29 de julho de 2011

Preocupações


Os últimos dias não têm sido mesmo nada fáceis, a pequena continua com febre e depois ter ido na passada sexta-feira ao hospital e na terça-feira ao médico, ontem regressámos novamente ao hospital. Após análise e um raio-x, os resultados foram inconclusivas. Portanto, se os picos altíssimos de febre continuarem, as indicações que temos é para lá voltar no sábado.
Estou cansado de ver a miúda sofrer, o que vale é que ela tem sido muito forte, ontem portou-se lindamente nas mãos dos médicos e enfermeiros que embora não nos tenham dado respostas concretas, foram muito atenciosos e prestáveis.
Entrei hoje de férias mas ao contrário das outras vezes o estado de espírito é naturalmente de preocupação e alguma ansiedade por ver a minha filha finalmente bem outra vez.

26 de julho de 2011

Terra queimada


Estamos no final de Julho e finalmente as temperaturas começam a subir. Este ano parece que o Verão andou envergonhado, porém nos últimos dias começou a dar um ar da sua graça, para grande alívio e satisfação da malta que já está a disfrutar das férias.
Com essa subida de meia dúzia degraus, regressaram em força os incêndios que já fazem parte da mobília. Não há ano nenhum em que a subida de temperatura não traga consigo centenas de hectares de área ardia. As televisões até já arranjaram uma unidade de medida própria adequada, chama-se “equivalente a campo de futebol”. Cada fogo de grandes dimensões merece sempre a respectiva conversão para esta unidade. Parece que não sabemos viver o Verão sem o odor a fumo, o cinzento no horizonte e as fagulhas no ar.
Desde que me lembro de ser gente que não há ano nenhum em que o Verão não tenha sido sempre bem recheado de incêndios e por incrível que pareça, até hoje a única coisa que muda é o local onde ocorrem, isto porque se no ano passado ardeu uma mata, ela não pode voltar a arder no ano seguinte, quando muito tem de ser esperar uns bons pares de anos até o mato ser reposto, digo mato porque quando se trata de pinhal ou outro tipo de árvores não chegam umas boas dezenas de anos. 
Não querendo ser demagogo, até porque me arrisco a cometer algum erro, parece-me que já era hora de deixarmos de subcontratar serviços de aviação aérea pesada e adquirirmos os meios suficientes para sermos mais eficazes na resposta a estas tragédias anuais. Nas últimas décadas comprámos uma série de "brinquedos" que não ponho em causa a utilidade e necessidade, mas nunca houveram fundos suficientes para nos apetrecharmos convenientemente desses Canadairs e afins. 
Não seria já hora de ser definida uma política de protecção florestal eficaz, acompanhada de meios porventura militares especializados mais extensos, para além dos já existentes GIPS? A tropa tem uma série de áreas de especialidade, não caberia lá também uma área de intervenção florestal?! Além dessas medidas, parece-me ser também importante penalizar a sério com penas duras e efectivas quem comete crimes contra recursos naturais e patrimoniais de toda a sociedade.
Enraivece-me ver anualmente ser queimada a riqueza nacional, aniquilada a fauna e flora, acentuada a erosão dos solos, contaminação das águas e lançadas para a atmosfera milhares de toneladas de poluentes. 
Já era altura de se descruzarem alguns braços!

