Com
a queda do regime ditatorial de Kadhafi, dei por mim a pensar em duas coisas
que acho, de certa forma, surpreendentes na Primavera Árabe. A primeira é a forma
como foi despoletada e a segunda, o veículo mais importante na sua organização e
concretização.
Parece-me ser completamente inesperado que a morte por auto-imolação de um
desconhecido vendedor ambulante tunisino, Mohamed Bouazizi, em protesto contra
o governo regional de Sidi Bouzid, tenha sido o “clique” que levou à queda de, até agora, três
ditaduras existentes há mais de duas décadas, Tunísia, Egipto e Líbia, estendendo-se os
protestos a outros países cujos resultados não foram, para já os mesmos, Iémen,
Barhain e Síria.
Num ápice a morte deste mártir chegou aos media, difundido-se pelo Facebook onde foram criados movimentos que possibilitaram a organização de manifestações e revoltas com o intuito de derrubar os poderes instalados. A força conseguida na Tunísia mobilizou as populações dos países vizinhos, que de repente saíram às ruas para se libertarem também eles dos seus tiranos.
A internet e facebook que tantas controvérsias têm causado, tal como qualquer outra inovação, com os seus prós e contras ajudaram a que estes povos conseguissem finalmente ter mais uma oportunidade de construir uma sociedade mais justa e livre.
Sem comentários:
Enviar um comentário