem por uma bola pensei, com a minha confiança de bom adepto, que ainda íamos dar a volta à coisa.
Depois de jantar lá fiz novo zapping que coincidiu com a segunda batata dinamarquesa. Saltou-me a tampa! A minha pequena também ficou fora de si e desatou a protestar, tal não era a sua insatisfação. Acalmei-a com a promessa de não vermos mais misérias naquela noite e só assim é que ela, a muito custo adormeceu.
Mais tarde, o bichinho que cá habita dentro empurrou-me para o site d’A Bola a fim de saber o resultado. A notícia era a menos desejada, uma derrota por 2-1, com a obrigatoriedade de disputa do playoff de acesso ao Campeonato da Europa.
Ora aí estamos nós outra vez aflitos. O fado é sem dúvida a nossa melhor criação para caracterizar a nossa personalidade. Gostamos de complicar e sofrer, está visto. Já nem me dou ao trabalho de analisar a derrota e justificar ou apontar uma solução inconsequente que na minha modesta cabeça possa fazer algum sentido. Perdemos, temos de ganhar os próximos dois jogos se queremos marcar presença no campeonato da elite europeia.
Uma coisa parece-me ser importante, começarmos a deixar as novelas para as televisões, as palhaçadas para o circo e jogar futebol no campo. A mentalidade tem sido fraquinha é certo, mas já vai sendo hora de aprender alguma coisa.

10 de outubro de 2011

Avô Adriano


Se o meu avô paterno, Adriano Mota, fosse vivo faria hoje 97 anos, mas infelizmente já partiu, tal com os meus restantes avós. Prefiro dizer que “partiram” não apenas por ser crente Deus, mas por acreditar que a morte os transportou para uma condição diferente onde se continuam a perpetuar, talvez também pela necessidade de os manter vivos na minha memória. Transmite-me algum conforto pensar que não desapareceram para sempre, sendo ou não meus “anjos-da-guarda”.
O meu avô Adriano era um homem alto, de feições bem vincadas, usava boina, raramente abdicava do cigarro ao canto da boca, possuindo uma aparência rígida que o caracterizava desde novo. Com o Mota ninguém brincava, e se o tentassem, aguentavam-se à bronca. As histórias que fui ouvindo sobre ele relatavam sempre o seu carácter firme e corajoso. Contou-me um dia, que andava há mais de cinquenta anos, tendo já oitenta, à procura de um cobarde que um certo dia numa zaragata o pontapeou à falsa-fé e fugiu. Se o tivesse encontrado tinha, seguramente, ajustado contas, pois não era homem de lérias.
O Adriano Mota que eu conheci era um homem simpático, que falava comigo quase sempre de sorriso no rosto na sua voz ternurenta de avô. Quando ele jantava lá em casa por volta das 18h, porque a partir daí já ficava para muito tarde, eu pegava no carro e ia, satisfeitíssimo, levá-lo a casa. Antes de sair do carro, dava-se dois beijos de despedida e dizia sempre “Obrigado, que Deus te dê uma mulher boa!”. Era impossível não me rir ao receber aquele agradecimento, de resto o mais original que alguma vez ouvi.
Inúmeras vezes pela semelhança física e por alguns traços da personalidade me compararam ao meu avô Adriano, e isso sempre me encheu de orgulho, a par de ser o seu único neto a herdar o apelido Mota.
Hoje, o meu avô visitou-me constantemente através das minhas memórias de si, aliás felizmente os meus avós são presença habitual na minha mente pelas marcas boas que me deixaram. Não tenho dúvidas de que em muitas coisas sou um privilegiado, uma delas é indiscutível, a minha ascendência mui nobre nos valores e nos afectos. 

9 de outubro de 2011

República das Bananas

Acabei de saber os resultados das eleições para a presidência regional da Madeira e como seria de esperar, mais do mesmo. É certo que foi o pior resultado eleitoral de Alberto João Jardim, mas na prática é mais uma maioria absoluta, situação que eu tinha uma ténue esperança que não acontecesse.
Sinceramente, até acho que Alberto João Jardim tem obra feita, aliás se calhar o problema é mesmo esse, tem demasiada obra feita, tem obras necessárias, obras desnecessárias e caprichos, tudo à custa do dinheiro público e sempre com a o pretexto de que os habitantes da Madeira também merecem uma vida com qualidade. Na realidade merecem, não têm é de servir de capacho e alimentar as palermices luxuosas e irresponsáveis do seu "pequeno ditador".
Quando há duas semanas ouvi num dos discursos da campanha em dar-se independência à Madeira, pensei para mim "Nem é tarde nem é cedo!", se os madeirenses acham que está na hora de deixarem de ser portugueses, façamos-lhe a vontade. Quanto a mim organizava-se já um referendo na ilha e em função do resultado passavam ou não a ser independentes. Enquanto fizerem parte do país cumprem as suas regras.
Ou muito me engano ou daqui a uns tempos quando começarem a chegar contas para pagar, o senhor Alberto João, sacode a água do capote, afirma que os "cubanos" lhes estão a minar o caminho, diz que não está para aturar mais a situação, põe-se na alheta com os bolsos bem compostos e deixa a batata quente para outro que fará o habitual, afirma "A culpa é do anterior executivo" e a vida continua. Os do costume que paguem a despesa! 

