23 de outubro de 2012

Doente e exausto


Depois de 6 dias com febre sem que eu soubesse o motivo, ontem, ao chegar do trabalho e depois de ver no termómetro que ela continuava, resolvi ir ao hospital.
Aconcheguei o estômago, peguei no carro e lá fui eu. Ao chegar à entrada ainda hesitei perante o número de pessoas que ali vi, ainda pensei em agarrar no carro e regressar a casa, quem esperou 6 dias também espera mais um. Mas na verdade optei pelo “quem esperou 6 dias também espera 4 ou 5 horas”, que farto de febre estou eu.
Feita a triagem, recebi uma pulseira amarela e mandaram-me para a fila roxa! Uma hora depois, o médico chamou-me, ouviu as minhas queixas palpou-me o abdómen e fez um primeiro diagnóstico: Síndrome gripal. Não era propriamente o que eu supunha, visto não me doer a garganta, não ter tosse, não espirrar, não andar com o pingo no nariz, mas o único dos dois que é médico é ele e não me cabe a mim desconfiar da sua avaliação.
Seguiram-se umas análises, uma ecografia abdominal, um raio-x ao tórax e 4 horas depois, tive alta com o mesmo diagnóstico. Receitaram-me uns comprimidos para as dores, a tomar em SOS e depois de um passou-bem vim-me embora.
Hoje depois de chegar do trabalho, repeti o ritual a que me tenho habituado na última semana e a febre mantém-se, sinto-me mais doente e mais cansado de estar doente, desde Janeiro que não faço outra coisa senão ir a médicos. Amanhã repete-se o cenário, ir ao médico de família mostrar uma ecografia à tiróide cujo relatório indica uma tiroidite e a carta que me deram no hospital.
Se calhar entretanto também tenho de ir é à bruxa!

17 de outubro de 2012

Para desanuviar

Primeiro foi uma moça bonita a abraçar um polícia em plena manifestação, agora outras duas em topless no cerco à assembleia da república. A continuar assim ainda me sinto forçado a concordar com o orçamento de estado!

16 de outubro de 2012

O abismo está próximo


Há muito tempo que perdi a pouca esperança que tive neste governo e ainda nem meio do mandato passou. Já por muitas ocasiões tive receio do futuro, do meu e do dos meus, mas nunca da forma como tenho hoje. Acho que mais  que o dinheiro, a vontade de continuar a trabalhar, a motivação, a crença na possibilidade de darmos a volta por cima, este (e o anterior governo) roubou-nos a esperança.
Não me sinto mergulhado numa desilusão apática, pelo contrário, cada vez mais me revolta ver a corja laranja, rosa, vermelha, azul e amarela, sem excepção, a fazer-se passar por salvadora da pátria que esgota os esforços para nos livrar da desgraça ou a reclamar do mal que os outros fizeram, quando se sabe que a assembleia tresanda ao podre compadrio.
Ontem, apresentaram um orçamento de estado que é um insulto aos que trabalham e aos que não trabalham porque não os deixam. Vêm pedir esforços a quem já mal consegue sobreviver, eles que este ano não abdicaram de 80€  mensais de aumento para estarem na assembleia “a representar-nos”, eles que não param de criar regimes de excepção para a mama não se acabar aos afilhados. Todos os dias a comunicação social revela os mais impressionantes cambalachos e arranjinhos que lhes rendem milhões e ainda nos vêm pedir com o maior descaramento que confiemos neles!
Alguém me explica como é que a maioria de nós vai sobreviver em 2013 e em que condições?
Ou muito me engano ou está a colocar-se o povo num estado em que já tem pouco a perder e quando se atingir o limite desse estado, as coisas descambam para uma situação onde os responsáveis se arriscam a pagar um preço muito alto. Ontem o cerco à assembleia já não foi uma mera manifestação pacífica, daqui para a frente parece-me que essa será a tendência. Depois não venham apelar à calma armados em cidadãos civilizados, ou acusar os comunas de incentivar a violência.

