A cada vez que ouço
dizer “gente bonita” as minhas entranhas contorcem-se todinhas com a irritação
que a expressão me provoca. Tudo o que é festa de “famosos” tem apenas e só… “gente
bonita”, portanto parto do princípio que à entrada dos locais dos ditos eventos
esteja afixado um aviso, ao lado do sinal de proibida a entrada a animais, a
dizer “Não é permitida a entrada a trambolhos e camafeus”.
No entanto nem sempre
o aviso é eficaz, em boa verdade e contrariamente ao que é divulgado existe por
lá muita gentinha cuja aparência é bem pior que a de um camião estampado.
Alguns até devem mesmo ter saído da recauchutagem há bem pouco tempo, sendo a
sua beleza, verdadeiramente sua por serem os próprios pagá-la. Entre inchados e
esticados o que interessa é haver snobismo em abundância, muita futilidade e falsidade,
a aparentar um mundo que se diz cor-de-rosa.
Para além da censura
a pessoas feias, as festas do “Jet 7” possuem outro conceito subvertido
comparativamente com a lógica da sociedade. Alguns dos seus membros são pagos
para marcar presença nesses locais, quando na realidade deveriam ser eles a
pagar para serem aturados.
Com o passar do tempo
e num mundo tão dinâmico, penso estar na hora do conceito “gente bonita” sofrer
uma actualização bem mais enquadrada com a realidade a que é aplicada, proponho
que se passem a chamar “gente postiça”.
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