O termómetro do meu
carro marcava -4ºC às 7h45, hora a que pretendia sair de casa em direcção à
escola de condução. É verdade, nada melhor que dar uma voltinha de mota às 8h
da matina com um frio do raio para acordar.
Como tento ser um
“homem prevenido”, ontem coloquei umas
quantas folhas de jornal no pára-brisas presas com as escovas, mas como é óbvio
o vento tratou de virar algumas deixando partes do vidro a descoberto, o que
permitiu a formação de “ilhas de gelo”. Mais uma vez, prevenido como sou, tenho
uma garrafa de água no carro para solucionar estes contratempos e decidi actuar
em conformidade para me por na alheta o quanto antes.
Distraído como sou,
não me lembrei que a temperatura do vidro seria igual à do ar, ou muito
próxima, o que fez com que ao despejar a água as ilhas se aglomerassem num
único bloco que era… do tamanho do vidro!
Depois de 10 minutos
a raspar inconsequentemente, manter as escovas a trabalhar enquanto
descarregava os jactos de água e ligar o aquecimento interior do carro,
consegui finalmente fazer-me ao caminho a espreitar por alguns buracos abertos
entre aquela película de gelo.
Peguei na mota
acompanhado pelo dito briol e embora levasse luvas, 500 metros depois já não
sentia os dedos. A certa altura já estavam dormentes e a doer de tão frios, o
pulso já tinha alguma dificuldade em se mover, o que ocasionalmente levava a
umas acelerações a fundo quando carregava na embraiagem para meter as mudanças.
Quando o instrutor
mandou trocar de condutor e acabou com o meu sofrimento, revelou que o
termómetro ainda não tinha subido dos -2ºC. Quando regressei ao carro para me
encaminhar para o trabalho, o vidro continuava com uma camadona de gelo, que me
valeu mais 5 minutos de atraso.
Sem comentários:
Enviar um comentário