9 de setembro de 2011

Greve

No início desta semana, Paulo Portas desaconselhou a realização de greves sob pena de acentuar o empobrecimento do país. Correndo o risco de ser mal interpretado ou polémico, concordo completamente.
Em meu entender, as greves são um instrumento utilizado como forma de protesto pelo trabalhador, não executado as suas tarefas habituais e abdicando consequentemente do seu salário, devendo manter-se obrigatoriamente no posto de trabalho para legitimamente reivindicar os seus direitos.
As greves que me acostumei a ver, não passam de um conjunto de pessoas que aproveita o dia sem trabalhar para usufruir dele como se de férias se tratassem. Na maioria dos casos os grevistas não estão no local de trabalho em protesto, estão sabe-se lá onde… em descanso ou lazer. Considero portanto, que para o trabalhador ver reconhecido esse seu direito teria de comparecer no local de trabalho, caso contrário tinha falta injustificada.
Um dos meus amigos costumava comentar, que em Portugal só se marcavam greves para as sextas-feiras ou para as segundas-feiras, prolongando assim o fim-de-semana. Depois de o ouvir proferir esta afirmar, mantive-me atento durante algum tempo e coincidência ou não, ele tinha mesmo razão. Quando a imagem que passa de uma greve é o incentivo à preguiça, qualquer argumento reivindicativo fica imediatamente fragilizado.
Não sou contra as greves nem as acho inúteis, muito pelo contrário, considero ser um direito demasiado sério e valioso para se praticar levianamente.

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