31 de dezembro de 2012

Bom Ano!



Para mim, as passagens de ano nunca foram particularmente importantes, não me sinto obrigado a festejar o fim de um ano e o início de outro. Esperando-se o próximo difícil como os prognósticos apontam, então ainda menor é a vontade de me sentir feliz com a sua chegada.
Não é do meu interesse ser o “velho do restelo” e muito menos desejar que as coisas corram mal a quem quer que seja, muito menos aos que me são queridos, portanto, desejo que o próximo ano nos surpreenda pela positiva, que consigamos ter estofo para aguentar as dificuldades que se avizinham e que daqui a um ano nos sintamos realizados por as termos ter passado com distinção. Espero também que lá cheguemos de boa saúde.
Bom ano! 

28 de dezembro de 2012

Passeata

Ontem, para aproveitar um bocadinho das férias natalícias e para não as limitar quase só a comer doces e afins, decidimos ir até à Nazaré para um pequeno passeio. O dia estava belíssimo, um sol magnífico, céu limpo (ou quase) e a temperatura bastante agradável. 
Chegados à vila piscatória, em cima da hora de almoço, o destino foi um restaurante para um repasto que se pretendia o melhor possível ao menor custo. A escolha foi acertada, um local com vista para o mar e o preço foi muitíssimo em conta, considerando o espaço e a extraordinária qualidade da refeição. Só foi mesmo de lamentar que nesta época do ano e em tempo de férias para muita gente o restaurante tivesse apenas dois clientes, que éramos nós! Sinais dos tempos...
Com o estômago mais aconchegado, impunha-se um agradável passeio pela areia para queimar algumas calorias e tirar umas fotografias para matar o bichinho. 







23 de dezembro de 2012

(In)Feliz Natal



Por esta altura como é hábito anda quase toda a gente a desejar “Feliz Natal” e eu não sou excepção, se calhar mais por contágio do que por me sentir envolvido pelo espírito natalício.
Este ano não tenho muita vontade de andar feliz só porque estamos na quadra do Natal, de disfrutar na consoada de uma barrigada de coisas à mesa que me vão provavelmente causar má-disposição e de rasgar papel de embrulho que também custou dinheiro e cuja existência se destinou apenas a essa circunstância.
Este ano, mais do que em outros, preocupa-me e chateia-me bastante que muitas pessoas que eu conheço (e outras que eu não conheço), tenham um natal infeliz. Revolta-me que haja quem não tem dinheiro para poder ter uma mesa bem composta para si e para os filhos, numa noite que simboliza a felicidade, seja pelo nascimento do menino Jesus, seja pela união familiar. Revolta-me ouvir pessoas dizer que não compraram sequer um presente para os filhos porque a empresa onde trabalham não lhes pagou o ordenado.
Esta tristeza não é uma coisa momentânea que desaparece no dia 26 de Dezembro ou no dia 6 de Janeiro com o final da quadra, mas é naturalmente acentuada por ser uma época que carrega o peso de uma felicidade quase imperativa e que por isso implica uma maior desilusão quando as coisas não correm dessa forma.
Espero que para o ano as coisas não piorem, como se prevê, e que as mesas estejam suficientemente apetrechadas para que a quem a elas se senta fique feliz e que os pequenitos tenham presentes para abrir.  
Por agora desejo sinceramente um Bom Natal a todos!

19 de dezembro de 2012

De se lhe tirar o chapéu


abola.pt
"O Real Madrid C.F. quer expressar todo o seu apoio, carinho e afecto ao treinador do Barcelona, Tito Vilanova, a quem deseja a mais rápida recuperação. O Real Madrid estende este apoio ao clube e a toda a sua família"
Foi este o comunicado que o Real Madrid emitiu ao saber que tinha sido detectado um novo tumor a Tito Vilanova, treinador do Barcelona, cerca de um ano depois de lhe ter sido diagnosticado o primeiro. Nessa altura José Mourinho que tinha tido um desentendimento com Tito Villanova, à data treinador-adjunto do Barça, manifestou a sua solidariedade e desejo de rápidas melhoras a Tito.
Acho um gesto de grande nobreza e inteligência a posição do Real Madrid e José Mourinho, por terem a consciência de que há coisas mais importantes que o futebol e que as rivalidades se deveriam manter apenas dentro do campo, coisa que raramente acontece.
O futebol não é apenas um bando de energúmenos à pedrada e aos insultos, aliás o futebol não mesmo nada disto, o problema é que há pessoas que levam as suas frustrações para onde não devem e mancham o que de bom tem o desporto.
Infelizmente a memória é muito curta, os adeptos e dirigentes pouco aprendem, amanhã poucos se lembrarão dos gestos nobres e as pedras continuarão a cair.
A Tito Vilanova e a todos os que estão doentes com este ou outros males, desejo apenas que fiquem bem e depressa.

