Encontra-se em
análise na Câmara Municipal de Lisboa, um pedido para a implementação de um
bordel na zona da Mouraria. Em Amsterdão certamente que este pedido não seria
notícia, por cá já não é bem assim, visto este tipo de estabelecimentos ser considerado
ilegal.
A reacção que ouvi do
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, foi no sentido de não
adiantar qualquer tendência de decisão, manifestando a necessidade em analisar
o referido pedido. Não se quis comprometer e correr o risco de ser apontado por
alguém, é uma reacção sensata.
Seja qual for a
decisão, e eu suspeito que vá ser a da reprovação do projecto, promete gerar
alguma polémica, embora neste caso seja provavelmente menor. A sociedade ainda
se refugia um bocado no conservadorismo. Manter tudo como está é menos
problemático do que mexer com as mentes, mesmo que isso se revele ser
globalmente mais benéfico. Não é, obviamente, meu interesse vir aqui incentivar
à prostituição, considero é ser mais acertado compreender e minimizar os
problemas que nega-los por mais evidentes que sejam.
A prostituição é
conhecida como a “mais antiga profissão do mundo”, portanto não me parece que
vá desaparecer agora. Se não vai desaparecer porquê ignorá-la? Pelo que dizem
os media, o aumento do desemprego ainda a acentuou.
São sobejamente
conhecidas as consequências da falta de condições de segurança e higiene a que
fica sujeito quem a pratica e os riscos que isso acarreta para a saúde pública.
Por não ser uma actividade legislada, não paga impostos, logo perde-se riqueza
para o país e incentiva-se os ganhos ilícitos de prostitutas e proxenetas, já
para não falar da injustiça que isso se torna para quem os paga.
A legalização de bordéis
e limitação do exercício da prostituição apenas nestes locais traria um
conjunto de melhorias e reduziria a degradação a que estão sujeitos os
indivíduos ligados à profissão. Não sou a favor de uma prática igual à
holandesa em que as mulheres se encontram exposta numa vitrina como se de uma
mercadoria se tratassem, pois isso seria acentuar o atentado à sua dignidade,
mas num local com as devidas condições e privacidade, com inspecções médicas
periódicas, descontos para a segurança social e factura pelos serviços
prestados, não vejo porque não.
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