24 de junho de 2011

Quatro senhoras à volta da mesa

Quando pego no volante costumo ter como banda sonora a musica/converseta passada na Antena 3, não por ser teoricamente uma rádio "jovem", que logo à partida me levaria a excluí-la por detestar esta palavra, mas porque o pessoal que por lá anda até acaba por dizer umas coisas que me agradam, algumas delas por serem mais aligeiradas a atirar para a parvoíce.
À sexta-feira como é hábito "juntam-se quatro senhoras à volta da mesa" e falam de um tema qualquer ou simplesmente divagam até não poder mais. Pode parecer que isto está a ficar abichanado mas não é o caso, há que ter a mente aberta. É verdade que grande parte das vezes aquilo descamba para conversa de gaja, mas nada como um gajo estar a par do que as mulheres pensam.
O prazer de ouvir aquela rubrica, ou outras que passam na rádio enquanto se conduz, passa por ouvir algumas vezes determinadas coisas que nos levam também a outros devaneios, os quais não nos roubam habitualmente grande espaço na mente. 
Hoje a senhora Rita Ferro, a quem acho uma certa graça pelo sentido de humor um tudo nada corrosivo, leu um texto no qual explicava como ficava fascinada por poder conhecer novas pessoas, pela oportunidade de se reinventar a ela própria e poder dar-se a conhecer de diferentes formas.
Realmente esta é uma visão das coisas que acabo por achar interessante, embora não me vá agora por aí na rua a meter conversa com toda a gente, primeiro porque sou casado e depois porque não quero que toda a gente fique a saber que tenho uma falha na mona. Sem dúvida que somos inúmeras pessoas numa só, com os mais variados papéis e reacções em função das situações ou relações com as pessoas com quem convivemos. 
Outra coisa com a qual concordo com o lido pela Senhora Rita Ferro, é que às vezes a sociedade e a previsibilidade que os outros esperam das nossas reacções nos rouba alguma liberdade. Neste caso, parece-me ainda que quanto mais honesta e atinada for a pessoa mais previsível se torna, porque a este o comportamento não foge muito do alinhamento com as regras. Já aos pulhas é que é permitida alguma criatividade, pois umas vezes o canalha até pode portar-se bem e de um momento para o outro ter mais um número de improviso e surpreender o espectador. 
Enfim nada como uma deambulação mental de sexta-feira à tardinha para fugir à rotina.

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