15 de junho de 2011

Uma aventura... no alcatrão

Há dias em que pegar no carro e conduzir, pelos caminhos de Portugal, é uma aventura mais mirabolante e intensa do que as aventuras do Indiana Jones. Hoje foi um desses dias.
Ainda não tinha cinco minutos de estrada e já estava a travar bruscamente para não atropelar uma senhora, que decidiu atravessar a estrada, acompanhada pela sua “pochette”. Lá continuei o caminho e uns duzentos metros depois, mais uma senhora agora em pijama e desafiar-me o para-choques. Mal tinha tido tempo de retomar a velocidade normal e agora um jovem barbudo a ouvir música, que deve ter apostado consigo próprio conseguir safar-se passando a correr à frente de dois carros, um em cada sentido. Ganhou a aposta e sacou-me o primeiro insulto do dia.
A coisa não estava fácil, mas pode sempre piorar, nem dois quilómetros depois destas habilidades e já me estava a desviar de um palerma a alta velocidade a quem a própria faixa não chegava. A esta hora já o meu vocabulário era todo ele elegância.
A certa altura, curvo à direita e dou de caras com um senhor que resolveu descer da sua bela pasteleira, dar dois passos da berma para a esquerda e fazer a sua bela caminhada. Resultado, um S e um impropério!  
Ainda dentro da mesma aldeola uma senhora com um volumoso cabelo bem lacado que seguiu a lógica do senhor anterior, aqui o grau de dificuldade da manobra aumenta por haver um carro a circular em sentido inverso.
Terriola seguinte e eis que encontro o já conhecido “senhor do BMW cinzento que não gosta de andar a mais de 40 km/h”. Manteve-se coerente com a sua máxima e fez-me andar seis quilómetros a esta velocidade, a maioria deles a descer em direcção à Batalha. Eu próprio, fui bastante coerente e neste trajecto todas as minhas palavras começaram por “F”.
Devido às obras na entrada da EN 8, tive de recorrer a um atalho, não sem antes aguardar parado na estrada, durante o tempo suficiente que permitisse a entrada no IC2, da também já famosa “Senhora do Ford Escort preto que gosta de passar duplos traços contínuos”.
Já estava quase a chegar ao trabalho, portanto já só me restou a oportunidade de quase atropelar um ciclista que fez uma curva demasiado por fora. Contudo, o senhor foi educado o suficiente para pedir desculpa pela habilidade.
Com tanta peripécia tive de confirmar se hoje se comemorava o “Dia do Palerma”, segundo a Wikipédia e para grande surpresa, não comemora!
Definitivamente, há dias em que não nos devíamos levantar da cama.

Sem comentários:

Enviar um comentário