25 de julho de 2011

O fim-de-semana que não deveria ter acontecido

Este fim-de-semana foi uma coisa do piorzinho que há, que eu desejava não ter acontecido, desejava ter-me deitado na quinta-feira e só ter acordado hoje de manhã. 
A nível pessoal foi mau por a pequenita estar doente, com muita febre e tendo mesmo sido necessário ir ao hospital na sexta-feira. Andei bastante cansado e preocupado pois se há coisa que afecta qualquer pai é ver os seus filhos sofrer, sendo isso acentuado pelo facto de ela ainda não se queixar com palavras e não dizer o que sente.
Também na sexta-feira ocorreu uma tragédia em Oslo e Utøya, que penso ter deixado meio mundo boquiaberto. Anders Breivik, aparentemente um norueguês vulgar, como costumam ser a maioria dos assassinos, por isso é que conseguem cometer as maiores atrocidades sem dar nas vistas, pôs em prática um plano preparado desde 2009 e matou mais de 90 pessoas, penso que todas da sua nacionalidade. No seu plano, divulgado num manifesto de 1500 páginas, incluía a morte de cerca de 400 mil pessoas, espalhadas por 20 países, 10807 dos quais em Portugal.
Não me entra na cabeça que alguém no seu perfeito juízo mesmo que muito marcado pela vida, muito mal formado, xenófobo ou extremista possa entrar numa ilha de arma em punho e se ponha a disparar enquanto ouve música. Por maior que seja o grau de maldade, custa-me a perceber que não tenha de haver uma qualquer patologia psicológica, embora não desculpe os actos nem seja motivo de perdão. Por mim este indivíduo nunca mais deixava de ver o sol aos quadradinhos. 
No Sábado, morreu Amy Winehouse, aos 27 anos, facto este que levou a comunicação social a associá-la ao "clube dos 27" com o intuito de a transformar numa lenda. Considero este clube dos mais ridículos e despropositados que alguém possa ter inventado. Amy Winehouse, era senhora de uma voz poderosa, com uma carreira promissora que por via dos muitos excessos a que se submeteu na sua curta vida, terminou prematuramente. Factos estes que são comuns a Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones e Kurt Cobain, todos eles falecidos com 27 anos. 
Não sendo grande apreciador da sua música, nem da sua voz, reconheço que tinha  um talento impressionante e que é uma perda enorma para a cultura global.

21 de julho de 2011

Press Photographers 2011

Foram anunciadas as fotografias vencedoras do maior prémio de fotojornalismo britânico. Deixo aqui algumas das minhas preferidas. Para os interessados aqui fica o site oficial: http://www.theppy.com/









20 de julho de 2011

Abutres


Se há coisa que acho dever ser preservada acima de tudo, é o direito à privacidade. Cada pessoa tem, na minha opinião, o direito a guardar para si tudo o que diz respeito à sua intimidade e revelar ou expor apenas aquilo que pretender, sendo essa decisão sua e de mais ninguém.
No caso das figuras públicas, esta liberdade é muito complicada de aceitar pela maioria das pessoas que anseiam por coscuvilhices e ainda mais pelos média, cujo expoente máximo desta actividade são as “revistas cor-de-rosa”. É bem certo que algumas figuras públicas só o são porque alimentam e se alimentam dessa exposição, portanto se não fossem estas revistas seriam uns anónimos quaisquer, com vidas tão banais como o comum dos mortais. Aliás parece-me que a maioria deles já tem mesmo essa vidinha desinteressante e oca, embora se queiram fazer passar por muito importantes.
A invasão da vida privada, seja de figuras públicas ou não, incomoda-me mais ainda quando se trata do aproveitamento da desgraça alheia, por isso ontem não gostei nada de ver a espera que fizeram à actriz Sónia Brazão com o intuito de serem os primeiros a captar a sua fragilizada imagem. Para alguém que depende muito da imagem para arranjar trabalho, como é o caso dos actores, deve ser uma sensação terrível ter de mostrar ao mundo daquela maneira, ainda para mais num momento onde a paciência para este tipo de invasões deve ser nula. 
Mas não é só por cá que este tipo de "jornalismo" ganha terreno, os ingleses debatem-se neste momento com uma crise política, devido a escutas feitas por um jornal, a várias pessoas, muitas delas vítimas das mais variadas tragédias.
É claro, que estes jornais só vendem porque têm quem os compre, mas acho que deve ser feito algo para impor algumas regras, que sei serem muito complicadas de definir, de forma a que estes abutres não devassem a vida de quem bem entendem. O jornalismo deve ser exercido de forma livre e independente, mas isso  não lhe dá o direito de explorar as desgraças e o sofrimento de quem não está disponível para as partilhar.

