27 de fevereiro de 2012

And the winner is...


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Realizou-se ontem a cerimónia de atribuição dos óscares em Hollywood e o vencedor do galardão para melhor filme foi atribuído a uma obra no mínimo… diferente, “O Artista”, de Michel Hazanavicius, um realizador francês de origem lituana.
A película é rodada a preto e branco e a história, retratada ao jeito do cinema dos anos 20 é inteiramente fiel ao cinema dessa época, ou seja, cinema mudo a preto e branco. Aliás é exactamente esse o seu principal tema, a transição para o cinema falado, ao qual o protagonista resiste assinando assim a sua decadência.
Nos dias que antecederam a cerimónia e já hoje após o conhecimento do vencedor, ouvi e li alguns críticos de cinema manifestar o seu desacordo, por considerar que o filme não era suficientemente interessante para merecer um óscar ou que não seria um filme capaz de ficar na história do cinema.
O meu gosto pessoal indicou-me o contrário, acho que o filme está muito bem conseguido, tem algo de inesperado e pouco óbvio, por utilizar um formato diferente do actual e mesmo assim conseguir ser atractivo. É certo que o argumento não é tão apelativo e envolvente como é o caso de “As serviçais”, mas também me parece lógico que nunca um filme mudo conseguiria transmitir ao espectador a intensidade deste último, por não disporem os actores da força da palavra. Se fica ou não para a história é um aspecto pouco importante, pois certamente em 82 anos de óscares muitos foram os vencedores de quem já ninguém se lembra, outros marcaram o cinema e não ganharam nada.
Considero também justo vencedor do Óscar para melhor actor principal, Jean Dujardin que desempenha a personagem de George Valentin nesse mesmo filme. Representar uma personagem ao estilo de mimo e ser eficaz na mensagem que se transmite denota uma capacidade notável.
Só faltou mesmo o óscar para melhor actor secundário atribuído ao cão de George Valentin. O bicho é extraordinário!

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