Se hoje me pudesse
comparar a objecto, por mais ridículo que isso possa parecer, comparava-me a
uma panela de pressão ou então uma caldeira de água a ferver. Pensando bem,
acho que a panela de pressão é mais adequada, pois passei o dia a soprar. Esse
soprar teve exactamente o mesmo propósito da purga da panela de pressão, não
rebentar.
A muito custo e com
um esforço por me manter bem-humorado, consegui não explodir. Não explodi, mas
fui soltando uns pequenos tiros de pólvora mais-ou-menos seca, que os
companheiros de trincheira foram aturando e disparando em sintonia.
A minha capacidade de
encaixe varia conforme as circunstâncias, mas genericamente procuro ter o
discernimento suficiente para analisar o que me rodeia, os motivos e
consequências das acções. Compreendo que há situações que podem fugir ao
controlo dos intervenientes e por vezes os efeitos não são totalmente da sua responsabilidade.
Outras há que, por muita boa vontade da minha parte, não consigo de todo
compreender e essas tendem a tirar-me do sério. Um dos meus grandes defeitos é
que se a panela de pressão rebenta, o estrondo que ela provoca pode causar
efeitos irreversíveis. Nestes casos, não há apanha de cacos que valha.
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