23 de março de 2012

Fim da linha


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Segundo as informações veiculadas pela comunicação social, o projecto do TGV está mesmo a chegar ao fim da linha. Fico muito satisfeito com esta decisão. Em minha opinião, o projecto era completamente desajustado à nossa realidade e dimensão, acarretava encargos dificilmente suportáveis e não justificava sequer o risco.
O problema do TGV em Portugal assenta essencialmente em duas questões, o comboio para atingir a velocidade máxima de 300km/h, que é o que se pretende, precisa de aproximadamente 50 km e a mesma distância para parar confortavelmente, ora com duas ou três paragens entre Lisboa e o Porto ou entre Lisboa e a fronteira espanhola, torna-se inviável essa situação. A segunda, um comboio que circule a velocidades a rondar os 300 km/h implica um consumo energético brutal, já para não falar nas inevitáveis despesas de manutenção.
A energia que o TGV consome é eléctrica e o impacto ambiental é menor, no entanto para produzir essa electricidade são também necessários combustíveis fósseis com os inerentes impactes.
Para este meio de transporte se tornar viável perante as despesas associadas, os preços dos seus bilhetes teriam de ser obrigatoriamente caros, como são em França e Alemanha por exemplo, com valores a rondar os praticados pelas companhias aéreas ou até superiores. Mesmo sendo um meio de transporte rápido, quando comparado com o avião fica a perder, se a juntar a este facto não tiver competitividade ao nível de preço qual será o interesse para o possível cliente? Há sempre uma ou outra pessoa que se recusa a andar de avião e para estes haveria sempre mercado, mas será que são assim tantos e tão assíduos?
Com 10 milhões de habitantes e uma área relativamente pequena parece-me ser sensato não levar este capricho luxuoso para a frente, mesmo que a União Europeia insista em que seja implementado até 2050.

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