28 de março de 2013

O silêncio do culpado


Até à passada semana, qualquer frase que me passasse pela cabeça em que fossem utilizadas as palavras “quebrar” e “Sócrates” não incluiria certamente “silêncio". Este problema ficou resolvido através da propaganda incessante que o canal público de televisão decidiu fazer. Quanto à quebra de silêncio do dito sujeito, pouco me importa o que ele tem para dizer e estimo bem que ele meta as palavras no complemento directo que mais lhe aprouver, como por exemplo… no bolso, para não entrar em deselegâncias.
Se a RTP decide entrevistar alguém, seja ele quem for, sinceramente não me choca e nem concordo ou deixo de concordar, é meramente uma decisão editorial no contexto informativo de um canal televisivo e que considero normal seja o entrevistado José Sócrates, Vale e Azevedo ou o Alves dos Reis, caso fosse vivo.
Quanto ao convite feito ao Ex-Primeiro Ministro, que assinou o pedido de ajuda à troika, para ser comentador da RTP, canal público pago pelos contribuintes que sofrem na pele os efeitos da actuação miserável e irresponsável desse senhor, da sua corja e dos que lhe sucederam, já não acho tão normal. Acho até que é um péssimo serviço público que descredibiliza seriamente a RTP numa altura crítica para a sua continuidade como empresa pública.
Se o convite foi aceite há uma dúvida que se me levanta, o curso de filosofia na Universidade Paris-Sorbonne tem uma duração mínima de seis semestres (3 anos), não será cedo demais para o ex-primeiro ministro já por cá andar? Ou lá também emitem diplomas ao domingo?
Se a linha de convites RTP se mantiver coerente, no futuro terá de criar um novo canal, o RTP Falta de Memória, para incluir na sua grelha de programação o Passos Coelho, o Gaspar e o Relvas.

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