2 de setembro de 2011

31


Hoje faço anos, 31. Já começam a ser bué. Num pequeno exercício de memória tentei recordar algumas coisas que aconteceram nos meus aniversários anteriores e curiosamente revelou-se mais difícil do que inicialmente pensava, ter recordações claras do que realmente aconteceu e em que datas concretas.
O meu quarto aniversário é o mais distante de que tenho memórias, ainda que poucas. Os meus pais têm uma fotografia pendurada numa parede lá de casa tirada nesse dia, momento esse que tenho claramente presente. No mesmo dia fazia anos também uma senhora que cumpriu a sua centésima primavera. O Presidente da República, Ramalho Eanes, visitou São Jorge, pegou-me ao colo (privilégio que a dita senhora não teve) e deu-me os parabéns, pelo menos é o que me contam.
Lembro-me de fazer seis anos, receber o meu primeiro equipamento do SLB com o número 6 nas costas, habitualmente usado pelo Carlos Manuel. Essa tarde foi passada a jogar à bola vestido a rigor. O meu sétimo aniversário foi passado a recuperar de uma fractura no pé esquerdo, portanto não houve grande brincadeira.
Na adolescência recordo 2 ou 3 aniversários seguidos passados de cama, doente, uma forma muito pouco divertida de celebrar o dia. Com quinze anos fui pela primeira vez a uma discoteca, a Kyay. A abertura da pista foi feita ao som de uma música índia (está bem escrito, não é indiana), acompanhada de flashes de luzes e lasers. Foi uma noite bem passada, todavia não fiquei grande fã daquele ambiente.
Os dezoito anos, essa idade marcante, foram comemorados a estudar para o exame de matemática da segunda fase do 12º ano. Digamos que esse dia não só mas também por isso, não me traz assim tão boas memórias. Os vinte e um anos, esses sim foram muito bem celebrados com uma grande almoçarada em casa dos meus pais com a família e alguns dos meus amigos mais próximos.
No dia em que fiz 25 anos passei o dia com os meus primos e alguns amigos, à tarde fomos andar de Kart, mesmo depois de dias antes me ter metido na traseira de um reboque de um tractor em pleno Alentejo e ainda andar um bocado dorido. Jantámos em Leiria e fomos para a borga para Alcobaça, até às tantas da manhã.
O ano passado, a trintena, já prestes a ser pai, o dia foi bem mais calmo, passado a trabalhar, finalizando com um jantar com os meus pais, esposa e tios.
Este ano não sei como será, não quero fazer grandes planos, nem elevar as expectativas. Tirei o dia de férias e o resto será como tiver de ser, apenas quero que o jantar seja em família. Os presentes são o que menos importa, não querendo contudo que se esqueçam de mim, não é preciso é gastarem muito dinheiro.
Tal como a maioria das pessoas, embora alguns se armem e difíceis e não queiram admitir, gosto de celebrar o meu aniversário, mesmo tendo de ouvir “hoje és bebé”, “hoje és pequenino”, “hoje és criança” (coisas que detesto, mas detesto mesmo!), “estás a ficar velho”, “cota” (estas já não me incomodam muito), and so on and so on… Gosto também de receber os parabéns daqueles amigos verdadeiros, mesmo que tenham de por a data na agenda para não se esquecerem de mandar um sms ou fazer um telefonema e andem para ali a enrolar só para não desligar logo por não terem muito mais assunto do que “Parabéns”.

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