11 de setembro de 2011

Há 10 anos


O aniversário comemorado no dia de hoje é demasiado importante para o mundo actual globalizado para ser deixado passar sem qualquer referência. Faz hoje 10 anos que ocorreram os atentados às torres gémeas, pentágono e a um avião que acabou por cair sem atingir o seu alvo.
Desse dia a minha memória reteve uma ida à praia de São Pedro de Moel, na companhia de três amigos da turma, já na recta final das férias de Verão, antes de começar mais um ano lectivo. Aquela aparentemente normal e agradável tarde de praia foi de repente interrompida pelo telefonema do irmão de um dos meus amigos a informá-lo do que estava a acontecer.
Inicialmente a informação não era muito clara. Segundo ele, estavam a cair aviões em Nova Iorque, tendo já sido atingido o Pentágono e o Empire State Building. Nem cinco minutos depois, outro telefonema que esclarecia não ser o Empire State Building, mas as torres gémeas do World Trade Center.
Na companhia de um dos meus amigos desloquei-me até um dos cafés situado na praça de São Pedro de Moel, para tentar ver os blocos noticiosos que supusemos estarem a ser transmitidos. Ao chegar ao café apercebemo-nos que a inquietação era geral e ninguém sabia muito bem o que pensar daquilo tudo. As primeiras imagens que vimos foram do impacto do avião na segunda torre. À violência das imagens e o absurdo daqueles atentados reagimos praguejando vezes sem conta. Por mais deselegante que tal pudesse ser, não havia palavras lógicas perante o choque e imensidão daquela tragédia.
A pouco e pouco foram chegando mais informações, mais imagens e a notícia de que outro avião, supostamente, já teria caído. O passar do tempo só acentuava as dúvidas e o medo, por não se saber o que mais poderia acontecer, se os atentados se espalhariam por outros países, qual o objectivo de tamanha crueldade e principalmente, quem teria ordenado uma coisa daquelas?
Não permanecemos muito tempo no café, regressámos para junto dos outros amigos que haviam ficado na praia, ainda incrédulos perante a brutalidade das imagens. Quando lá chegámos tentámos transmitir o sucedido dentro da óbvia limitação das palavras. Continuar a usufruir do final da tarde solarenga na areia não era simplesmente possível, o desassossego era tal que não conseguíamos parar de falar no assunto.
Estava ansioso por chegar a casa, não só para ver os desenvolvimentos dos acontecimentos, mas sobretudo para falar com os meus pais, para saber qual o seu estado de espírito. Nesse dia não descolei da televisão até me deitar, já de madrugada. A frase que ouvi repetir vezes sem conta, é que o mundo não voltaria a ser o mesmo. Não sei se voltou ou não, certamente que para uns voltou e para os que sentiram os atentados na pele, quer pela sua presença, quer pela presença de amigos ou familiares nos locais atingidos, não voltou seguramente. Houve porém um grande ensinamento a reter, não há países intocáveis independentemente de serem muito poderosos e avançados tecnologicamente. A vulnerabilidade é uma constante e muitas vezes o inimigo mora em nossa casa.

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