19 de julho de 2011

Indumentária Católica

Foi com alguma surpresa que ouvi hoje a notícia de que a Universidade Católica tinha "pedido" aos seus alunos e colaboradores que adoptassem uma forma de vestir mais profissional e que não usassem por exemplo chanatos e camisolas do Benfica! É verdade!! A partir de hoje quem frequentar aquele espaço não deve usar roupa que não se identifique com a Igreja Católica por não ser digna. Esta foi a ideia transmitida por Manuel Braga da Cruz, Reitor da UCP.
Portanto segundo percebi, uma instituição associada à tolerante Igreja Católica, não tolera a camisola do Benfica nem chinelos. Acho que aqui deve haver um equívoco pois se há clube associado ao catolicismo é o SLB, cujo treinador até se chama Jesus. No âmbito do calçado, Jesus Cristo usava sandálias que me parecem um calçado digno, portanto sendo chinelos com mais uma alça na zona acima do calcanhar, não sei se serão ou não toleradas. 
Considero ainda que a Universidade Católica viola também a constituição ao impor estas regras, mais exactamente no direito à liberdade religiosa isto porque sendo o Benfica uma religião e o uso da camisola um sinal da sua prática, a sua proibição infringe o definido no artigo 13º - Princípio da igualdade.
Um pouco à margem das brincadeiras, até compreendo embora não concorde com as ditas medidas, parece-me que na época em que vivemos, o restringir determinado tipo de roupas, principalmente em alunos, não traz qualquer benefício ao bom funcionamento da instituição nem à capacidade de aprendizagem levando a que sejam gerados cada vez mais anti-corpos a uma instituição (Igreja Católica) que começa a ficar cada vez mais fragilizada.
Não sendo as roupas ofensivas do ponto de vista discriminatório, ou demasiado provocantes, não vejo motivo para serem proibidas. Acho que o bom senso deveria ter aqui um papel mais importante.

18 de julho de 2011

Liga de amigos

Após mais uma bem disputada Liga Record, lá se realizou no passado Sábado o jantar de convívio dos participantes nesse campeonato, disputado pelos colaboradores da empresa onde trabalho.
Para quem não está familiarizado com a competição, esta consiste genericamente, num jogo organizado pelo jornal Record em que cada participante escolhe um lote de 23 jogadores para as diversas posições no terreno, em função de um orçamento igual para todos os concorrentes. Semanalmente são escolhidos 11 jogadores adequado a um esquema táctico e as pontuações obtidas são as atribuídas pelo jornal.
Há cerca de três anos a “brincadeira” foi iniciada e desde logo houve alguma envolvência por parte da malta que aderiu. Inevitavelmente há sempre uns que se interessam mais do que outros, mas genericamente até considero bastante positiva a forma como os resistentes têm mantido o espírito da competição. Espírito esse que foi naturalmente convertido também em amizade.
Como jogador de equipa que considero ser, acho sempre estas iniciativas louváveis, pois aproximam as pessoas, levam a que se conheçam e se contactem colegas que de outra forma não seria tão fácil, propiciam a que durante o ano haja motivo de conversa que vá para além do simples e impessoal "bom dia". Estas razões e laços que se vão estabelecendo, levam a uma maior facilidade na resolução de problemas no âmbito do trabalho e ajudam também a que de manhã quando o despertador toca, seja menos doloroso levantar o corpinho da cama e por os pés no chão.
Por isso a Liga como eu a vejo é mais do que um simples passatempo e mais aliciante do que o jantar à borlix, é uma forma de integração e uma maneira de criar uma equipa mais forte.

