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Segundo as
informações veiculadas pela comunicação social, o projecto do TGV está mesmo a
chegar ao fim da linha. Fico muito satisfeito com esta decisão. Em minha
opinião, o projecto era completamente desajustado à nossa realidade e dimensão,
acarretava encargos dificilmente suportáveis e não justificava sequer o risco.
O problema do TGV em
Portugal assenta essencialmente em duas questões, o comboio para atingir a
velocidade máxima de 300km/h, que é o que se pretende, precisa de aproximadamente
50 km e a mesma distância para parar confortavelmente, ora com duas ou três
paragens entre Lisboa e o Porto ou entre Lisboa e a fronteira espanhola,
torna-se inviável essa situação. A segunda, um comboio que circule a
velocidades a rondar os 300 km/h implica um consumo energético brutal, já para
não falar nas inevitáveis despesas de manutenção.
A energia que o TGV consome
é eléctrica e o impacto ambiental é menor, no entanto para produzir essa electricidade
são também necessários combustíveis fósseis com os inerentes impactes.
Para este meio de
transporte se tornar viável perante as despesas associadas, os preços dos seus
bilhetes teriam de ser obrigatoriamente caros, como são em França e Alemanha
por exemplo, com valores a rondar os praticados pelas companhias aéreas ou até
superiores. Mesmo sendo um meio de transporte rápido, quando comparado com o
avião fica a perder, se a juntar a este facto não tiver competitividade ao
nível de preço qual será o interesse para o possível cliente? Há sempre uma ou
outra pessoa que se recusa a andar de avião e para estes haveria sempre
mercado, mas será que são assim tantos e tão assíduos?
Com 10 milhões de
habitantes e uma área relativamente pequena parece-me ser sensato não levar
este capricho luxuoso para a frente, mesmo que a União Europeia insista em que seja
implementado até 2050.
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