25 de julho de 2012

Alarme na Gronelândia

NASA
Segundo notícias divulgadas pela NASA, no último mês derreteu cerca de 97% da camada de gelo que cobria a Gronelândia, tendo 57% dessa área derretido em 4 dias, entre os dias 8 e 12 de Julho! Os efeitos são tão gigantescos que os cientistas da NASA inicialmente pensaram tratar-se de um erro de avaliação. 
Podendo ser um degelo cíclico, ocorrendo a cada 150 anos como referem os cientistas, não é de todo uma situação que possa ser encarada com despreocupação, pelo contrário. A rapidez do degelo, a possibilidade de não ser recuperada a camada de gelo no período de inverno de forma a repor a espessura existente e a possibilidade de se repetir o fenómeno, são factores que causam alarme e que podem indiciar graves sequelas.
A entrada nos oceanos desta enorme massa de água, resulta obviamente numa subida significativa do nível das águas do mar. A Gronelândia é o 12º maior território do mundo, a sua área total é de aproximadamente 2 200 000 km2 (para que se perceba a proporção, Portugal tem 92 000 km2) e a altura média do manto de gelo é de 2,1 km. 
Se há conclusões que podem ser tiradas desta situação é que as previsões não passam disso mesmo, suposições feitas a partir de factos, que não serão obrigatoriamente concretizadas. Quero com isto dizer que, nem o cientista mais pessimista preveria esta ocorrência, porque a natureza e os seus fenómenos dependem muito mais das necessidades de repor equilíbrios e da reacção às perturbações, que das teorias humanas.
O desgaste imposto aos recursos naturais é muitíssimo mais acentuado do que a sua capacidade de regeneração. As medidas para abrandar os impactes são muito mais urgentes do que as vontades governamentais reconhecem e mais importantes do que os esquemas financeiros criados sob pretexto de protecção da camada do ozono e controlo de emissão de dióxido de carbono. Acho inconcebível que se negoceiem licenças de emissão de dióxido de carbono e que se possa COMPRAR o direito a poluir. Mas a Europa até nem é o continente mais negligente, a UE tem criado legislação que obriga à limitação e vigilância de gases depletores da camada do ozono e dos gases com efeito de estufa, proibindo por exemplo, a utilização de determinados fluidos de refrigeração em equipamentos de ar condicionado. No entanto, embora por cá sejam proibidos em África, na América e Ásia podem ser usados livremente! 
Enquanto na Europa apostamos cada vez mais em energias renováveis, na China constroem-se gigantescas centrais termoeléctricas, que recorrerão ao carvão.
A globalização não deve ser encarada apenas económica e socialmente, pois sobretudo a nível ambiental os impactes ultrapassam fronteiras. A Finlândia, embora tenha políticas e comportamentos ambientais sérios e eficazes, sofre há vários anos nas suas florestas e lagos, os efeitos das chuvas ácidas resultantes da poluição atmosférica da indústria Russa.
Se nas crises financeiras ainda podemos recorrer às Troikas e FMI's, nas crises ambientais não há muitas possibilidades de resgate, até porque os efeitos são globais e tocam a todos.

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