14 de julho de 2011

Yann Tiersen

De tempos a tempos dou comigo a descobrir alguém que acho genial numa qualquer área, na maioria das vezes ligada às artes. Há alguns anos atrás descobri um músico/compositor Bretão que hoje é famosíssimo por mérito próprio, mas que naquela altura ainda era um ilustre desconhecido. Esse tal génio dá pelo nome de Yann Pierre Tiersen.
Yann Tiersen revelou-se-me na banda sonora de um dos meus filmes preferidos, "O fabuloso destino de Amelie Poulain", através de uma minimalista, rica e melodiosa música resultante de um conjunto de instrumentos que vão dos pianinhos de brincar, passando pelo acordeão, guitarra  e exigente violino, todos eles habilmente tocados por si. 
O seu primeiro álbum foi lançado em 1995, "A valsa dos monstros" e de lá até agora lançou mais 15, sendo provavelmente os mais conhecidos, as bandas sonoras de "Goodbye Lenine" e "O fabuloso destino de Amelie Poulain". 
Para quem não está tão familiarizado com a sua música deixo aqui um dos momentos mais sublimes que já tive oportunidade de ver, não só pela extraordinária prestação musical de violino mas acima de tudo pela simplicidade do momento e capacidade criativa que leva alguém a criar um belo momento musical apenas com um limitado pianinho.


13 de julho de 2011

Deus é humor


Friedrich Nietzsche disse um dia que "só acreditaria num Deus que soubesse dançar", já eu só acredito num Deus que saiba rir. Não é minha intenção ferir susceptibilidades, mas é mesmo um facto que para mim como crente só faz sentido existir um Deus bem-humorado, e é mesmo nesse Deus que eu acredito.  
A minha educação foi naturalmente uma educação Católica Apostólica Romana, fui baptizado, crismado e casado segundo essa fé, não tendo porém o Deus que me foi transmitido esse bom humor que acho Ele possuir. Pelo contrário, na minha catequese ensinaram-me que Ele era castigador, não se podia brincar com Ele, não era muito tolerante nessa área e para merecermos um bilhete só de ida para o céu, não podíamos  ousar dizer uma piada que fosse, envolvendo a religião.
Portanto, a imagem que eu tinha de Deus era de um Homem de barbas, com o sobrolho franzido, sempre pronto a dar-me uma reguada ou a castigar-me que é, no meu entender, uma imagem aterradora de quem é pai e exemplo de Amor. Só o termo "temer a Deus" é qualquer coisa que contraria esse Amor paternal. Os filhos devem respeitar, não temer!
Com a formação do meu pensamento autónomo fui percebendo que a Igreja é feita pelos Homens para os Homens, o que quer dizer que é falível. Ao perceber isto começou a fazer-me cada vez mais confusão frases do tipo "Deus (não) quer isto ou aquilo", "Deus diz ...", "Deus pensa assim ou assado". Em resumo, faz-me  espécie que alguém fale por Ele assumindo que quer ou não determinada coisa e que se sente ofendido com uma piada.
Considerando que Deus é omnisciente e inteligente que o sentido de humor é uma coisa boa e sinal dessa inteligência, parece-me lógico concluir que também se ri e até consigo próprio.
Já agora, com tantos poderes também me parece que deve saber dançar.  É natural que o Nietzsche neste momento esteja todo feliz no paraíso.

Compras

Hoje foi dia de ir às compras, que por esta altura já começa a ser quase uma proeza, tendo em conta o pouco dinheiro e os preços altos. Mas não é desse legítimo choradinho que me apetece falar, é da compra dos artigos em si. 
Antigamente, quando se ia às compras era para comprar um produto, que geralmente já estava mais ou menos escolhido, até porque a oferta era relativamente limitada, no entanto satisfazia as nossas pretensões. 
Hoje, ir às compras é quase uma aventura, pois já só se vai a grandes superfícies,  sendo o serviço menos personalizado, para cada produto há "n" tipos diferentes adequado a tudo e mais alguma coisa, servindo no essencial para nos baralhar as ideias, a carteira e o relógio. A simples compra de um litro de leite tornou obrigatória quase tanta ponderação como a compra de um carro. 
Passo a explicar com factos, quando me deparei com a necessidade de meter no carrinho (que também aumentou de tamanho nos últimos anos) uma embalagem de leite "x" meio-gordo normalíssimo, já não encontrei  esse tal simples "leite-meio-gordo". Em contrapartida encontrei o leite meio-gordo "bem essencial", "Omega3", o "baixo em lactose", o "bem activo", o "cálcio", o "crescimento 1-3 anos", o "crescimento + de 3 anos", o "mamãs", o "reduz o colestrol", o "cardio", o "efeito bifidus" e o "digestão fácil", só de uma marca! Os preços obviamente variavam entre os 3€ e qualquer coisa e os 7€ e tal. 
Começa um novo desafio, o mais pequeno deslize e estamos a pagar o dobro, ou seja, na moeda antiga podemos chegar quase aos 1600$00 por 6 litros de leite. Lá comecei a procurar o mais barato, naquele labirinto, pois é sempre um bom critério tendo em conta que o que muda é praticamente só o nome da mariquice pela qual optamos, e após uns minutos a tentar, lá trouxe um ao calha porque já não me estava a entender com aquilo. Ainda não consultei o talão para ver qual a eficácia da minha escolha, sendo o mais natural ter optado involuntariamente pelo mais caro. 
Nesta alturas é que me apertam as saudades de ir ao colo da minha avó ao leite fresco, acabado de tirar da vaca, a casa de uma vizinha.