14 de dezembro de 2012

A carta

www.myspace.com/thejokerslaughingatyou

Hoje, vá-se lá saber porquê, deu-me para reflectir sobre cartas. A primeira de que me lembrei foi da carta náutica, fundamental para que o comandante do navio siga a sua rota com sucesso. Se o comandante do navio não souber ler a carta náutica, o mais provável é levar o navio ao naufrágio correndo o risco de afogar consigo a tripulação e passageiros.
Outra carta que me passou pela memória foi a “Carta de foral”, utilizada pela realeza portuguesa para estabelecer os limites territoriais, a sua sua administração, os privilégios e relações sociais e económicas.
A carta de tarot ou o seu conjunto, que permitem a quem nelas acredita, a adivinhação do futuro, positivo ou não em função do alinhamento que o acaso reserva. No tarot existem cartas com nomes tão curiosos como “a justiça”, “o louco”, “a temperança” e “a força”. No tarot os naipes são quatro: Paus, Copas, Espadas e Ouros. Cada um dos naipes está associado  a um elemento. Por exemplo, o naipe de ouros está associado ao elemento terra e consequentemente ao lado material, que envolve o aspecto profissional e financeiro, tal como à dedicação, esforço e empenho no trabalho.
A última de que me lembrei foi a vulgar carta de correspondência. Esta é aquela que aparece quando uma pessoa pega num bocado de papel e nele redige um conjunto de palavras, mais ou menos importantes, mais ou menos pertinentes, mais ou menos acertadas, mais ou menos oportunas, que conforme o seu alinhamento dão sentido e nova dimensão à ou às folhas.
Pessoalmente sou pouco dado a cartadas, não gosto muito de jogar às cartas, não sou muito de escrever cartas, sobretudo quando a responsabilidade dos assuntos exigem à minha consciência que os trate olhos nos olhos.
Mas verdadeiramente chato é quando o remetente acha que deve escrever uma carta e esta se atrasa muito. Por exemplo uma carta atrasar-se, vamos supor… 4 anos, parece-me demasiada demora. Quando assim é, o risco de uma séria complicação é bastante provável, pois o discurso do remetente dificilmente será entendido pelo destinatário. Mas isto são meras suposições.
Enfim, devaneios de quem não tem mais nada em que pensar!
Lembrei-me agora de mais uma, a carta fora do baralho.

13 de dezembro de 2012

Não havia necessidade...


Não sou contemporâneo do futebol de Eusébio, nunca o vi jogar ao vivo nem em directo na televisão e tudo o que conheço de si nesse âmbito, foi-me dado a conhecer através de imagens de arquivo passadas na televisão ou em vídeo. Tenho porém uma enorme admiração por ele e considero-o o mais extraordinário jogador de futebol português e sem ponta de dúvida um dos melhores a nível mundial.
A juntar às qualidades futebolísticas, tenho de si uma imagem de igualmente extraordinário carácter, pela humildade e simplicidade que me fui habituando conhecer da sua postura dentro e fora de campo.
Suponho que Eusébio tem sido das poucas figuras portuguesas que tem conseguido manter alguma intocabilidade, por conseguir passar ao lado de polémicas, mesmo mantendo a sua ligação ao Benfica.
Ultimamente, e não sei por que motivo, Eusébio proferiu alguns comentários menos elegantes, como foi o caso do de ontem em que “… o Benfica só perdia em Alvalade se jogasse com os juniores”. Não vejo qual a necessidade do comentário, ainda que o autor esteja no direito de o proferir.
Por todos os motivos e mais alguns, o comentário é despropositado e entra no “folclore provocatório” que não ajuda em nada o futebol, a imagem do Benfica e de Eusébio. Caso não tenha mais tento na língua, arrisca-se a perder um estatuto que lhe levou uma vida a construir e que fez por merecer. 
Eu detestava que o Eusébio perdesse o respeito que lhe devemos. Ainda hoje, há no mundo quem só conheça dois cidadãos portugueses, Amália e Eusébio.

