O treinador Manuel José afirmou ontem que o estágio da selecção um parecia o “circo” pelas constantes festas e pela excessiva atenção que os media lhe dão, ao
estilo “Big Brother”. Ontem Carlos Queirós afirmou compreender os comentários
do seu colega de profissão, sendo ele próprio uma vítima da mesma tentativa,
aquando da sua passagem pela selecção.
Segundo Queirós,
antes da elaboração da convocatória para o campeonato do mundo de 2010, chegaram
a propor-lhe a chamada de 22 jogadores em vez dos habituais 23, sendo que o 23º
elemento seria eleito pelo público numa votação acompanhada por uma televisão.
Carlos Queirós não aceitou!
Como sócio da
selecção portuguesa com as quotas pagas, ou seja, cidadão detentor de BI
português com impostos em dia, também me sinto no direito de dar a minha
alfinetada em jeito de sugestão. Assim, venho propor que no próximo grande torneio a convocatória
seja ainda mais inovadora. Acho que o seleccionador deve aceitar a
proposta rejeitada por Carlos Queirós com uma pequena inovação, o detentor do
cargo deve nomear 21 jogadores. O 22º deve ser encontrado através da votação do
público e o 23º através de um sorteio feito após a venda de umas rifas aos cidadãos
nacionais interessados em ir à selecção. Este sorteio implica não só um maior
envolvimento dos portugueses na causa “Selecção nacional”, como dá também a
oportunidade a um mero cidadão, independentemente da proeminência da sua zona
abdominal, idade e classe social, de realizar um sonho! Qualquer um de nós pode
ir à selecção, passear de charrete, dar autógrafos, engatar gajas (ou gajos), conhecer o presidente, receber uma medalha,
enfim um sem número de oportunidades.
No dia do sorteio, a
transmitir obrigatoriamente na TVI, junta-se meio país num relvado de um qualquer
parque português, oferecem-se ainda meia-dúzia de electrodomésticos e põe-se a
família Carreira a cantar toda a santa tarde. O dinheiro da venda das rifas
serve para ajudar a pagar as despesas feitas pela selecção que rondarão cerca do
dobro da média gasta pelas adversárias.
Antes do início da
competição, uma qualquer cadeia de supermercados vai passear carros com
publicidade nas ruas dos países adversários, a relembrá-los das derrotas que
obtiveram em confrontos anteriores com a nossa Selecção, de preferência em tom insultuoso. Ah, afinal isso já foi
feito este ano e já não é inovação!
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