A fotografia digital é uma coisa espantosa, permite-nos captar imagens
sem nos preocuparmos com as despesas associadas ao rolo ou limitação a 24 ou 36
fotografias.
Normalmente, após um ou vários dias a tirar fotos, pego no cartão
meto-o no computador e descarrego o seu conteúdo para uma pasta com a data e
eventualmente a descrição do âmbito das fotos. Depois, selecciono aquelas que
em meu entender são as melhorzinhas e copio-as para uma pasta no interior da
primeira, para as editar ou melhorar. Nunca apago os originais pois posso não
ficar contente com o resultado final e dessa forma nunca se perde uma
obra-prima.
Como tenho alguma dificuldade em desfazer-me dos meus bens e as fotos
não são excepção, raramente apago alguma coisa, excepto se o resultado for
manifestamente merdoso e sem a mínima possibilidade de salvação. A juntar a
este motivo, por vezes o tempo e a vontade não abundam e a pouco e pouco vão-se
acumulando dezenas de “monos fotográficos” no disco.
Um destes dias por mera curiosidade procurei o espaço que tinha
disponível no “disco da tralha” e para meu espanto era de apenas um quarto do
total. Quando comprei o computador procurei um que tivesse dois discos físicos
(diferente de um disco bipartido virtualmente), para utilizar um para os
programas e outro para a restante informação a que chamo de “tralhas”. Assim
quando o computador tem de ser formatado basta fazê-lo a um disco permanecendo
a tal “tralha” intacta. Já por duas ou três vezes esta opção me poupou
dissabores.
Após reparar nesse acumular de informação, decidi fazer uma limpeza a
tudo o que não interessava e passei a tarde de ontem a eliminar os tais “monos
fotográfico” que por lá tinha. Entre fotos desfocadas e sem interesse apaguei
cerca de 1200. Porventura algumas não estariam completamente dentro do lote de
perdidas, mas coloquei-me duas questões às quais as fotografias apagadas não
obtiveram resposta positiva, “Para que é que eu iria manter fotos que nunca
mais iria ver na vida com um mínimo de atenção ou emoção?” e “Se as apagasse daria pela sua falta?”.
Posto isto, a solução foi apaga-las.
Por exemplo, tinha uma pasta com perto de cem fotografias que tirei no
ano passado nas grutas de Mira d’Aire, local que acho bastante agradável, daí a
querer ver imagens de estalactites e estalagmites no computador… Procedimento:
“Ctrl+t” (seleccionar tudo) “del” (apagar).
Pode colocar-se outra, qual o motivo que me levou a tirá-las. Simples,
para aperfeiçoar nada melhor que praticar.
O próximo passo é conseguir fazer a mesma limpeza às fotos que tenho
tirado da pequenita, mas neste caso o processo será bastante mais difícil e
moroso. Neste caso, até as desfocadas parecem boas!