8 de fevereiro de 2013

Não abro!


Sinceramente, acho que não tenho nada contra a generalidade dos comerciais que trabalham para os operadores de televisão por cabo, telefone e internet, como já tive a oportunidade de aqui dizer, mas esta semana aconteceu-me a seguinte situação que aqui relato e que me faz questionar “Será que é mesmo implicância minha?!”.
Estava eu sossegado em minha casa quando à hora de jantar tocam à campainha da entrada do prédio. Levantei-me do assento, fui responder à chamada e ninguém me disse nada. Como a televisãozinha do intercomunicador não mostrava imagem deduzi que alguém noutro andar já tivesse respondido e dado ordem para abrir a porta. Comecei logo a fazer suposições e aguardar que entretanto me tocassem à campainha da entrada de casa.
Pouco tempo depois, os meus poderes divinatórios foram confirmados. Abri a porta e o indivíduo:
- Boa noite sou o (nome e apelido), trabalho para a (nome da empresa) e queria fazer-lhe uma perguntinha, tem televisão por cabo?
Respondi:
- Tenho. Já agora, uma perguntinha também para si, foi você que me tocou à campainha e não me respondeu?
O rapaz:
- É provável, mas causei algum transtorno?
- Transtorno, não causou mas não gosto que me toquem à campainha e depois não me respondam! – Disse eu.
- Ah desculpe… mas já agora não está interessado em conhecer a nossa promoção?
Respondeu o comercial da empresa, que por sinal até é aquela com quem tenho contrato para o fornecimento dos serviços que me queria apresentar.
- Não, não estou e além disso tenho o jantar a arrefecer. Muito obrigado e tenha uma boa noite. – Finalizei eu a conversa.
O rapaz desejou-me também uma boa noite enquanto se afastou da entrada da minha casa.
No dia seguinte, toca a campainha da entrada do prédio, mas desta vez a televisãozinha do intercomunicador mostrou uma imagem de alguém, que não me era completamente estranho.
- Boa noite. – Cumprimentei ao atender.
- Boa noite, eu sou o rapaz da (nome da empresa) que esteve cá no prédio ontem, o senhor pode abrir-me a porta porque eu não acabei a volta.

Pára o mundo!!

Na minha cabeça passa uma série de coisas em flash, que só mais tarde o meu cérebro compreendeu completamente:
Primeiro, o gajo está a gozar comigo, de certeza!
Segundo, o gajo ou é parvo ou faz-se de parvo!
Terceiro, o gajo está a gozar comigo e é parvo!
Quarto, parvo sou eu que atendi a campainha!
Quinto, somos os dois parvos!

Possíveis respostas:
“- Claro que sim, faça o favor de entrar.”
“- Não abro nada a porta, vai mas é chatear o Ca…mões!”
Ou então aquela pela qual optei, por me parecer a mais sensata, “Desculpe, mas eu não lhe vou abrir a porta”
- Foi com o senhor que eu falei ontem, o do (nº da minha porta)?  - Replicou o rapaz.
- Sou, mas não lhe vou abrir a porta.
Respondi-lhe em jeito de conclusão de conversa.
- Ah, é que eu precisava de entrar para acabar a volta. – Insistiu.
- Pois, mas eu não lhe vou abrir a porta.
- Ok, Boa noite – Despediu-se, já com a ideia assimilada.
- Boa noite.
Finalizei antes de pousar o auscultador.
Posto isto, convém explicar os motivos que me levaram a responder que não abria a porta. Depois da abordagem do dia anterior, obviamente que eu não lhe ia abrir a porta, independentemente de ser comercial ou o senhor prior a desejar as boas festas. Não tinha interesse em falar com ele, logo não tinha motivo para abrir a porta. Não abro a porta do prédio a estranhos, isto porque é um mau principio abrir a porta do prédio e permitir entrada a desconhecidos para andar a circular no seu interior sabe-se lá por onde.
Se não gosto de ser incomodado em lado nenhum, em minha casa muito menos. 

3 comentários:

  1. Pelo descritivo, acho que foi a mesma figura que foi a minha casa na segunda. Até perguntou quanto se gastava de telefone em casa...... e mais nada?
    Carla

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  2. que mal fez o rapaz? é que honestamente não entendi.também sou comercial,e é perfeitamente normal voltarmos aos prédios no dia seguinte,num horário diferente para procurarmos os clientes ausentes do dia anterior.
    Normalmente os clientes que estão muitas vezes ausentes são os que menos saturados estão de comerciais,aumentando as chances de venda,daí nós voltarmos para procurar essas pessoas.
    Também não vi qualquer falta de respeito da parte do rapaz,mas sim uma certa arrogancia da sua,e até falta de respeito pelo trabalho dele,isto sem o querer ofender.Em relação ao que aconteceu de ele tocar,provavelmente já estava dentro do prédio porque normalmente tocamos para 2 ou 3 casas ao mesmo tempo,o primeiro a abrir nós entramos,e se alguem demora mais um pouco a ir ao intercomunicador,é perfeitamente normal que isso aconteça mas calma...morreu por causa disso? penso que não..é preciso é calma amigo,calma e respeito :) Bruno,Optimus Clix

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