Uma
vez o Herman José contou que numa visita sua à Holanda, ao passar numa rua,
assistiu a um senhor num carro de matrícula italiana estacionado junto ao
passeio, sacar do cinzeiro do carro e despeja-lo em plena rua. Nisto, uma
senhora holandesa que caminhava com dois sacos do lixo, acabada de assistir
àquele triste espectáculo, dirige-se ao carro descapotável a bufar e
despeja-lhe os sacos no banco de trás. Não sei qual foi o desfecho da história,
certo é que lhe admiro e invejo a coragem, pois eu não seria seguramente capaz
de o fazer.
Hoje,
enquanto me deslocava para o trabalho assisti a uma situação que é,
infelizmente frequente. O condutor do carro que seguia à frente do meu a certa
altura decidiu abrir a janela e mandar fora um papel. Não raras vezes assisto a
um cenário equivalente protagonizado por uma senhora num Opel Frontera cinzento
perto de minha casa, logo de manhã, embora neste caso em vez de um papel o
objecto atirado fora seja uma beata de cigarro ainda incandescente.
Estas
situações tiram-me do sério, se há coisa que me deixa completamente alterado é
a falta de civismo. Acho impressionante que este grau de estupidez ainda habite
em tantas cabeças e que em pleno 2011 com tanta informação sobre questões
ambientais, já para não falar no respeito pela propriedade comum, ainda haja
destes grunhos à solta.
Ao
ver cenas destas sinto crescer dentro de mim um “Yosemite Sam”, desenho animado
da Warner Brothers, começo a barafustar com vontade de os desancar, sinto a
cabeça a inchar e a ficar vermelha prestes a explodir enquando deito fumo pelas orelhas! É que não há paciência!
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