15 de outubro de 2011

Banda sonora

Vi um artigo na Obviousmag cujo título era "qual a música que te define?", que achei interessante e me pôs a pensar naquilo que podia ser a banda sonora da minha existência. O exercício de memória que fiz levou-me não para "a" música que me define, porque isso é pura e simplesmente impossível, nem sequer tenho apenas uma música preferida, tenho várias, nem me considero "encaixável" numa única faixa de um álbum.
Pensei então em fazer aqui uma listinha de músicas que podiam, pela sua letra, melodia ou importância, fazer parte do alinhamento do meu percurso, nas fases que porventura mais me marcaram.
Começava por colocar "Inner Child" de Mike Oldfield no meu nascimento, depois na fase da descoberta onde se aprende tanta coisa, a andar, a falar e tantas outras coisas, punha a tocar "La découverte" de Yann Tiersen.
Até aos 6 anos a vida resume-se às brincadeiras e à liberdade despreocupada, sem escola, sem compromissos na agenda e muito jogo da bola, “Corrente do jogo” dos Cabeças no ar.  
Depois foi o martírio, a escola, mais escola, ainda mais escola e eu que não gostava nada daquilo! Nos primeiros anos era mesmo um tormento, o melhor tema que o descreve, “Another brick in the Wall” de Pink Floyd. No projecto de fim de curso, a par dos meus colegas, chegámos mesmo a por a letra da música na página de abertura (atitude um bocado mal aceite pelo júri).
 
A adolescência é sempre uma grande fonte de revoltas, indecisões e um grande sentimento de incompreensão. Eu não fui excepção, também tinha um projecto para mudar o mundo sozinho, levando tudo à frente, porque dos cobardes não reza a história. Esta época também foi vivida ao som de “Não sou o único” interpretado pelos Resistência.
O percurso ia sendo mais ou menos acidentado, neste caso envolvido por “With or without you” dos U2.
O tempo não pára e desliza sempre para a frente, quando dei por mim estava com o curso acabado e à procura de emprego, “Ai ai que vida” (Dead Combo).
Num ápice, despedi-me do primeiro emprego, encontrei o segundo e conheci a minha futura esposa, daí ao casamento foi um pouco mais de um ano, “Canon em Ré”  de Johann Pachelbel.
Noutro abrir e fechar de olhos, caí-me a minha filha nos braços, "The heart asks pleasure first" de Michael Nyman.
A partir daqui vamos ver o que o futuro nos guarda, ou melhor, vamos ver o que conseguimos fazer dele. 


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