14 de setembro de 2012

A saque


Não tive oportunidade de ver e ouvir a entrevista ao Primeiro-ministro na íntegra, isto porque à mesma hora dá o “Bob, o construtor”, o “Thomas e os amigos” e o “Bombeiro Sam”, que em boa verdade são programas moralmente mais ricos e decentes. A declaração do líder do PS vi-a também mais tarde na internet.
Do pouco que vi, reparei que ambos os oradores tiveram discursos bem articulados e muito bonitos sobre coisas muito feias. Se Passos Coelho aparentou ser um líder assertivo, preocupado, ponderado e confiante na eficácia das suas medidas, por seu lado António José Seguro foi firme, inconformado, insubmisso e quase carismático. Estes senhores são dois extraordinários exemplos de pessoas em quem podemos confiar para dar a volta por cima, verdade? Mentira, são líderes fracos, aliás, muitíssimo fracos que continuam a pensar em pouco mais do que nos partidos, nos amigos e em dar uma imagem que lhes permita aceder ou manter-se no poleiro durante o maior período de tempo possível. Mas não são os únicos, da extrema-esquerda à direita a assembleia está apinhada destes espécimes.
Passos Coelho tem falta de coragem para assumir que isto não vai lá com impostos incomportáveis, sobretudo à classe média (se é que ainda existe classe média), é preciso cortar na despesa do estado! Cortar na despesa do estado implica cortar em tachos, em salários imorais, em privilégios absurdos, nos “jobs for the boys”, acabar com parcerias público-privadas e com as reformas de milhares de euros, só para dar um pequeno exemplo. A economia só recupera se as empresas comercializarem os seus produtos, sacar os ordenados até ao último tostão a quem compra só acentua o problema. Mais, a justiça tem de ser credibilizada responsabilizando e prendendo os ladrões e corruptos que nos levaram a este poço. Onde é que estão os documentos da compra dos submarinos que metem água?
Passos Coelho por incompetência ou irresponsabilidade, pouco mudou em relação ao anterior governo, insistindo desnorteado em ser teimoso à nossa custa.
Já o líder do PS, António José Seguro, a cada vez que abre a boca faz-me sentir insultado. O seu partido meteu cá TRÊS vezes o FMI, sim TRÊS! Duas com o Excelentíssimo Mário Soares, que recebe mensalmente milhares à conta do estado, mais carrinho, combustível, motorista e 14 agentes da PSP por sua conta diariamente, e uma terceira com um tal de Sócrates, cujos indícios de corrupção dispensam apresentações. Seguro, antigo ministro de Sócrates, apresenta como genial medida, o aumento dos impostos às PPP’s para minimizar o estrago! Boa António, aumentar os impostos às parcerias público-privadas que são financiadas com o nosso dinheiro! 
Demagogicamente, Seguro, anda com os Bernardinos, as Heloísas, os Louçãs, e meia-dúzia de Sindicatos a tentar convencer o povo de que não é preciso abdicar dos privilégios a que grande parte da função pública estava habituada. Saliento que a minha revolta não é contra os funcionários públicos, mas não pensem que o estado lhes pode pagar acima do que o seu trabalho rende, ou mais do que os cofres estatais possuem.
Em todas as empresas privadas os funcionários têm de ser rentáveis a ponto do resultado do seu trabalho, directa ou indirectamente, pagar o seu ordenado. Porque é que a função pública deve ser diferente?
Défice quer dizer que se gasta mais do que se ganha! Se as despesas são superiores aos rendimentos, das duas uma, ou se corta a despesa ou se aumenta o rendimento. 

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