17 de agosto de 2012

Testamento vital

Li num daqueles comentários às notícias publicadas em jornais online que a aprovação do testamento vital é um sinal de civilidade, não sei se é e se concordo ou não com esta ideia, certo é que concordo com a aprovação da sua validade legal.
Em conversa com um amigo, dizia-me ele que já era possível as pessoas recusarem o tratamento em caso de doença, e de facto é mesmo, a diferença é que essa recusa apenas pode ser exercida conscientemente. Com o testamento vital as pessoas assumem formalmente e reconhecem legalmente perante um notário ou uma entidade criada para este efeito, que em situações em que não possam manifestar a sua vontade ou que o estado mental não lhes confira validade, não recebam cuidados que as mantenham vivas. A questão será mais complexa do que o explicado abreviadamente mas o princípio será esse.
Acho, e já tive oportunidade de aqui o dizer anteriormente, que considero ser fundamental que a medicina faça todos os esforços para nos manter vivos e de boa saúde, acho também importante que essa manutenção da vida não exceda a dignidade na hora da morte. E aqui começa um conflito interior, até que ponto deixar morrer alguém que se encontre em estado vegetativo pela ausência de suporte básico da vida, como a alimentação, é proporcionar uma morte digna e civilizada? O testamento vital vai permitir isso aconteça.
Haverá por certo pessoas para quem é preferível isso a uma condição irreversível e decadente, que não beneficia ninguém e que aos olhos do estado (fazendo uma análise ainda mais fria) é meramente um avolumar da despesa.
São opiniões que respeito e que tento não julgar, pois quando se trata da própria vida aceito que cada um faça o que achar melhor desde que não ponha em causa a de terceiros.   

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