27 de outubro de 2011

Senna


“- O Ayrton Senna teve um acidente e morreu. – Disse eu ao meu pai ainda chocado quando cheguei ao pé dele, naquele domingo solarengo, 1 de Maio de 1994.
- O Ayrton Senna?! Teve um acidente e morreu? Mas já está mesmo confirmado?
Perguntou ele, estupefacto.
- Sim, já falou uma médica a confirmar.
Respondi-lhe obviamente triste.”
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Lembrei-me deste dia por ver na internet uma referência ao documentário feito recentemente sobre a vida de Ayrton Senna da Silva. Escusado será dizer que era e continua a ser o meu piloto de Fórmula 1 preferido. Até hoje não houve ninguém por quem tenha conseguido desenvolver o mesmo grau de preferência que tinha pelo piloto brasileiro.
Não sendo seguidor assíduo da modalidade, não deixava de ter algum interesse em ver aquelas corridas ao domingo à tarde, em que um capacete verde e amarelo sobressaía no carro vermelho e branco, geralmente nos primeiros lugares. Como ele próprio dizia, o seu limite era um pouco acima do limite dos outros, e isso era evidente.
Certo dia no Mónaco, tendo já mais de quarenta segundos de vantagem sobre o segundo classificado não levantou o pé, tinha de dar sempre tudo em todos os momentos, nunca abrandava por maior que fosse a vantagem e isso levou a que deitasse tudo a perder num despiste. Noutra vez empenhou-se de tal forma na vitória e exigiu tanto de si, que pouco depois de cortar a meta, desmaiou ainda sentado ao volante.
Senna era magnífico piloto e também magnífica pessoa, que o diga Erik Comas. Na qualificação para o grande prémio de Spa-Francochamps - Bélgica, em 1992, ao aperceber-se do grave acidente e consequente perda dos sentidos por parte de Erik Comas, Ayrton Senna pára o carro, salta fora do cockpit e atravessa a pista a correr em auxílio do piloto francês. Naquele momento abdicou da disputa pela pole position, arriscou ser atropelado ou ser apanhado na iminente explosão do bólide do francês, o mais importante era salvá-lo e isso traduz a sua coragem e bondade.
Para mim foi e será sempre o maior, mesmo tendo menos títulos de campeão do mundo que Schumacher, Fangio ou Prost. Era um campeão dentro e fora dos circuitos e os que atingem esse estatuto são imortais, são Lendas!

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