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Em conversa com um
colega de trabalho, dizia-lhe eu que nunca tive uma Playstation, nem das que se
ligam à televisão, nem daquelas portáteis. Não é que não goste de jogos de
vídeo, pelo contrário, todavia nunca se proporcionou.
Em contrapartida,
dizia-lhe eu, tive um ZX Spectrum 128K. A sério que não bebi álcool hoje e isto
não é nome de um qualquer protótipo japonês, é um magnífico equipamento da mais
alta tecnologia… dos anos 80. O Spectrum 128k, sucessor do 48k, era um teclado
com leitor de cassetes incorporado (contrariamente ao 48k que necessitava da
ligação a um leitor externo) que por sua vez se ligava a uma televisão e servia
essencialmente para jogar, foi portanto o início dos jogos de vídeo.
As cassetes,
compradas nas lojas de electrodomésticos eram exactamente iguais às utilizadas
para ouvir música e traziam normalmente um jogo ou dois. O processo consistia
em por a cassete no leitor, escrever Load””, carregar no play e esperar que o
jogo carregasse, enquanto aparecia um rectângulo branco contornado por linhas
horizontais de várias cores a tremelicar, acompanhadas por um som irritante e
estridente. Podia ainda aparecer a inscrição “loading” ou a imagem do jogo.
O processo não era
simples nem rápido, levava a correr bem 10 ou 15 minutos dependendo do tamanho
da fita, e muitas vezes resultava numa enorme decepção pois ao fim desse tempo
todo aquilo dava erro. Caso isso acontecesse era necessário rebobinar a cassete
e usar a chave-de-fendas para regular o parafuso do leitor de cassetes. Não sei
exactamente qual era a função dessa afinação, o que sei é que passei horas de
chave-de-fendas na mão, muitas vezes de forma inglória.
Foi nessa época que
os meus nervos começaram a ficar abalados, graças às tantas horas que passei a “bater
com a cabeça nas paredes” por já quase perto do fim a cassete “ir abaixo” e
deitar por terra as horas da sofrida perícia de chave-de-fendas!
Longe vão os tempos a
jogar “Kung-fu” com o meu inseparável amigo dessa época ou um não menos
divertido “Manic Miner”.
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