11 de julho de 2011

Fado

Ontem ao ver o Jornal das 8 na TVI, ouvi o Professor Marcelo Rebelo de Sousa informar que tinha sido formalizada a candidatura do Fado, o nosso fadinho querido, a Património Mundial da UNESCO. Ganda malha!!! 
Se há coisa que me enche de orgulho é qualquer coisa nacional ser reconhecida mundialmente, quanto mais o Fado de que eu tanto gosto!
Se fosse instrumentista o que eu gostaria mesmo era de ser guitarrista de guitarra portuguesa, aliás se isso metesse a papa na mesa à minha filha, essa era uma das profissões que gostava de exercer. Como não vivemos no mundo dos sonhos, vou só ouvindo umas guitarradas para saciar o gostinho.
O fado é mesmo daquelas coisas que faz parte da nossa identidade e que eu gosto não por moda, que parece que vai e vem de tempos a tempos, mas por nos fazer parte da identidade inata. Somos aquele choradinho, aquele malandro, aquele amor e saudade, aquela voz vivida. 
Tanto me faz que queiram empurrar a origem para o flamenco andaluz ou que o colem às vocalizações magrebinas, Fado é português e só faz sentido cantado na nossa língua. Mainada! 
Embora goste do fado "conservador" seja ele de Coimbra ou Lisboa, também me agrada que se saiba ou que o saibam reinventar, por isso deixo aqui um docinho do melhor que se faz por cá, um Fado progressivo de "A Naifa".


10 de julho de 2011

Em re-re-reconstrução

O Blog está outra vez em obras! É verdade, não estava a gostar da aparência da coisa por me parecer um bocado grosseira e então tenho andado a mexer aqui nas alavancas, para ver se consigo deixar isto com um ar decente e sóbrio. 
Se alguém quiser manifestar-se/propor ideias elas serão sempre bem recebidas!

Nuno Álvares Pereira

Nestes últimos dias tive oportunidade de conhecer ainda melhor o até aqui Beato Nuno de Santa Maria, agora São Nuno de Santa Maria. Para mim, sempre tinha sido o Magnífico Nuno Álvares Pereira, o grande sovador de espanhóis. 
Embora não desconhecesse a vida e obra deste herói nacional, fiquei a saber que era um dos trinta e dois filhos de Álvaro Pereira (tinha nome de defesa esquerdo uruguaio). O Santo Condestável, como também era conhecido, foi um Homem imenso de uma capacidade de liderança excepcional, um estratega absolutamente irrepreensível e um benemérito dos maiores que o país conheceu. Com menos de trinta anos era dos homens mais ricos e poderosos do país, graças às conquistas nas batalhas que permitiram que Portugal se mantivesse como estado independente.
Na Batalha de Atoleiros conseguiu infligir uma derrota ao exercito castelhano sem sofrer uma única baixa. Na Batalha de Valverde combateu durante dois dias conquistando e reconquistando várias vezes posições, saindo assim vitorioso. Na maior de todas, a Batalha de Aljubarrota disputada em São Jorge, combateu um exército várias vezes superior ao seu em número de Homens, há quem diga que sete vezes mais numeroso e nem mesmo assim conheceu a derrota. 
Em todas as batalhas Nuno Álvares Pereira pediu o auxílio ao Deus que mais tarde decidiu servir. Depois de abandonar as armas, Nuno Álvares Pereira, distribuíu parte da riqueza pelos descendentes, mandou erigir o Convento do Carmo e fez voto de pobreza. Viveu com o hábito até aos últimos dias, não sem antes criar a sopa dos pobres que alimentava os muitos mendigos que vagueavam pelas ruas de Lisboa. 
Faleceu com 71 anos e deixou-nos uma herança valiosíssima.

