27 de novembro de 2012

Unanimidades

Por hábito desconfio de unanimidades. As unanimidades fazem-me pressupor que alguma coisa não é exactamente como devia ser, ou seja, alguém não exerceu a manifestação da sua opinião como a sentia, independentemente do motivo, geralmente por falta de coragem. 
Surge este desabafo na sequência de mais uma votação na Assembleia da República, curiosamente hoje sobre o polémico orçamento de estado para o próximo ano. Com um orçamento de estado tão discutível e de praticabilidade e eficácia tão duvidosa, tenho sérias dúvidas, para não dizer completa certeza, de que nem todos os deputados da coligação PSD/CDS concordam com a sua aprovação. Exceptuado Rui Barreto do CDS, todos votaram favoravelmente.
A disciplina partidária no sentido de voto foi mais forte que a manifestação da sua opinião e defesa dos interesses do país e de quem votou neles para a sua representação nas decisões sobre o seu destino.
Todos os deputados, exceptuando Rui Barreto, põem os interesses partidários à frente dos interesses dos estrangulados cidadãos ou então subestimam o estrangulamento. Todas as outras bancadas padecem do mesmo mal, se não foi nesta votação será noutra qualquer desde que as pressões do partido a tal obriguem.
Hoje, senti que apenas um homem me representou, seja por que motivo for, mesmo que tenha cedido a outra qualquer conveniência sua. Teve coragem para ir contra os jogos de interesses que prejudicam o país em benefício de organizações que roçam a mafiosisse.
Nesta democracia obviamente que não acredito. 

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