18 de agosto de 2011

20 anos depois


Passaram 22 anos desde que vi pela primeira vez o capitão da selecção de sub-20 portuguesa, Tozé, levantar a taça de Campeão do Mundo ao lado do então seleccionador Carlos Queiroz depois de 2 golos magníficos do Abel e Jorge Couto à Nigéria. Passaram 20 anos desde que o Rui Costa correu para a bola, chutou e continuou a corrida saltando os painéis publicitários em direcção às bancadas do antigo Estádio da Luz, a rebentar pelas costuras e a estremecer com os pulos da vitória.
Duas décadas depois estamos novamente na final, contra todas as expectativas, depois de ter deixado para trás as poderosas Argentina e França, esta última Campeã da Europa e nossa besta negra em várias meias-finais. A nossa selecção não tem as vedetas de outras, não joga um futebol espectáculo, não é exuberante e porventura nem sequer cativante. As qualidades desta selecção são outras, é uma equipa discreta, solidária e coesa, defende com garra, é eficaz, nota-se que o mais importante não é o individual mas o colectivo e é assim que se vai mais longe.
Há uma frase do ex-seleccionador nacional António Oliveira que frequentemente ouço na minha memória, “temos de deixar de ser os melhores para ser os primeiros” e de facto esse é que tem de ser o pensamento na abordagem às competições. Os Gregos foram campeões da Europa contra um Portugal que jogava um futebol bem mais atractivo, todavia menos eficiente e por isso perdemos. Gosto de ver futebol bonito mas naturalmente gosto bem mais de ganhar, mesmo que a jogar mal. Não me importo que não seja a “Geração de ouro” e seja a “Geração coragem” desde que seja vencedora.
No próximo sábado/domingo espero que a final seja bem jogada, que a história de 1991 se repita e ganhemos de novo ao Brasil, que a equipa entre em campo confiante e alerta, sem medo e com a mesma bravura que demonstrou até aqui. Se não ganharem que se lembrem das conquistas construídas pelo grupo na competição e que as sementes agora plantadas permitam colher muitos frutos no futuro.
Aconteça o que acontecer na final, todos foram dignos merecedores da camisola que envergam.

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