27 de março de 2012

Ainda a Manifestação


Esta crónica aparece aqui com algum atraso, pois a manifestação organizada no dia da greve já ocorreu na semana passada, contudo ainda continua a dar que falar não apenas aqui mas em alguns sites, blogs e até o Presidente da República falou ontem sobre o tema.
Das circunstâncias sobejamente conhecidas, há duas que me “fazem alguma espécie”, a primeira e mais importante, a forma como um bando de energúmenos (não confundir com manifestantes pacíficos) desrespeita a autoridade policial, arremessa objectos contra montras, insulta e vandaliza, tudo sob pretexto de terem muitos direitos e viverem no país livre, sempre naquela conversinha do costume. Esquecem-se que também têm o dever de ser civilizados e os demais também têm direito a não ser importunados pela sua arruaça.
A segunda coisa que me “faz espécie” é a forma como a polícia abusa da sua autoridade e perante a necessidade de restabelecer a ordem, leva tudo à frente cegamente e arreia em tudo o que mexe. A questão dos fotojornalistas é o exemplo deste facto. Nas fotos que pude observar é claramente evidente a forma absurda como a fotojornalista Patrícia de Melo Moreira é agredida no exercício da sua profissão, sem motivo. A desculpa da falta de identificação para o triste acontecimento é demasiado esfarrapada, pois se a máquina fotográfica não fosse suficiente para identifica-la, o acto de fotografar não será certamente uma agressão, nem distúrbio.
O papel da polícia é manter a ordem e dar o exemplo, neste caso até poderão ser acusados de utilizar a força em excesso, mas tenho seríssimas dúvidas que tenham sido eles a atirar a primeira pedra.
Aqui fica um vídeo captado antes da carga policial que mostra o comportamento de alguns manifestantes a vandalizar a esplanada de um café e duas fotos que mostra a bárbara agressão à fotojornalista Patrícia de Melo Moreira. 

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Hugo Correia/Reuters


Hugo Correia/Reuters

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