11 de março de 2013

Desempregado: Dia 1

Hoje, é de facto o meu primeiro dia oficial na condição de desempregado, é o primeiro dia que em vez de me levantar para ir trabalhar, me levantei e não fui trabalhar e o motivo não foi férias ou doença.
A manhã passou lenta, sem grande coisa para fazer. Almoço em casa dos pais, como tem sido nos últimos 6 anos, embora desta vez tivesse sido sem os habituais condicionamentos horários. 
A minha mãe desde que me despedi perguntou-me 3 vezes se hoje ia trabalhar e não foi por esquecimento, foi por acreditar que as coisas se resolviam a bem, que me pagavam o que deviam e diziam que contavam comigo. Pela terceira vez disse-lhe que não ia, pois se receberam duas cartas, uma de aviso e uma de rescisão, e nem a palavra me dirigiram, não seria agora que o iriam fazer. Em vez de pagar ordenados, será mais provável que os 3 administradores continuem a comprar carros e outros bens de luxo, como fizeram no último ano, atitude que não é ilegal mas altamente imoral (se é que há graus de imoralidade nestas coisas). 
Findo o almoço, decidi ir inscrever-me num curso de formação de formadores, que já é uma vontade antiga e neste momento é preciso ocupar o tempo e a mente, de preferência com coisas úteis. 
Depois de voltar para casa regressei a uma pasta criada há uns 8 anos no computador apelidada de "tralhas para candidatura" e pegar no currículo para continuar a actualizá-lo. Ontem descobri o site "Europass" que disponibiliza um formulário online para fazer o currículo padronizado de acordo com as regras europeias. Fantástico, as coisas que se perdem por ter emprego!
Quando ontem comecei a tarefa, introduzi aqueles dados mais objectivos como percurso académico e profissional, com as respectivas datas e funções. Até aqui tudo bem, o pior foi chegar àquelas categoria das "Competências de comunicação", "Competências de organização", "Competências técnicas" e "Outras competências". Estas deram-me que fazer a missão acabou por emperrar até hoje. 
A minha vontade era dizer que sou bastante comunicativo, falo pelos cotovelos, que sou um gajo organizado ao ponto de deixar o pequeno-almoço orientado de véspera, que tecnicamente podia ser melhor porque só dou 14 ou 15 toques na bola seguidos e no que toca a outras competências, consigo assobiar alto sem meter os dedos na boca. No entanto acho que isto dificilmente me garantiria emprego. 
Assim sendo, optei por dizer genericamente aquilo que toda a gente diz e que também não garante emprego a ninguém.

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