Por esta altura como
é hábito anda quase toda a gente a desejar “Feliz Natal” e eu não sou excepção,
se calhar mais por contágio do que por me sentir envolvido pelo espírito
natalício.
Este ano não tenho muita
vontade de andar feliz só porque estamos na quadra do Natal, de disfrutar na
consoada de uma barrigada de coisas à mesa que me vão provavelmente causar
má-disposição e de rasgar papel de embrulho que também custou dinheiro e cuja
existência se destinou apenas a essa circunstância.
Este ano, mais do que
em outros, preocupa-me e chateia-me bastante que muitas pessoas que eu conheço
(e outras que eu não conheço), tenham um natal infeliz. Revolta-me que haja
quem não tem dinheiro para poder ter uma mesa bem composta para si e para os
filhos, numa noite que simboliza a felicidade, seja pelo nascimento do menino
Jesus, seja pela união familiar. Revolta-me ouvir pessoas dizer que não
compraram sequer um presente para os filhos porque a empresa onde trabalham não
lhes pagou o ordenado.
Esta tristeza não é
uma coisa momentânea que desaparece no dia 26 de Dezembro ou no dia 6 de
Janeiro com o final da quadra, mas é naturalmente acentuada por ser uma época
que carrega o peso de uma felicidade quase imperativa e que por isso implica
uma maior desilusão quando as coisas não correm dessa forma.
Espero que para o ano
as coisas não piorem, como se prevê, e que as mesas estejam suficientemente
apetrechadas para que a quem a elas se senta fique feliz e que os pequenitos
tenham presentes para abrir.
Por agora desejo sinceramente
um Bom Natal a todos!
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