9 de dezembro de 2012

Jantar com a malta

Ontem, e porque estamos na época natalícia, foi dia de jantarada com o pessoal que foi da minha turma e com o qual mantenho ligação, mesmo que o convívio já não ocorra com a frequência de outrora. 
Como é óbvio e habitual, foi uma noite bem passada dentro do bom ambiente característico e com muito humor à mistura. Findo o jantar, rico em qualidade e sobretudo em quantidade, decidimos aproveitar para dar uma volta por Leiria e beber um copo antes do regresso a casa. 
Já não andava pelas ruas de Leiria a um Sábado à noite há bastante tempo, não me lembro quando foi a última vez mas certamente que se não foi há um ano estará lá próximo. Não acho que as coisas tenham mudado radicalmente, mas cada vez mais me parece que ter 32 anos e sair para beber um copo é uma coisa ultrapassada. Até me deu quase a sensação que ter mais de 18 anos já é estar  fora do prazo!
Sei que que a minha mente não é exemplo no que respeita a abertura, não que seja retrógrado, mas haverão outras que toleram algumas coisas melhor que a minha. Ver garotada de 15, 16 ou 17 anos a cair de bêbada, é uma coisa que me faz alguma (muita) confusão, sobretudo porque me assusta que um dia seja a minha filha naquelas trites figuras. E sinceramente nem acho que a culpa seja totalmente dos pais, acredito que um pai ou uma mãe tenha grande dificuldade em resistir a deixar um garoto dessa idade sair à noite, quando os colegas de turma e de rua o fazem. Nem sei sequer qual é a solução ou a forma de contornar uma coisa que acho estar a acentuar-se e parece-me que não é esta a forma de criar melhores cidadãos.
Nestas alturas é que acho que o mundo/sociedade está a evoluir (se é que se pode chamar evolução a isto) mais depressa do que a minha cabeça.

5 de dezembro de 2012

Obviamente, demite-te!

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=368557

Não sei se o objectivo dos estudantes que levantaram hoje, na Universidade Nova, a faixa que se pode ver na foto durante o discurso do Primeiro-Ministro era um pedido, um conselho, uma ordem ou uma premonição, mas qualquer fosse a intenção deveria ser levada em conta pelo destinatário.
Acho que o Primeiro-Ministro deveria ter o bom senso de emendar um erro que praticou há uns tempos que consistiu na sua candidatura ao cargo. Deveria ter-se lembrado daquele nosso provérbio que diz: "Quem tem unhas toca viola", ora se não tem unhas que fique quietinho.
E já vai tarde!

1 de dezembro de 2012

Grande concerto

Ontem tive a oportunidade de ir pela primeira vez assistir a um concerto de "A Naifa", no Cine-Teatro José Lúcio da Silva, cá em Leiria. Sendo uma banda da qual gosto bastante tinha obviamente as expectativas elevadas.
Findo o concerto senti-me completamente preenchido, o concerto superou o que eu esperava. A música de "A Naifa" é fácil de ouvir e cativante, mesmo para quem não está familiarizado com todas as músicas de todos os álbuns, é muito bem tocada por músicos que já denotam a tarimba destas andanças, o alinhamento das músicas é bem conseguido e permite que o concerto siga em crescendo. As letras não são comerciais nem assentes em "clichés" ou "lugares comuns", são invulgares e é esse facto que ajuda a criar a identidade da banda. 
Gostei da voz poderosa e aveludada da Maria Antónia (Mitó), do profissionalismo metódico de Luís Varatojo numa excepcionalmente bem tocada guitarra portuguesa, do ritmo seguro e animado de Samuel Palitos e da discreta mas eficaz Sandra Baptista.
Foi sem dúvida um serão muito diferente do habitual, visto já não me lembrar do último concerto ou espetáculo que assisti e felizmente que valeu bem a pena, quando assim é o preço do bilhete não é lamentado! 

A Naifa - "A música"