12 de outubro de 2012

Desilusão Nobel


Foi ontem divulgada a atribuição do Prémio Nobel da Literatura ao chinês Mo Yan e hoje do Prémio Nobel da Paz à União Europeia. Refiro apenas estas duas categorias porque são aquelas em relação às quais eu tinha maior expectativa e por ficar com um amargo de boca em ambos os casos. Na minha modesta opinião, os vencedores não correspondem integralmente ao que me parecem ser os requisitos para a conquista do galardão.
Apenas um dos livros de Mo Yan se encontra traduzido para português e não consta da minha lista de prioridades de leitura, os restantes muito menos, visto não falar chinês. Portanto, desconheço a sua obra. O que me faz discordar com a atribuição do prémio, é a postura de Mo Yan, que em 1995 retirou de circulação o seu romance “Peito Grande, Ancas Largas”, por desagradar ao regime chinês, aproximando-se deste. Com esta atitude perdeu independência e liberdade para exprimir a sua arte na plenitude das suas capacidades. Acredito que não seja fácil resistir ao poder chinês, mas caberia à Academia Nobel ter a capacidade de destrinçar a sua falta de isenção e não o premiar. Ao fazê-lo é conivente com um regime opressivo.
Quanto ao premio Nobel da Paz, a desilusão é ainda maior. Nem sequer discuto se o prémio é atribuído pela ideia fundadora ser da união entre povos que pretendem cooperar entre si ou se isso tem sido posto em prática eficazmente ou não, até porque é uma discussão interminável sobretudo no período que atravessamos. O que me desilude é o facto de a Academia Nobel não aproveitar a influência e mediatismo que este prémio tem para dar força a uma qualquer causa nobre a precisar de cativar a comunidade internacional.
Não sei quem eram os candidatos propostos, mas no mundo inteiro haverá certamente um qualquer benfeitor a precisar urgentemente de dar visibilidade à uma nobre causa que ajude a salvar vidas, já para não falar na utilidade que poderia dar a quase 1 milhão de euros. Em 1996 o Nobel da Paz foi atribuído a Ramos Horta e D. Carlos Ximenes Belo e eu não tenho a mínima dúvida que nessa altura o prémio foi um empurrão fundamental para a independêndia de Timor-Leste. Em 2012 essa oportunidade foi desperdiçada. 

10 de outubro de 2012

Brain Damage

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Saúde Mental, e achei que para o assinalar, melhor que trocadilhos com as alucinações de quem nos governa, seria melhor deixar aqui uma música da minha banda preferida, Pink Floyd. 
Algumas das músicas compostas pela grupo inglês, onde se inclui "Brain damage" pertencente ao álbum "Dark side of the moon", fazem alusão a estados de loucura, ou comportamentos pouco consonantes com o que se convencionou ser normal. Alguns desses temas são um claro tributo a Syd Barret, membro fundador da banda que a abandonou prematuramente devido a perturbações mentais. Outros são fruto das experiências de vida, estigmas ou "fantasmas" dos restantes membros, sobretudo Roger Waters, seu principal compositor. 
Não acho que a arte, independentemente da forma como se manifesta, seja fruto de insanidade mental, mas não tenho dúvidas que se não houvesse loucura, depressão e alucinações, o mundo seria um local mais cinzento e mais pobre.
Aqui fica uma rara versão acústica tocada por Roger Waters, baixista da banda.



Brain Damage - Pink Floyd

The lunatic is on the grass
The lunatic is on the grass
Remembering games and daisy chains and laughs
Got to keep the loonies on the path
The lunatic is in the hall
The lunatics are in my hall
The paper holds their folded faces to the floor
And every day the paper boy brings more
And if the dam breaks open many years too soon
And if there is no room upon the hill
And if your head explodes with dark forbodings too
I'll see you on the dark side of the moon
The lunatic is in my head
The lunatic is in my head
You raise the blade, you make the change
You re-arrange me 'till I'm sane
You lock the door
And throw away the key
There's someone in my head but it's not me.
And if the cloud bursts, thunder in your ear
You shout and no one seems to hear
And if the band you're in starts playing different tunes
I'll see you on the dark side of the moon

"I can't think of anything to say except...
I think it's marvellous! HaHaHa!"

9 de outubro de 2012

Interregno

Ultimamente tenho andado afastado aqui do blog, como já deu para notar pela data das publicações. A intenção não se prende com a falta de vontade em andar com isto para a frente ou com a falta de assunto, mas neste último mês têm acontecido tantas mas mesmo tantas peripécias, contra-tempos ou azares, que se os viesse aqui descrever, iriam parecer desabafos em jeito de choradinhos de alguém que se sente uma vítima do mundo. Como isto é um blog e não o muro das lamentações preferi não vir para aqui expô-los, até porque alguns me ultrapassam a mim próprio. 
Outro dos motivos que encaixa nesse lote de azares foi o computador ter entregue a alma ao criador, o que me obrigou a andar uns dias a agoniar pela falta de um "fiel amigo". Acabei por ter desembolsar os preciosos trocos para comprar outro, que ironia do destino vinha com uma avaria no teclado. De lá para cá tenho vindo a afinar a máquina ao meu jeito, e adaptar-me ao seu comportamento.
No entretanto, a vida continua...