9 de julho de 2011

Sport Buenos Aires e Benfica

Foi com alguma tristeza e um contraditório alívio que vi finalmente sair do meu Benfica esta semana um dos melhores defesas esquerdos da actualidade, Fábio Coentrão. Como se não bastasse o homem ser um jogador do catano, era português! Portanto sai um Português e muito provavelmente entram mais dois argentinos.
Em boa verdade não tenho nada contra jogadores argentinos ou de outra nacionalidade qualquer, aliás até acho genericamente os jogadores argentinos do melhor que há. Prefiro até os argentinos aos brasileiros por uma questão de fiabilidade, são jogadores normalmente mais pragmáticos.
O que eu não gosto mesmo é de ver uma equipa do SLB sem jogadores made in Portugal. Faz-me alguma confusão que a língua oficial da equipa não seja ou português sem sotaque. 
Não acho que o clube deva ser exclusivo para portugueses tal como acontece no Athletic Bilbao, onde só jogam bascos, mas deveria haver uma política interna de promoção de júniores nacionais de forma a cativar até os dos escalões mais jovens. São necessárias referências!
Parece-me que se está a entrar por um rumo demasiado arriscado e naturalmente que este tipo de prática irá ter possivelmente consequências futuramente a nível de selecções, por ser comum às restantes equipas. Arriscamo-nos a no futuro ter uma selecção nacional mediana por falta de qualidade, pela ausência de aposta em novos talentos que necessitam de jogar para poder evoluir.

8 de julho de 2011

Maria José Nogueira Pinto

Anteontem faleceu uma Senhora deputada pela qual eu tinha alguma simpatia, de seu nome Maria José Nogueira Pinto. Não sabia sequer que a Senhora se encontrava doente e muito menos a gravidade da doença. 
Ao longo dos tempos fui-me habituando a vê-la na televisão sempre com aquele ar elegante mas não menos empenhado na forma como defendia as causas pelas quais lutava. 
As minhas poucas linhas não acrescentam nada à sua importância, à sua dimensão ou à forma como nos representou no hemiciclo, apenas decidi escrever para dizer que lhe tiro o chapéu e a admiro por ter exercido o cargo para o qual foi eleita, com seriedade, responsabilidade e a nobreza que a função merece, até quase aos seus últimos dias. 
Ontem não fui capaz de ficar indiferente quando a vi, em imagens recolhidas há duas semanas, a depositar o voto para o cargo de Presidente da Assembleia da República e regressar ao lugar num caminhar debilitado devido à doença, sem perder a dignidade, mantendo a assiduidade mesmo quando a fraqueza física a isso já não obrigava. 
Sem dúvida um extraordinário exemplo.

