21 de setembro de 2011

Alzheimer


O dia 21 de Setembro é o dia mundial do doente com Alzheimer. Decidi falar nisso porque conheço a doença de muito perto, através da minha avó materna que sofreu desse mal a par da doença de Parkinson.
Por certo serão poucas pessoas que desconhecem o seu principal sintoma, a perda progressiva de memória, ainda assim haverão muitas que não terão a noção do quão cruel isso se torna. A doença de Alzheimer é uma doença violentíssima do ponto-de-vista psicológico para o doente, principalmente na fase inicial, e ainda mais violenta para a família numa fase mais avançada.
Acho que nos primeiros tempos, em que o doente ainda tem a noção dos lapsos de memória que o tocam, isso se torna desesperante pois há a noção clara da perda de capacidades. Com o passar do tempo e acentuar da doença, vão perdendo a maioria das suas recordações, geralmente a começar pelas mais recentes, até não terem grande noção do que os rodeia, podendo até perder faculdades básicas e esquecer os que lhe mais próximos, caso dos filhos e cônjuges.
Ao contrário da doença de Alzheimer, considero que a doença de Parkinson é mais difícil de suportar para o doente, por sentir constantemente a falta de controlo dos movimentos ou sofrer tremores constantes.
A minha avó sofreu das duas doenças, e foi extremamente desgastante para ela e para os que a rodeavam (principalmente para a minha corajosa mãe), vê-la decair física e mentalmente a cada dia que passava. A pouco e pouco vimo-la transformar-se, alterar os seus comportamentos e converter-se numa pessoa que na verdade ela não era e não merecia ser, por ser de uma bondade genuinamente enorme. Infelizmente deixou de conhecer filhos, netos, genros e noras, todos à excepção dos meus pais e de mim por convivermos permanentemente consigo (embora nem sempre seja assim). 

Tenho muitas saudades da minha avó na sua verdadeira essência com todas as suas faculdades e todo o seu carinho.

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