5 de janeiro de 2014

Obrigado Eusébio


Os meus 33 anos não me permitem ter sido contemporâneo do futebol de Eusébio e infelizmente nunca o vi em directo e/ou ao vivo com a bola nos pés. Contudo tudo o que vi, li ou ouvi levam-me a concluir que era um absoluta e incontestavelmente extraordinário jogador. Para além dos evidentes predicados enquanto profissional era um Homem humilde e simples, pese embora a sua grandiosidade.  
Independentemente das comparações e discussões estéreis sobre ser melhor que outros de idêntica excepcionalidade futebolística, para mim o seu lugar não oferece dúvidas, ele era o meu preferido, o melhor entre os melhores. O seu mito começa numa época sem internet, em que a televisão era um luxo de uma minoria e o povo se habituou a conhecê-lo através das telefonias sem as máquinas de marketing actuais.
Ao saber da sua morte recordei algumas das imagens e histórias que fui vendo e ouvindo ao longo do tempo, recordei uma série de documentários sobre a sua vida transmitidos na RTP 2 no final dos anos 80, onde era entrevistado o próprio Eusébio e outras figuras do futebol mundial, como George Best, que dizia ter telefonado ao corretor para apostar na vitória de Portugal frente aos Coreanos numa altura em que perdia por 3 a 2 por ter a certeza que o Eusébio ia inverter o resultado.  
Lembro-me de alguns dos seus golos de águia ou quinas ao peito, alguns deles onde a câmera tinha dificuldade em acompanhar a bola até bater nas redes, tal não era a potência do remate. Lembro-me também do golo de difícil ângulo ao Brasil de Pelé, da reviravolta contra os Coreanos ou do penalty marcado à "Aranha negra", Lev Yashin, com o consequente abraço de pedido de desculpa por lhe ter marcado o golo. E lembro-me de o ver em ombros com um braço levantado a festejar o campeonato europeu conquistado pelo benfica enquanto agarrava firmemente a camisola dada pelo seu ídolo Di Stéfano escondida dentro dos calções. 
Por tudo o que deu aos benfiquistas e portugueses merece que se lhe prestem as devidas homenagens, se lhe dê o devido destaque e respeito por ter levado o nome do nosso país tão alto. Quantos de nós não ouvimos no estrangeiro "Portugal! Ah, Eusébio!" ao dizermos que éramos portugueses? Por tudo isto e muito mais, Obrigado Eusébio!

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