Até à passada semana,
qualquer frase que me passasse pela cabeça em que fossem utilizadas as palavras
“quebrar” e “Sócrates” não incluiria certamente “silêncio". Este problema ficou
resolvido através da propaganda incessante que o canal público de televisão
decidiu fazer. Quanto à quebra de silêncio do dito sujeito, pouco me importa o
que ele tem para dizer e estimo bem que ele meta as palavras no complemento
directo que mais lhe aprouver, como por exemplo… no bolso, para não entrar em
deselegâncias.
Se a RTP decide
entrevistar alguém, seja ele quem for, sinceramente não me choca e nem concordo
ou deixo de concordar, é meramente uma decisão editorial no contexto
informativo de um canal televisivo e que considero normal seja o entrevistado José
Sócrates, Vale e Azevedo ou o Alves dos Reis, caso fosse vivo.
Quanto ao convite
feito ao Ex-Primeiro Ministro, que assinou o pedido de ajuda à troika, para ser
comentador da RTP, canal público pago pelos contribuintes que sofrem na pele os
efeitos da actuação miserável e irresponsável desse senhor, da sua corja e dos
que lhe sucederam, já não acho tão normal. Acho até que é um péssimo serviço
público que descredibiliza seriamente a RTP numa altura crítica para a sua
continuidade como empresa pública.
Se o convite foi aceite há uma dúvida que se me levanta, o curso de filosofia na Universidade Paris-Sorbonne tem uma
duração mínima de seis semestres (3 anos), não será cedo demais para o
ex-primeiro ministro já por cá andar? Ou lá também emitem diplomas ao domingo?
Se a linha de convites RTP se mantiver coerente, no futuro terá de criar um novo canal, o RTP Falta de Memória, para incluir na sua grelha de programação o Passos Coelho, o Gaspar e o Relvas.
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