Não sei se Pierre de
Frédy, Barão de Coubertin, alguma vez supôs que os jogos com que sonhou e
criou atingissem tamanha dimensão. Sinceramente acho que sim, não querendo assumir-me como
intérprete dos seus pensamentos, penso que terá sido esse o mote que o levou a
fundar estes Jogos Olímpicos da era moderna.
Já terá dado para
perceber aqui no blog que o meu desporto preferido é o futebol, que o Mundial
e Europeu da modalidade são competições que sigo muito atentamente, no entanto,
e tendo porventura audiências equivalentes (desconheço as estatísticas), os
Jogos Olímpicos são um evento mais global, mais abrangente e não é só por
envolverem mais modalidades. O “Fair play” desportivo transparece com mais
nitidez. Há naturalmente excepções, como casos de indisciplina e doping que
embora existam pouco afectam o “Espírito olímpico”.
Qualquer atleta
sonhará participar naquela competição, sendo para muitos “um” ou “o” ponto alto
da sua carreira, conquistada ou não uma qualquer medalha.
Por estes dias dou por
mim a assistir a competições em desportos que numa situação normal, fora deste
evento, não me fariam gastar um minuto do meu tempo e isso só consigo explicar
pelo ambiente que se cria em torno dos Jogos Olímpicos.
Mas isto de observar diversas
modalidades expõe algumas dificuldades, caso do Voley feminino, onde se torna
quase impossível acompanhar a bola, já nem falo na sua trajectória, e muito
menos o resultado. O meu olhar e atenção dispersam-se no campo pelas
intervenientes, essas sim acompanho-as de alto a baixo.
Quanto às medalhas,
achei extraordinário que Michael Phelps tenha conseguido nas suas participações quase tantas medalhas (22
no total), como todos os atletas portugueses juntos em todas as edições (23 no
total). Não quero tirar o mérito aos nossos, acho que muitos deles são maiores
que outros que arrecadam medalhas às mancheias.
Não haverá medalha
que faça jus ao esforço de uma administrativa da câmara municipal de Ovar que,
sendo a única amadora, ficou à frente da campeã mundial de 2009 na final dos
3000 metros obstáculos, mesmo com um honroso 11º lugar, de seu nome Clarisse
Cruz.
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