7 de julho de 2011

Não estava fácil

Ao contrário daquilo que se possa pensar, por não publicar crónicas nos últimos dias, ainda não desisti do blog e ainda me encontro vivo. Na realidade vivo não será a melhor palavra pois segundo essa grande iluminada Lili Caneças, "Estar vivo é o contrário de estar morto" o que não será bem o meu caso, por me sentir ainda um bocado zombie. 
Na passada semana andei com a minha querida sinusite de braço dado, o que me fez ter febre durante três dias. Lá recuperei e no sábado consegui andar o dia num estado até porreiro, não fosse ter uma voz de bagaço que metia medo. Domingo de madrugada por volta das quatro da madrugada acordei com uma revolução no aparelho digestivo, fruto de uma intoxicação alimentar. Passei a manhã no hospital de Leiria e quando regressei a casa vinha com a sensação de ter sido atropelado por um cilindro daqueles do alcatroamento das estradas. 
De lá até hoje tenho-me sentido como nunca tinha experimentado. Não tenho força, apetite, nem estou confortável em lado nenhum. Perdi uns desnecessários  4kg, que embora não me façam falta rigorosamente nenhuma, eram meus e não teve piada nenhuma ficar sem eles sem ser levada em conta a minha opinião. 
Nos últimos quatro anos não tinha faltado qualquer dia ao trabalho por doença, este ano já faltei dois em Janeiro, dois em abril e quatro em Julho! Digamos que o 2011 não me está a favorecer ao nível de saúde.
Resta esperar que me consiga aguentar pelo menos mais quatro sem ter de regressar ao estaleiro.

2 de julho de 2011

Tom Ang

Quando adquiri a minha câmara fotográfica, senti necessidade de saber alguns pormenores que seriam importantes. O primeiro deles era, saber mexer naquilo, coisa que a pouco, com alguma dedicação e paciência lá consegui graças à ajuda de um livro extraordinário que comprei simultaneamente, chamado "manual de instruções". Tendo em conta o número de botões da máquina, achei melhor não ir só pelo método da tentativa erro.
Sabendo o mínimo necessário para poder fazer algumas fotos com a luz certa e minimamente aceitáveis, na óptica do azelha, sentia a necessidade de aprofundar mais os conhecimentos, conhecer melhor a técnica e as "regras" básicas, para aumentar a probabilidade de tirar melhores fotografias. 
Como utilizador assíduo da internet, nada melhor do que procurar aí por essas informações. Lá pesquisei, registei-me em três ou quatro fóruns e comecei a procurar por bibliografia, que me levasse a ter um suporte físico e respondesse as essas minhas questões. 
Num desses fóruns, que ainda hoje visito frequentemente, para não dizer mesmo diáriamente, lá encontrei uma referência a um fotógrafo e autor de vários livros, de seu nome Tom Ang, ao que parecia um dos melhores no "ramo". Tratei de adquirir o livro "Fotografia Digital - Curso Avançado", e constatei que sem dúvida, o homem percebe da coisa.
Não se pode dizer que seja uma leitura simples, mas o livro está muito bem escrito, aborda os temas técnicos fundamentais, quer da fotografia quer no seu  tratamento em photoshop. Para além disso tem um grafismo extraordinário com fotografias magníficas. 
Café deserto, Praia de Samandagi, Turquia - Tom Ang

1 de julho de 2011

What's up doc



Das coisas que mais gostava de ver na televisão e que ainda hoje me rouba algum (pouco) tempo, eram os desenhos animados, preferencialemente os "Looney Tunes" e o "Tom and Jerry". Também não desgostava dos da Disney, se bem que sempre achei um Mickey um grande tótó.
Ocasionalmente, enquanto via os tais episódios, questionava-me quem seriam as pessoas que davam voz ao Bugs Bunny, ao Porky Pig, ao Duffy Duck, ao Tweetty, e tantos outros que por lá andavam, geralmente à pêra ou a explodirem-se uns aos outros. Gostava de saber quem eram aquelas pessoas com aquelas vozes, qual a sua aparência e como é que gesticulavam ao dar a palavra às personagens. 
Esta semana consegui, finalmente, desfazer essa dúvida, cuja resposta para meu grande espanto se revelou ainda mais fabulosa do que esperava. As vozes dos referidos bonecos não eram feitas por várias pessoas, mas apenas por uma. O "Senhor das 1000 vozes", como era conhecido, chamava-se Melvin Blanc e era dono de uma capacidade vocal e interpretativa extraordinária.
Ao longo da sua carreira Mel Blanc, interpretou mais de 400 vozes, participou em mais de 5000 mil curtas-metragens e deu voz ao Duffy Duck ao longo de 52 anos.
Em Julho de 1989 levou todas estas vozes consigo, depois de uma longa carreira que começou na rádio em 1927.
That's all Folks...