31 de janeiro de 2012

A solidão dos velhos


singrandohorizontes.wordpress.com

Nos últimos dias não têm parado as notícias de pessoas encontradas em casa mortas depois de dias, meses ou anos sem serem vistas. Estas pessoas são geralmente velhos sem família ou sem uma família interessada.
O caso mais gritante foi o de uma senhora que esteve mais de nove anos morta em casa e só foi encontrada quando o novo proprietário lá entrou, após ter adquirido a casa em hasta pública motivada pelo acumular de dívidas.
A ideia de haver alguém em pleno século XXI em Portugal quem não tenha a data do seu falecimento na lápide (se é que ela sequer vai existir) deixa-me “assustado”, não que isso faça falta ao defunto, mas pelo que isso traduz.
A sensação que me provoca é muito idêntica à das valas comuns, onde não há qualquer valorização do indivíduo, onde não se respeita a memória e a vida que a pessoa teve, quase como se fosse uma mera estatística ou um simples corpo sem significado.
Para além disso e muito mais importante, que a pessoa não tenha tido em vida a preocupação por parte de alguém, não fazendo falta a ninguém e deixada a afogar-se na solidão. Esse é mesmo o sentimento que mais me entristece nestas histórias, o não fazer falta a ninguém, a ponto de ninguém se preocupar ou mexer um dedo sequer para tentar saber “o que será feito daquele homem ou mulher?”. É a absoluta indiferença no seu estado mais puro.
Não será fácil solucionar este problema, Portugal até nem é dos países com mais casos e eu não tenho uma resposta milagrosa, no entanto não deixa de ser muito triste e alarmante. A evolução também nos traz destas coisas.

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