7 de outubro de 2011

Nobel da paz

O prémio Nobel da paz foi atribuído este ano a duas Liberianas, Ellen Johnson Sirleaf, presidente da república (ou presidenta, como advoga Pilar del Rio, viúva de Saramago) e  Leymah Gbowee e uma iemenita, Tawakkul Karman. A atribuição do prémio é justificada pelo empenho pacífico que as laureadas tiveram na defesa dos direitos das mulheres.
Sinceramente, não conheço as senhoras e muito menos a sua obra, o que não impede o natural agrado pela atribuição do prémio, sobretudo pela importância que pode assumir na afirmação da causa.
Felizmente que por cá, principalmente após o 25 de Abril, as mulheres têm conquistado o seu espaço, e os seus direitos são-lhes integralmente e igualitáriamente reconhecidos à luz da constituição, não quero com isto dizer que a sociedade seja completamente justa, mas estamos no bom caminho. Tendo uma mãe, uma esposa e uma filha, sinto-me naturalmente aliviado por saber que são tratadas com o respeito e a dignidade que lhes é devida, sem serem privadas do acesso à formação, trabalho, saúde e tantos outros “bens” que a liberdade proporciona, sem terem de ser sujeitas às privações com que estas três mulheres tiveram de lutar.
Para além da igualdade humana, se considero as mulheres iguais aos homens? Não, não considero. São piores em muitas coisas, e melhores noutras tantas ou ainda mais (La Palice não seria mais verdadeiro). Há evidentes diferenças físicas (graças a Deus) e psicológicas, logo nem nos próximos dois mil anos seremos iguais. Portanto as "guerras dos sexos" são na minha opinião um completo disparate uma perfeita inutilidade, não são nem mais nem menos, são pura e simplesmente diferentes, razão pela qual também não concordo minimamente com a celebração do "Dia da Mulher" por o entender como discriminatório. Ser mulher não é uma condição de inferioridade ou uma doença que necessite de um dia do calendário para que nos lembremos delas.

6 de outubro de 2011

6 de Outubro

O dia de hoje ficará marcado por ser o dia a seguir à morte de Steve Jobs, co-fundador da Apple, personalidade incontornável pela importância no desenvolvimento das novas tecnologias, que vão desde o Macintosh, iPod, iPad, iPhone e afins. Lamento naturalmente a morte de alguém tão empreendedor, criativo, inteligente e visionário como foi Steve Jobs. 
Hoje em tudo quanto é sítio, rádio, televisão e internet não se falou de outra coisa,  desde o mais anónimo ao mais popular cidadão, inclusivamente de instituições governamentais, toda agente decidiu prestar o seu tributo e reconhecer os merecidos créditos ao senhor Jobs. A certa altura já dei por mim a não poder ouvir falar mais no assunto. Parece que toda a gente já o conhecia e porventura grande parte das pessoas nunca tinha ouvido falar dele até ao dia de hoje. Não me admira, geralmente as pessoas são todas muito mais valorizadas e admiradas depois de morrer.
Mas no dia de hoje o que mais me deixou verdadeiramente lixado, foi o facto de se celebrar o décimo segundo aniversário da morte da Senhora Amália Rodrigues e não ter visto mais do que uma discreta referência a este acontecimento na internet. 
Amália Rodrigues foi sem qualquer dúvida a maior referência da música portuguesa de todos os tempos. Foi a par de Eusébio o motivo pelo qual Portugal foi reconhecido nos quatro cantos do mundo, livrando-se de ser mais uma província espanhola, e doze anos depois de nos deixar é assim que lhe agradecemos!
Precisamente há doze anos faleceu a Dona Amália Rodrigues, e eu não quis que isso passasse em claro.

5 de outubro de 2011

Le Diable Rouge

Recebi um e-mail, que provavelmente já mais gente recebeu, daqueles que relatam situações humorísticas ou que nos fazem pensar um bocadinho. Como me pareceu que o texto tem algumas semelhanças com o praticado na época que atravessamos decidi partilhá-lo aqui.
Segundo vinha escrito na nota introdutória ao e-mail, o pequeno texto faz parte de um diálogo entre Colbert e Mazarino ocorrido durante o reinado de Luís XIV, extraído da peça de teatro “Le Diable Rouge” de Antoine Rault.

“Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos. É um reservatório inesgotável."

Parece que a governação ainda assenta nos mesmos princípios.

4 de outubro de 2011

Ainda há gente honesta

Nas minhas férias em Agosto, numa ida ao centro de Leiria para ir beber um café com um dos meus primos decidi estacionar o carro no parque subterrâneo que existe debaixo da fonte luminosa, pese embora a exorbitância que se paga, regra que se estende aos restantes parques subterrâneos de Leiria.
Não sei se foi por distracção, por excesso de confiança ou mera azelhice quando dei por mim já estava a roçar com o para-choques no carro do lado. Puxei o carro atrás, estacionei noutro local e fui ver o estrago que tinha feito, resultado guarda-lamas e porta amolgada. Dirigi-me à segurança, expliquei-lhe o sucedido e deixei o meu número de telemóvel para o proprietário do carro entrar em contacto comigo, para se resolver o problema. 
Passadas duas ou três horas uma senhora liga-me, pedi-lhe desculpa e  lá acordámos uma forma de solucionar a questão. A senhora no dia seguinte ligou-me disse-me em quanto é que ia ficar o arranjo do carro e que me contactava assim que tudo estivesse tratado, para eu lhe pagar o que devia. 
Ontem a meio da manhã o telemóvel toca e do outro lado falou a dita senhora, a comunicar que o carro estaria arranjado hoje. 
Dirigi-me a sua casa e quando lá cheguei, para minha surpresa, o valor da factura não era o que ela me tinha transmitido numa fase inicial, mas cerca de 60 € a menos. Como tinha ouvido falar de uma outra oficina, que era mais barata, a senhora decidiu optar por essa a fim de me poupar uns trocos, mesmo que eu lhe tenha causado uma série de contratempos por lhe ter batido no carro. Fiquei naturalmente muito sensibilizado com o seu acto. 
Quando se ouve diariamente falar que meio mundo anda a enganar o outro meio, é um sinal de esperança saber que ainda há gente honesta.

3 de outubro de 2011

Nobel da Medicina

Foram hoje anunciados os vencedores do prémio Nobel da medicina, tendo sido agraciados com o dito galardão e respectivo pilim três cientistas, o americano Bruce Beutler, o luxemburguês Jules Hoffmann e o canadiano Ralph Steinman, graças à pesquisa que desenvolveram no âmbito da imunidade inata. 
Segundo percebi, estes senhores estudaram o sistema imunológico humano, tendo feito descobertas que permitem conhecer a activação do sistema defesa no combate aos organismos invasores.
Aparentemente tudo normal, senão quando a família de um dos premiados, Ralph Steinman, comunica que este havia falecido na sexta-feira passada vítima de cancro no pâncreas, com o qual lutava há quatro anos. A academia Nobel desconhecia tal facto e a família, a par do galardoado, desconheciam a nomeação. Segundo as regras da academia Nobel, o prémio não pode ser atribuído a título póstumo, estando portanto criada uma situação embaraçosa.
Para além da situação ser no mínimo ingrata para Ralph Steinman pois não teve a possibilidade de assistir ao reconhecimento dos frutos do seu trabalho, ainda se arrisca a ser-lhe retirado o prémio, e tudo por não ter sobrevivido uns meros três dias.
Considerando as circunstâncias parece-me ser mais do que acertado a academia fechar os olhos ao regulamento e manter a homenagem a alguém que dedicou o seu trabalho em prol de uma causa nobre.

1 de outubro de 2011

Generosidade


Um destes dias li uma notícia de que tinha sido encontrada uma mala com dinheiro, mais precisamente 96 000 €, abandonada numa casa de banho pública em Tóquio. Juntamente com a mala estava um bilhete a dizer que a quantia “abandonada” se destinava a ajudar as vítimas do tsunami ocorrido este ano no Japão. O bilhete não identificava o benemérito responsável por tamanha oferta.
Pode-se sempre especular em relação à origem do dinheiro, se foi obtido licitamente ou não, e daí resultar a oferta. Arriscando-me a ser crédulo prefiro pensar que a pessoa foi genuinamente generosa. De louvar também é a honestidade do funcionário municipal que encontrou a dita mala.
Nos dias que correm em que somos constantemente invadidos com notícias de tragédias, desonestidades, crises e afins, é terapêutico ouvir este tipo de notícias. Com tanta desgraça e tantos prognósticos do futuro assombroso que nos aguarda, corremos o risco de enlouquecer antes mesmo das previsões se confirmarem.