Os telejornais
invadem-nos as casas diariamente com notícias e imagens habitualmente dramáticas
ou mesmo trágicas, por vezes parece que no mundo só existe a desgraça ou só a
desgraça é que merece atenção.
Se calhar fruto dessa
constância de imagens violentas na televisão, fui-me anestesiando e tornando
pouco impressionável com a crueldade que por lá passa. Não me era indiferente
ver imagens de sofrimento, mas a comoção passava assim que desapareciam da
vista.
Ultimamente isso tem
sido alterado, sobretudo quando se trata de violência envolvendo crianças ou do
seu sofrimento por alguma fatalidade, não necessariamente motivada por
agressões. Nesta última semana então, tem-me sido particularmente difícil ver
imagens dos incidentes ocorridos na Síria onde centenas de pessoas,
independentemente da idade ou género foram executadas com uma crueldade
indescritível.
Hoje à hora de almoço,
vi um conjunto de imagens que se repetiram vezes sem conta na minha mente ao longo do
dia. O bloco noticioso começou com uma série de corpos de crianças envolvidos
em lençóis brancos, todas vítimas de mais um massacre perpetrado pelo exército
sírio. Depois, um bebé com 3, 4 meses no máximo, com um estilhaço alojado na sua
testa, escorrendo-lhe o sangue em dois fios pela carita enquanto chorava
compulsivamente.
Sem comentários:
Enviar um comentário