11 de julho de 2012

O estado a que chegámos


Tenho plena consciência de uma coisa, percebo pouco de política e governação, não deixo porém de ter uma opinião sobre o assunto, seja ela mais ou menos acertada. Vou tentar expô-la de uma forma sucinta e tão branda quanto possível.
Na minha modesta opinião, a política é um meio muito javardo, onde se movimentam um conjunto de bandalhos, salvo raríssimas excepções, cujo interesse não é o nobre serviço ao país, mas o amealhar tanto quanto o capacho político lhes permita.
Surge este desabafo na sequência do debate sobre o estado da nação, como se ainda fosse preciso debater mais alguma coisa, ocorrido hoje na Assembleia da República. Não sei o que por lá foi dito, porque não me quis dar ao trabalho de desperdiçar precioso tempo a ouvir a lengalenga de sempre. Propus-me no entanto a um desafio, escrever abreviadamente o que me parece ter sido dito, tendo em conta a opinião que tenho de cada uma das bancadas. 
Os representantes do PSD/CDS, devem ter dito que isto está mau, que se estão a esforçar por nos lixar o menos possível, mas que se não apertar-mos ainda mais o cinto (coisa que estão a tentar evitar graças a um esforço sobre-humano) o futuro será negro, ainda mais do que já está. Mas há esperança! Esquecem-se de dizer que não cortaram os tachos a grande parte da maralha que por lá anda, tal como haviam prometido. Não dizem também que provavelmente o pior ainda está para vir e que a factura será paga pelos mesmos.
Os do PS, acham que o governo é o culpado de tudo e mais alguma, que estamos na fossa pelas medidas de austeridade impostas pelo PSD/CDS e que assim é a desgraça do país. Não devem ter dito que governaram antes dos que lá estão neste momento, que foram eles a dar as primeiras pazadas quando se começou a cavar a sepultura, que pediram ajuda ao FMI e que participaram em todas as negociações.
O PCP e BE, com os seus discursos mais radicais e mais inflamados, devem ter acusado tudo e todos, proposto a quebra de compromissos com quem nos emprestou dinheiro para pagarmos os erros que fizemos, ao juro que quiseram porque quem manda no seu dinheiro é quem empresta. Provavelmente terão requerido todos os benefícios e mais alguns a custo zero, a nacionalização da banca e queda do governo. Não alertaram foi para as consequências das suas propostas irresponsáveis. Ninguém espera que eles cheguem ao governo, que tenham de cumprir e arcar com as responsabilidades de políticas ajustadas, portanto até podem prometer que quando governarem oferecem uma barra de ouro a cada português.
Como dizia o início do discurso de Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril de 1974: "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos.”
Ao longo da nossa história já chegámos a muitos estados, este é um deles e pouco animador.

Sem comentários:

Enviar um comentário