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Habitualmente gosto de andar com o cabelo curto, de preferência muito curto e como já estava a ultrapassar a medida aceitável, hoje era um bom dia para tratar do assunto. Dez em ponto e lá estava eu a chegar ao salão de cabeleireiro, ou como eu prefiro ao "barbeiro", se bem que nunca paguei para me encostarem a navalha à garganta.
Sentei-me na cadeira, o barbeiro perguntou "Então e hoje é pente dois?" e a natural resposta "É pois!". Isto de atendimento personalizado é outra categoria!
Corte de cabelo implica "converseta" e tendo em conta que o salão estava vazio perguntei:
- Então, a malta com a crise corta menos o cabelo?
Respondeu o barbeiro:
- Sim, tem dias que passo aqui tempo a ler o jornal. Ás vezes aparecem dois ao mesmo tempo e um vai-se embora porque não quer estar à espera. Se fosse no dentista esperavam para os aleijarem, para cortar o cabelo estão sempre com pressa!
A conversa foi continuando até que falou na importância de cativar os clientes na necessidade de os fazer sentir-se melhor no salão, até que começou a falar das remodelações que tinha feito no primeiro salão do qual tinha sido sócio, uma barbearia no centro de Leiria.
Lembro-me muito bem desse local, foi aí que o conheci há perto de trinta anos, ia com o meu pai lá cortar o cabelo. Era um salão daqueles tipo cenário de filme, 4 cadeiras alinhadas, barbeiros de bata e ao fundo o Rui engraxador (que soube hoje ter morrido há uns 8 anos).
Nessa altura os clientes "eram aos 15 e aos 20 à espera, não se iam embora e no máximo numa hora ficavam despachados e satisfeitos".
Quinze minutos depois estava mais leve e despachado. Desejámos "Um bom fim-de-semana e até à próxima" um ao outro e vim para casa com a satisfação de voltar na memória àquele velho salão onde ia com o meu pai.
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