Já por duas vezes escrevi aqui sobre o facto dos comerciais dos operadores de telefone, televisão e internet aqui virem a casa bater à porta, mais especificamente de duas situações em que considerei as abordagens inoportunas. Também já aqui disse que compreendo que muitos se tenham de sujeitar a fazer um trabalho para o qual a sua aptidão natural não existe, mas a isso são forçados dadas as circunstâncias.
Surge esta crónica na sequência de um comentário feito por um Senhor Bruno, comercial de um desses operadores, a mostrar o seu desagrado pela minha postura arrogante e desrespeitosa para com o comercial relatado na minha crónica de 12 de Fevereiro de 2013 - "Não Abro", de acordo com o próprio.
Pois, Senhor Bruno, em primeiro não fico mesmo nada ofendido que me tenha chamado arrogante e desrespeitador para com o seu colega de profissão, até porque ainda vou tendo capacidade para encaixar os comentários que me são dirigidos por quem não me conhece de lado nenhum. Acredite, se esta noite não dormir a culpa não será do seu comentário, pode ficar descansado.
Visto não ter percebido o que rapaz fez de mal, convido-o a reler a crónica como se fosse a pessoa que está na sua própria casa e que tem de interromper o jantar para atender uma chamada à qual ninguém responde, circunstâncias estas que ocorrem frequentemente.
Quanto a ser vossa prática habitual e normal tocarem a 2 ou 3 campainhas à espera que alguém abra, segundo o que diz, não me parece atitude de muito respeito ou boa educação por parte de quem é "visitante" e muito menos uma abordagem profissional.
Relativamente às estratégias que utilizam para contactar os clientes ausentes e a vossa interpretação da sua saturação, é-me indiferente desde que eu não tenha de ser novamente incomodado.
Quero ainda acrescentar que continuo a ser "visitado" e a abrir a porta de minha casa a quem me toca à campainha e a ser correcto com quem é correcto comigo, seja ele quem for. Não corro nem comerciais, nem testemunhas de jeová, nem outra qualquer pessoa à pedrada, contudo não sou muito tolerante com abusos, que segundo você são normais.
Peço-lhe ainda que releia o penúltimo parágrafo da crónica de 12 de Fevereiro para perceber os motivos pelos quais não abro a porta do prédio a quem não conheço. Para além disso, não me consta que exista qualquer princípio moral ou legal que me obrigue a abrir a porta a um desconhecido, que não um agente de autoridade ou serviço de socorro.
Por fim, quero ainda dizer que sei o que é trabalhar como comercial, as dificuldades da abordagem quer pessoal, quer telefonicamente e sei que essas abordagens agressivas implicam riscos, se os comerciais estiverem dispostos a ir por esse caminho têm de se assegurar que têm arcaboiço para aguentar a resposta.
Como pode observar, não morri por causa disso, até porque a única pessoa que aqui escreve crónicas sou eu.