23 de julho de 2012

Ida ao pão

Ocasionalmente, depois do trabalho passo por um supermercado aqui perto de casa para comprar pão e eventualmente uma ou outra coisa que também seja necessária, hoje foi um desses dias.
Depois de pegar no saco com o pão, dirigi-me à caixa que me pareceu mais rápida e aguardei a minha vez. Imediatamente à minha frente estava uma senhora (inferi que fosse uma senhora pelo tórax proeminente e pela aliança que carregava no anelar esquerdo, não pela atitude) que lia pacatamente o folheto publicitário do supermercado. As duas pessoas à sua frente foram avançando e a dita senhora não arredou pé.
O peso que eu carregava não era muito, não me causando grande transtorno pela falta de espaço para apoiar as compras, por via desta barreira humana. Entretanto, um senhor de idade avançada chegou atrás de mim com uma embalagem de 4 garrafas de 1,5 litros nos braços. Embora a passadeira avançasse, ninguém acompanhou o movimento. Perante esta atitude, e com espaço livre à frente da indiferente cliente, ofereci-me para carregar as garrafas ao senhor, coisa que ele simpaticamente recusou. Ninguém se mexeu.
Quando a cliente que a antecedia acabou de pagar, a “atenciosa” cliente pousou finalmente o panfleto, moveu-se até junto da caixa e permitiu assim que 3 cliente pousassem as suas compras no transportador! A funcionária da caixa passou os seus 5 ou 6 artigos no leitor óptico e à última passagem, a cliente pediu um saco para as compras! Enquanto lhe era apresentada a conta, arrumou vagarosamente tudo no saco, sacou da nota e pagou, tombando simultaneamente o que lá estava dentro, o que implicou nova árdua tarefa de compor tudo o que já havia sido arrumado.
Enquanto o meu saco de pão era passado no leitor óptico e dado para a mão directamente pela funcionária da caixa, por no espaço estar estacionada uma bendita cliente a arrumar o troco, paguei a minha despesa. Quando me preparava para sair, tive de fazer um pequeno compasso de espera, para que a senhora questionasse a pequena criança que a acompanhava sobre a vontade de receber um par de estalos para o caminho. A criança recusou.
Finalmente, consegui sair do espaço comercial plenamente convencido de que ainda existem pessoas que encaram o civismo e respeito pelo próximo como um fenómeno paranormal.

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