Foi
com enorme surpresa e desagrado que ouvi ontem a notícia de que o Ricardo
Carvalho tinha abandonado o estágio da selecção, a poucas horas da partida para
o Chipre, para disputar mais um jogo de apuramento para o Europeu de 2012. A
opinião que formei do dito jogador ao longo da sua carreira não me faria
esperar uma atitude destas.
De
acordo com o responsável da FPF, Amândio Carvalho, apenas deram pela falta do
jogador à hora de almoço quando ele não compareceu à hora prevista. Dito desta
maneira a história parece mal contada, será que só repararam que faltava alguém
quando sobrou um bife na travessa? O colega de quarto não o viu arrumar a
trouxa? Ninguém no hotel o viu sair, nem sequer um dos não-sei-quantos membros
da comitiva? Não confessou as suas intenções a ninguém e saiu sem mais nem
menos, no carro do Fábio Coentrão, só porque lhe deu na telha?
Independentemente
dos motivos, a atitude tomada pelo Ricardo Carvalho é na minha opinião
incorrecta, pois as suas responsabilidades perante a selecção impunham que
tivesse de tolerar alguma injustiça a que eventualmente tenha sido sujeito, em
benefício da estabilidade do grupo e do respeito que as cores do país lhe
merecem. Cada vez que um jogador veste a camisola nacional representa a pátria
e os seus interesses, mais importantes que os egos.
Lamento
que o Ricardo Carvalho tenha saído da selecção pela porta pequena, a sua
carreira brilhante merecia um abandono mais condizente, quiçá como campeão
europeu. Contudo no futebol não há insubstituíveis, se o Eusébio abandonou o
futebol e continuámos a ter selecção, não será pelo Ricardo Carvalho que o seu
futuro fica comprometido.
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