18 de outubro de 2011

Doping vs Saúde pública


No último mundial de sub-17 ocorrido no méxico, entre Junho e Julho, foram detectados níveis superiores de uma substância proibida, o clembuterol, a 109 atletas! Exactamente, não há aqui nenhum erro ortográfico são mesmo 109.
A explicação dada pelo chefe dos serviços médicos da FIFA, Jiri Dvorak, remete não para o consumo de substâncias proibidas mas para um problema de saúde pública existente no méxico! Pessoalmente não poderia estar mais de acordo, é sem dúvida um problema de saúde pública, mas não acredito que não esteja associado ao consumo voluntário ou não, de um produto interdito.
O produto em causa pode ser utilizado para a perda de peso ou como broncodilatador em doentes com asma.
Neste caso particular, havendo 109 casos e 0 condenados, a história parece demasiado mal contada. Não sei quais os jogadores envolvidos, se pertenciam a várias selecções e eram casos isolados dentro das mesmas, se foram vários jogadores das mesmas selecções, ou se houve um qualquer padrão de jogadores afectados. 
Em 109 jogadores apanhados, devem haver algumas jovens e valiosas promessas pertencentes a clubes muito poderosos, que não interessará punir com 1 ou 2 anos de castigo sob pena de lhes arruinar a carreira e deitar a perder muitos milhões. Um jovem jogador de 17, 18 ou 19 anos está na transição para sénior e num momento preponderante para a sua evolução. Alguns dos jogadores ganharam lá visibilidade a nível mundial, o que pode determinar o salto para um clube de top, alguns deles teriam já contractos assinados envolvendo valores chorudos. Mais, castigar um jogador não é o mesmo que castigar 109 e ter também dezenas de clubes à perna.
Não terá sido por esses motivos que uma ilegalidade com riscos para a sua saúde presente e futura dos atletas se transformou num problema de “saúde pública”?

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