Há
uns tempos, a SIC transmitiu um filme dividido em dois episódios de seu nome
“José e Pilar”, cujos protagonistas são José Saramago e Pilar del Rio. Na
altura não tivemos, oportunidade de assistir ao referido filme e pusemo-lo a
gravar. Finalmente, anteontem e ontem, lá houve um tempinho e decidimos ver
dita gravação.
Confesso
que nunca li qualquer livro de José Saramago, mas confio na capacidade de
avaliação da Academia Nobel, portanto parto do princípio que seja um escritor
excepcional, goste-se ou não do seu trabalho. Quanto ao homem, desse tinha uma
opinião que não abonava muito a seu favor, excepto quanto à preferência
clubística pelo Glorioso.
Na
minha opinião, José Saramago, sempre foi uma pessoa assumida e propositadamente
polémica que dizia o que queria e lhe apetecia só porque entendia que o podia
fazer, sem se preocupar nas prováveis ofensas a terceiros. Era um provocador. Por
estes motivos, não era apreciador do seu estilo e muito menos na sua vontade em
me converter num espanhol.
Antes
de o ver no seu “habitat” natural através do filme, agindo como pessoa normal
que era, com defeitos e virtudes, tive alguma esperança que a minha ideia de si
pudesse ser alterada, até porque segundo a sua esposa, Saramago era muito
bem-humorado. Não mudei significativamente o meu juízo, não deixando porém de
lhe reconhecer virtudes, nomeadamente a lucidez, capacidade de trabalho e ritmo
de vida que mantinha apesar dos mais de oitenta anos de idade. Apreciei no
entanto, ver alguns rasgos de humildade e alguma sensibilidade emocional da sua
parte, que o humanizavam por detrás daquele ar firme.
Do filme propriamente dito, gostei do acompanhamento feito àquele período da vida de “José e Pilar”, em que urgia viver quanto mais não fosse pela existência de um projecto inacabado. Gostei de conhecer um bocadinho mais do homem de uma forma que me pareceu bastante genuína e sem encenações. A realização é feliz por ser pouco interventiva e deixar a história fluir.
Do filme propriamente dito, gostei do acompanhamento feito àquele período da vida de “José e Pilar”, em que urgia viver quanto mais não fosse pela existência de um projecto inacabado. Gostei de conhecer um bocadinho mais do homem de uma forma que me pareceu bastante genuína e sem encenações. A realização é feliz por ser pouco interventiva e deixar a história fluir.
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