Li num daqueles
comentários às notícias publicadas em jornais online que a aprovação do
testamento vital é um sinal de civilidade, não sei se é e se concordo ou não
com esta ideia, certo é que concordo com a aprovação da sua validade legal.
Em conversa com um
amigo, dizia-me ele que já era possível as pessoas recusarem o tratamento em
caso de doença, e de facto é mesmo, a diferença é que essa recusa apenas pode
ser exercida conscientemente. Com o testamento vital as pessoas assumem formalmente
e reconhecem legalmente perante um notário ou uma entidade criada para este
efeito, que em situações em que não possam manifestar a sua vontade ou que o
estado mental não lhes confira validade, não recebam cuidados que as mantenham
vivas. A questão será mais complexa do que o explicado abreviadamente mas o
princípio será esse.
Acho, e já tive
oportunidade de aqui o dizer anteriormente, que considero ser fundamental que a
medicina faça todos os esforços para nos manter vivos e de boa saúde, acho também
importante que essa manutenção da vida não exceda a dignidade na hora da morte.
E aqui começa um conflito interior, até que ponto deixar morrer alguém que se
encontre em estado vegetativo pela ausência de suporte básico da vida, como a
alimentação, é proporcionar uma morte digna e civilizada? O testamento vital
vai permitir isso aconteça.
Haverá por certo
pessoas para quem é preferível isso a uma condição irreversível e decadente,
que não beneficia ninguém e que aos olhos do estado (fazendo uma análise ainda
mais fria) é meramente um avolumar da despesa.
São opiniões que
respeito e que tento não julgar, pois quando se trata da própria vida aceito
que cada um faça o que achar melhor desde que não ponha em causa a de
terceiros.
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