15 de setembro de 2012

A manif

Porque é que eu não vou a uma das manifestações realizadas por todo o país, cujo mote era “Que se lixe a troika, queremos as nossas vidas”?
Muito simples, por o mote ser esse. Não que tenha alguma coisa a favor ou contra a troika, mas por ser, em minha opinião, o motivo errado.
A troika é constituída pelo Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia. Não ocupou o território, nem a nossa economia à força, fomos nós que os chamámos para nos emprestar dinheiro porque não conseguíamos suportar as nossas despesas. Financiaram-nos e nós aceitámos as condições, boas ou más, são as possíveis porque estávamos mais tesos que um carapau. Não nos podemos é recusar a pagar a quem devemos!
Outro motivo que me fez tomar a decisão de não ir à manifestação, está relacionado com o aproveitamento político que é feito pelos partidos. Por mais que digam que não é uma manifestação partidária, todos esses parasitas vão estar na primeira fila. E eu, Joel Mota, estou tão contra o governo, como contra esta oposição a este governo. Temos uma classe política muito rasteira. Não propõem medidas sérias, não abdicam dos seus interesses e não agem em benefício do país. Mudam os cús mas as cadeiras são sempre as mesmas.
Se me sinto mal por não me manifestar ao lado dos que reclamam causas justas? Sim, chateia-me bastante não demostrar que também quero agir. Se esta manifestação fosse contra toda a classe política, porque foram eles que nos meteram neste abismo, se fosse contra todos os que foram cúmplices ou que ajudaram a dar no nó na corda que temos ao pescoço, eu estaria lá. Essa sim, seria uma forma completamente apartidária de mostrar a indignação do povo.
Quanto a esses senhores que vivem à nossa conta, não deixo apelo nenhum, até porque não vão ler o que escrevo e mesmo que lessem tudo permaneceria na mesma. Os seus discursos raramente fogem a um enorme chorrilho de asneiras ditas para seu próprio interesse e branqueamento dos seus comportamentos desviantes.
O que eu gostava mesmo é que levassem um valente aperto, que fossem chamados à razão, que pagassem de uma vez por todas pela merda que fazem, que comessem o pão que o diabo, personificado pela sua classe, amassou.
Quem são eles para falar em dificuldades, em desemprego, em falta de dinheiro? Quantos deles têm de contar os tostões para comprar comida para por na mesa aos filhos? Quantos pagam juros ao banco pelo atraso das mensalidades só porque o patrão não pagou a tempo? Quantos é que estiveram desempregados meses a fio? Quantos é que descontaram 40 ou mais anos para receberem pouco mais que um miserável ordenado mínimo de reforma?
Tenham respeito por quem lhes paga os luxos.

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