Friedrich Nietzsche disse um dia que "só acreditaria num Deus que soubesse dançar", já eu só acredito num Deus que saiba rir. Não é minha intenção ferir susceptibilidades, mas é mesmo um facto que para mim como crente só faz sentido existir um Deus bem-humorado, e é mesmo nesse Deus que eu acredito.
A minha educação foi naturalmente uma educação Católica Apostólica Romana, fui baptizado, crismado e casado segundo essa fé, não tendo porém o Deus que me foi transmitido esse bom humor que acho Ele possuir. Pelo contrário, na minha catequese ensinaram-me que Ele era castigador, não se podia brincar com Ele, não era muito tolerante nessa área e para merecermos um bilhete só de ida para o céu, não podíamos ousar dizer uma piada que fosse, envolvendo a religião.
Portanto, a imagem que eu tinha de Deus era de um Homem de barbas, com o sobrolho franzido, sempre pronto a dar-me uma reguada ou a castigar-me que é, no meu entender, uma imagem aterradora de quem é pai e exemplo de Amor. Só o termo "temer a Deus" é qualquer coisa que contraria esse Amor paternal. Os filhos devem respeitar, não temer!
Com a formação do meu pensamento autónomo fui percebendo que a Igreja é feita pelos Homens para os Homens, o que quer dizer que é falível. Ao perceber isto começou a fazer-me cada vez mais confusão frases do tipo "Deus (não) quer isto ou aquilo", "Deus diz ...", "Deus pensa assim ou assado". Em resumo, faz-me espécie que alguém fale por Ele assumindo que quer ou não determinada coisa e que se sente ofendido com uma piada.
Considerando que Deus é omnisciente e inteligente que o sentido de humor é uma coisa boa e sinal dessa inteligência, parece-me lógico concluir que também se ri e até consigo próprio.
Já agora, com tantos poderes também me parece que deve saber dançar. É natural que o Nietzsche neste momento esteja todo feliz no paraíso.
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